quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Minha escolha para a educação da minha filha

     Escolhi educar minha filha de uma forma diferente da que fui educada, mais não tão diferente. Estranha essa frase? Mas real, meu sentimento é educar minha filha com as coisas boas que recebi dos meus pais, meus valores sobre respeito ao próximo e tolerância. Educação com as pessoas, aceitação das diferenças. Decisão tomada, vamos buscar as ferramentas; encontrei a disciplina positiva. Nossa quanto coisa; quanta ideia torta, muita falta de informação. Muita mistura de ideias tortas. Achei uma fonte segura, me encontrei em um lugar seguro para me informar. Agora posso respirar, tenho onde procurar me orientar para orientar a minha pequena quanto estiver me sentindo perdida. Mas, ela começou a falar; respirei, segui meus instintos, segui os textos, comecei os mini cursos, e claro passei a almejas participar de uma mentoria; Mas financeiramente... Bom, não era uma realidade que eu havia construído para não ainda.

    Alguém já paru para olha para si mesmo e perceber o quanto mudamos depois que aceitamos o desafio de sermos mães? Porque eu escuto muito sobre os filhos, o desenvolvimento deles, o crescimento dos bebes, o como eles se descobrem crianças e vão se descobrindo e como devemos lidar com nossas próprias emoções e traumas para poder ser a fonte de força e segurança para essa criança. Ai eu percebi que não é isso, eu não preciso ser uma fonte de segurança para minha filha, eu posso em parceria com minha filha construir para nos duas a segurança de uma relação saudável onde ambas temos fraquezas e qualidades e nos ajudamos com elas. Eu mais por ter mais experiencia de vida e não por ser mais velha. Essa percepção me fez perceber como eu sou pequena nesse mundo. Mas ao mesmo tempo como eu sou o mundo para a minha filha.

    Muito fora de orbita isso né? Estou rodeada de estrelas aqui pensando em como posso ter passado tanto tempo nesse infinito particular imaginando que em milhões de espaços e infinitos universos eu pequenininha pensei que poderia ser tão importante e significativa para alguém como eu sou pra minha filha e ao mesmo tempo tão dispensável. O que me fez perceber isso? Uma fala de um episodio do seriado que eu adoro muito: Lúcifer: linda fala para Amenadiel - Aproveita essa fase porque se fizermos um bom trabalho ele vai precisar cada vez menos de nós! E o Amenadiel fica lá com cara de espanto. Gente aquela musica; se eu pudesse dava pausa nesse momento. Tudo pode parar e gente... eu estou até agora refletindo sore todas as emoções que essa cena me fez sentir como mãe, como mulher, como pessoa!

       Mas claro, é pensamento demais, então vou sentir... sentir, fluir, flutuar, respirar, admirar e ser grata. Gente, eu sou a mãe de uma menina linda de quase quatro anos que sabe olhar para mim e outras pessoas e falar: não fica triste que isso vai passar. Mas que chora porque o sol se escondeu atras da chuva e a sombra dela se escondeu dela! Sou uma mulher que se descobriu feliz por ser mão depois de passar a vida dizendo que nunca se permitiria ser mãe para não cometer os mesmos erros dos quais se sentia vitima. Sou uma pessoa disposta a encarar os próprios medos e fazer descobertas para desenvolver capacidades, corrigir erros e construir realidades para ter uma vida melhor com a filha que o universo em sua gigantesca unicidade colocou como minha. 

    Lembro claramente de uma pergunta que fiz à Deus sentada na beira da praia sentada em uma noite, se não me falha a memória na ultima noite que eu ainda morava no ES. Porque eu não consigo encontrar em outro ser um pouco do reflexo do amor que eu estou transbordando no mundo? Não obtive resposta; no dia seguinte terminei de empacotar minhas coisas, coloquei meu maio e fui para meu ultimo dia de praia com um colega, depois voltei, banho almoço, e tarde de conversa e despedidas, carregar o carro, venda dos objetos restantes, e despedidas da minha cachorra. Fiquei na rodoviária,eu e minhas coisas, toda minha vida em Duas malas grandes e uma mochila. O coração pesado, a dor de sair daquele lugar era grande, a magoa de não ter conseguido me construir ali era demais, eu não entendia o que eu havia feito de errado para Deus não ter me permitido ficar ali; não conseguia enxergar onde estava o livramento em me tirar daquele lugar que me fazia me sentir tão bem, tão livre e tão feliz.

    Segui viagem, segui a vida, tentei me reconstruir, tentei viver; vivi. não vou mentir, me senti viva, em varios momentos eu me senti viva. Eu sabia que as forças que me mantinha eram maiores que eu, e acalentava no fundo da minha alma o calor dos primeiros raios de sol naquela praia, sentindo o cheiro de mar e sentindo no coração a certeza de que tudo tem um tempo certo para acontecer e nada acontece por acaso. Em tudo tem o mover de Deus, nas coisas boas e nas coisas ruins, sejam elas compreendidas ou não elas sempre são feitas por amor.Não me pergunte porque tenho essa certeza, nem quando exatamente eu comecei a ter essa certeza. Mas os dias passavam e a certeza só aumentava, quando conheci o pai da minha filha eu já tinha isso tão firme dentro de mim que era como se ele estar na minha vida fosse uma resposta de algo que nem eu sabia que tinha perguntado antes.

    Eu conheci a mãe dele, tivemos uma vida juntos, dessa convivência nasceu uma linda menina, em outros posts eu já falei sobre ela, acho que já citei sobre a gestação, mas o foco desse post não é falar desse percurso nem dessa história, mas da certeza de que Deus cuida, de que o relacionamento com ele não depende de um estabelecimento, de um grupo de pessoas que compartilhem da mesma filosofia que você. Sei e posso afirmar isso sem medo nenhum. A pergunta que fiz a Deus não foi respondida na linguagem humana que eu esperei que fosse, a resposta me foi colocada na forma de sentimentos que eu tive que me abrir para ser capaz de perceber. Fácil? Não. Se tem algo que não é fácil é conseguir se abrir para sentir as respostas das perguntas que fazemos para Deus, porque esse sentir a resposta nos faz perceber que muitas vezes temos a resposta e não aceitamos. Ou a resposta não é o que idealizamos que poderia ser. Ou então criamos tantas expectativas em possibilidades de respostas positivas e negativas que quando sentimos a simplicidade da resposta ela nos deixa com a sessação de: nossa, é isso!

    Educação com respeito não é fácil, estabelecer limites é algo que me fez superar muitos limitações pessoais minhas. Essa busca por auto conhecimento que é preciso ter para poder conquistar essa educação com respeito é algo desafiador e também magnifico. Sei que sem orientação esse desafio seria muito mais árduo. Mas mais uma vez Deus com todo seu cuidado colocou as pessoas certas ao meu redor e estou tendo a orientação profissional que eu preciso nessa busca. Esse processo meu esta sendo cercado de amor, cuidado e carinho como eu não me imaginei merecedora; e eu me pergunto porque eu não me sentia merecedora? Nem eu mesma sei, e acho que não cabe mais pensar nisso, simplesmente vou deixar o processo acontecer e me permitir sentir. É gostoso demais saber que tem uma mulher super criativa, merecedora de tudo de bom que é capaz de criar para si e para os que estão a sua volta, e com todos as dificuldade que existem em sua personalidade ela as molda para que não sejam pedras ou empecilhos para seu desenvolvimento pessoal e investe em relacionamentos.

    Isso eu digo com simplicidade, estou investindo nessa relação com minha filha, sem criar a expectativa de que ela vá me devolver o investimento. Tenho pessoas que posso chamar de amigas que se importam comigo mesmo pensando de forma bem diferente da minha e me respeitam, e com toda distancia e as vezes tempo que ficamos sem nos falar ainda assim mantemos esse respeito e a proximidade de quem se conhece e faz piada juntos. Então posso me sentir em paz pelas minhas conquistas, e tranquila sobre a forma que escolhi criar minha filha. Estou conseguindo passar a ela minhas melhores características, e vejo nela as melhores características que eu vejo no pai dela, e mesmo não estando mais com ele como um casal não posso denegrir a imagem dele e dizer que ele não é uma boa pessoa. 

    Lembram da pergunta que eu claramente me lembro de ter feito a Deus em meu intimo relacionamento com ele na beira da praia? Eu senti a resposta também na beira da praia com os primeiros raios de sol. Foi na virada do ano de 2015 para 2016. olhando a areia da praia suja, o lixo que as pessoas deixaram para traz depois de aproveitarem o barulho ensurdecedor dos fogos de artificio e do show da virada de ano na praia, eu sentada em uma cadeira de praia, olhei para o pai da minha filha e pensei: como as pessoas podem simplesmente dormirem enquanto coisas tão lindas como esse nascer do sol é desprezado e ofuscado por tanto descaso e ignorância? O sentimento que me invadiu foi; as duas perguntas tem a mesma resposta. Eu até aquele momento não me lembrava da primeira pergunta com a mesma clareza que me lembro até hoje. Caminhei até a praia, molhei meus pés , e me deixei sentir a água gelada.

    Não dá pra fazer ninguém sentir igual a você, e por mais poético que seja a forma que eu use para descrever a sensação não farei jus a esse sentido, então vou apenas falar do meu sentimento, afinal é algo meu. A água gelada tocando meus pés foi confortável, arrepiante e muito acolhedor, Meu coração acelerar e eu olhar para frente foi um pouco inusitado, uma onda se levantar a minha frente e me surpreender molhando-me da cabeça aos pés sem me derrubar foi como um abraço surpreendente de alguém que vc sabe que está por perto mas que não costuma fazer esse tipo de coisa e do nada te surpreende? tipo aquelas cenas de filme; eu acho que isso ilustra fisicamente como me senti. A segurança, a alegria, a certeza de que estava tudo certo, no lugar certo e que cada decisão tomada seria a certa era tão firme dentro de mim que eu quase não acreditava ser realmente eu mesma.

    E foi assim que eu voltei da beira do mar flutuando, pisando as areias de Copacabana, na certeza de que era a ultima vez que eu estaria amanhecendo naquela parte da praia do rio por algum tempo mas feliz por isso, eu vi que o pai da minha filha já havia acordado e estava sentado na cadeira em que eu assisti o sol nascer, mas não me procurava, observava; não o sol, mas outras mulheres. Isso não me incomodou; me deu a certeza de que era hora de seguir em frente. A pergunta que eu acho que não poderei me responder é poque eu não segui em frente naquela época? O que me segurou por mais quatro meses ao lado dele, meses esses que mudaram nossas vidas; nossa filha existe graças a esses quatro meses. A certeza de que Deus tem tempo certo para tudo me faz saber que eu não segui em frente porque não era a hora ainda e que nem sempre fazer planos é o que funciona na vida da gente.

    Podemos e devemos ter projetos e metas. Mas não devemos fazer planos. Por isso eu agora digo que escolhi educar minha filha na filosofia da educação com respeito. Tenho projetos com ela, e traçamos metas juntas. Tenho metas individuais para mim e estimulo ela a ter metas, apesar da pouca idade dela. Educar com respeito para mim está sendo muito mais um desafio de me conhecer e aceitar meus próprios limites para conseguir estabelecer os limites para minha filha nessa fase do desenvolvimento dela e da minha vida que sem o apoio emocional que tenho tido dos meus familiares, e de Deus eu acredito que já teria desistido dessa aventura. Minha meta agora é ser uma mãe consciente, presente e interessada. Feliz por conseguir entender essa parte das minha ideias que fiquei tanto tempo tentando organizar sem conseguir expressar realmente o que elas estavam representando em mim. sem conseguir sentir o que estava realmente fluindo em mim.





    

sábado, 29 de agosto de 2020

Sobre a evolução ou involução Humana

    Estou há algumas semanas com dificuldades sobre o que escrever ou como escrever sobre alguns assuntos que surgiram nas redes sociais. Primeiro o s fatos, menina abusada por 4 anos consecutivos pelo próprio tio dentro de casa. Não sei o que mais me deixou assustada; a pedofilia do caso; que sempre me enojou e nunca parei para ler as matéria inteiras porque me faz mal, sempre são pessoas próximas ou conhecidos íntimos da família que praticam o abuso e os familiares e parentes se mostram indignados quando descobrem. A descoberta se dá apenas por causa de uma gravidez que autorizada pela justiça por acaso vasa para a imprensa e pronto temos uma chuva de hipocrisia sobre o direito ao aborto, as obrigações do judiciário, dos médicos, a sociedade julgando os envolvidos; e nunca vi uma dessas historias serem encerradas com o criminoso punido de forma exemplar ou a nossa sociedade reagindo de forma digna a casos como o dessa garota. E sim como sempre casos como esse trazem para as redes sociais os muitos se não milhares de casos de pedofilias e abusos sexuais que existem no pais e não são nem investigados e levados a justiça.
    Escrevendo aqui percebi que o assunto que o assunto me incomoda demais porque eu tenho empatia. Quando li o titulo da matéria a primeira vez senti que fiquei aliviada pela garota poder abortar a criança e terminar a gravidez depois de tanto sofrimento. Depois em outros posts sobre o tema eu comecei a ver a hipocrisia de pessoas que cultivam o ódio e a separação de pessoas entre as pessoas por religião; pessoas que dizem ser cristãs e disseminam o ódio e se acham no direito de julgarem as pessoas sem vestirem a pele delas. É fácil, fácil falar para uma avó escolher que a neta de dez anos que ela cria e acabou de descobrir que era estuprada pelo próprio filho tem que levar a termo uma gravidez que pode matar a menina? Por que? Porque a vida é sagrada. Sim o direito a vida é sagrado, o direito a vida da garota de dez anos também é e que vida ela teve desde os seis anos quando o tio a estuprava e ela tinha que aguentar calada sob ameaça? alguém pensou no terror que essa criança passou?
    Será que alguma das pessoas que digitaram as merdas que se leram na internet em algum momento da vida tiveram algum tipo de sentimento? Será que essas pessoas já tiveram contato com outros seres humanos? Para mim é praticamente inconcebível que um outro ser humano consiga dizer ou mesmo escrever algumas das coisas que eu vi que foram escritas sobre a garota de 10 anos. E eu não estou falando sobre o direito dela de ter interrompido a gravidez. Estou falando sobre ela ter o direito de ser criança, ela não teve direito de ter uma infância, porque ela não sabia quando o tio ficaria com vontade de praticar abusos com ela. Se alguém teve estomago de ver o vídeo que ele gravou antes de se entregar a policia deve saber o que ele dizer feito a menina passar pelo ponto de vista dele; que eu imagino ser o mesmo das pessoas que escreveram absurdos como alegar que a garota se calou por sentir prazer! Minha vontade quando soube que alguém havia escrito isso foi de pegar um avião ir até a casa dessa pessoa tomar um café com ela, juro. Eu queria ter a oportunidade e de olhar nos olhos dela e ver qual seria a reação dela depois de tomar o primeiro gole ouvir eu falar pra ela dizer que apesar de difícil o arsênico ainda pode ser encontrado em pó e é imperceptível quando dissolvido no café. (Não sei se isso é verdadeiro gente!)
    Sabe a dúvida que fica? Então essa ia ficar, porque eu me levantaria e sairia andando, porque realmente eu ainda estou na duvida se a pessoa é assim tão gelada de realmente pensar assim ou se ela ficou horas pensando a respeito do assunto para descobrir a coisa mais absurda que poderia dizer sobre o assunto que faria a postagem dela ter o maior numero de acessos e quem sabe o maior numero de visualizações e gerar o maior numero de views. afinal publicidade é publicidade, mesmo negativa como se tentou fazer sobre o comercial da Natura sobre o dia dos pais. 
    Por mais absurda que seja a ideia a existência de pessoas como essas é muito mais que imaginação e isso me dá medo. Porque tenho uma filha de 4 anos? Não, ela eu converso muito sobre quem pode ou não ajudar ela a lavar e mexer nas partes intimas dela. Sobre o tempo que demora para fazer isso e que se eu ou qualquer uma das pessoas que ela aprendeu que podem fazer isso demorar tempo demais ela pode e deve gritar e sair correndo e se não conseguir correr nem gritar ficar em silencio pedindo para Deus que mande a providência. Porque eu ensino ela assim? Porque o Deus que eu sirvo é vivo, e envia providencia sim, na hora do aperto quando escuta nosso clamor sincero.E é amor. Ele não julga, ele não exclui e não me permite colocar arsênico no café de outra pessoa incapaz de sentir compaixão por outra pessoa. Só posso sentir por ela o que ela ainda não se permitiu sentir e orar por ela. 
    Controverso? Sim, muito, mas é algo que acontece com uma certa frequência comigo depois que eu tenho uma explosão de raiva e coloco meus pensamentos pra fora. Não consigo sentir raiva das pessoas incapazes de sentir amor pelas outras, elas não sabem como esse sentimento é lindo, como ele pode mudar a frequência do dia de outra pessoa, como podemos mudar nossa própria frequência buscando simplesmente amar. Acredito que todos os sentimentos sejam apenas ramos do amor. quando olho para muitas coisas eu vejo como um emaranhado, uma arvore de ganhos e ramos, sejam de sentimentos, de emoções de religiões de tantas coisas mas na raiz de tudo temos uma única coisa! O amor. Esse é descrito de varias formas, vivido por vários seres de vários jeitos e com muitos porém e porquês, mas no final; é simples, é quente, relaxante e completo, é amor!
    Ele, não é ele, sou eu, o que faz tudo ficar ainda mais confuso, porque eu percebo que coloco na terceira pessoa emoções e sentimentos que na verdade são criações minhas para meu próprio entendimento e organização emocional. E acabo escrevendo e conversando com outras pessoas sobre isso como se fossem outras pessoas reais. Mas claro, acho que o único que já percebeu serem criações da minha cabeça foram meu psicologo e quem se deu o trabalho de ler alguns dos posts até aqui. e eu mesma nesse eterno conflito de uma construção de organização que não termina. Eu sou amor, eu sou sentir, eu sou o que eu quiser ser desde que eu me permita ser. Isso é o que eu preciso construir e acreditar porque essa é a resposta simples e mais honesta que eu já encontrei para tudo que me faz questionar tudo e mais um pouco de tudo que se passa na minha cabeça.
    Acredito que nascemos para evoluir, estamos aqui em busca de conviver com outros seres humanos em busca dessa evolução, mas quando vejo coisas como o caso dessa garota, que virou essa polemica; não pela violência da pedofilia que por algum defeito social acabou sendo banalizada; a polemica foi em cima de uma hipocrisia sobre proteção a vida em nome de Deus por pessoas evangélicas em nome de uma denominação religiosa. E pasmem uma representante dessa mesma denominação assim foi acusada e comprovadamente é a mandante do assassinato do próprio marido; então qual vida que essa polemica em cima da vida dessa garota de 10 anos que perdeu a infância, foi violentada e teve seus direitos a vida e a juventude podados pela sociedade cruel e julgadora estava sendo defendida? Quem vai ser responsabilizado pelas consequências posteriores agora que o assunto não esta na mídia e o "caldo entornou" nos próprios fomentadores da polemica?
    Polemicas assim me fazem questionar a evolução. ão por não acreditar em Deus; não posso duvidar de quem já me presenteou com coisas tão maravilhosas e cuida tão bem de mim e dos meus. Mas me faz questionar Se estamos evoluindo ou involuindo. As vezes penso que já passamos pelo apocalipse e estamos vivendo no pós apocalipse, aqueles anos de espera e sofrimento. Não dá pra fazer sentido os anos antes da vinda de Jesus. Se ele ainda não voltou e estamos todos salvos, o cara que estuprou a garota se se arrepender vai para a gloria se Jesus voltar depois da conversão dele ao amor de Jesus, seja em qual religião for? Nas escrituras tudo tem um tempo, e o tempo de Deus é único e não sabemos nem podemos contar. Então quem sabe se não estamos 2020 anos pós apocalipse? Você consegue ler todo esse texto e me dar a certeza absoluta de que Jesus não voltou ainda? de que não exaltamos o inimigo e estamos vivendo o anos de sofrimento do apocalipse? Ou pior, quem sabe o que será do mundo depois da grande batalha que não sabemos se já aconteceu? 
    Comportamentos em massa como a polemica sobre o que houve com a garota me fez perceber duas coisas de um movimento em massa que foi como uma onda que mexeu com muita gente de diferentes religiões e crenças. As pessoas estão muito ocupas em acusar e defender os outros em diferentes situações, sempre nas mais polemicas e absurdas coisas que aparecem, mais poucas ou nenhuma esta pronta para acolher, abraças e simplesmente ser presença. estar presente. A outra coisa é que as pessoas olham para o que esta perto quando veem o que acontecem quando olham para longe. O que eu quero dizer com isso? Simples, depois de casos como o dessa garota apareceram varias manchetes de casos de pedofilias praticados por parentes e vizinhos, que a mãe ou outro parente pegou no flagra. Esse tipo de flagra não vem por acaso, alguém coloca a semente da desconfiança na pessoa, seja a matéria da menina que a pessoa leu, ou algum vizinho que já viu ou ouviu algo diferente mas nunca falou por receio e devido a repercussão teve coragem de levantar a questão. Mas o fato é que as pessoas só olham para perto quando veem o que esta acontecendo longe.
    E é isso, uma pergunta que eu não encontrei resposta, um texto que demorei uns 3 dias para conseguir concluir, com muitas ideias que podem até estar desconexas mas que de alguma forma na minha mente se conectaram. Pode ser utópico da minha parte mas isso me faz entender um pouco meus próprios sentimentos, talvez eu leia os comentários talvez não, mas se eu ler responderei, se não houver comentários não sentirei falta, escrevo para realmente organizar meus sentimentos e porque tenho tido muitos problemas no computador e preciso deixar salvo on line para não perder o que escrevi toda vez que preciso formatar. Agora vou curtir minha dor nas costas, meu cachorro trapalhão e minha filhota. Porque a vida é um presente que merece ser vivido e eu quero aproveitar esse presente, pelo menos por hoje.

sábado, 22 de agosto de 2020

Descompassou

     Engraçado como a vida tem formas estranhas de mostrar coisas que pensamos ter superados como feridas abertas que ainda machucam, ou esperanças que ainda guardamos com carinho bem la no fundo do nosso coração, mesmo sabendo que são ervas daninhas que podem nos machucar de forma literalmente irreparável. Mas somos masoquistas ao ponto de ter essa esperança, escondida que pulsa com uma imagem ou mensagem como se fosse uma coisa subliminar dos infernos que vem só para atormentar os pensamentos mais sãos que o ser humano tenta a todo custo manter!
   
    Com o pulso acelera também a ansiedade, a culpa, o medo de cair em tentação. A raiva da insegurança que te faz acreditar que a porcaria de um coração que só deveria manter sua circulação sanguínea resolveu acelerar por uma coisa que seu cérebro com complexo de umbigo concluiu que é um mensagem indireta pra si na qual não foi marcado, de uma pessoa que já deu sinais mais que suficientes que não vai te pedir desculpas pelas coisas que ele não entende e nunca entendeu que te machucaram; mas descompassa as batidas cardíacas e te fazem respirar e pensar: será que ta caindo na real?
   
    Quem tem que cair na real? De verdade não sei quem é pior, meu coração por acelerar descompassadamente, meu cérebro por me fazer pensar essas merdas todas ou minha razão por me fazer ter um raciocínio capaz de articular pensamentos que transcrevem isso em texto e colocam isso na tela de um computador como se algum dia alguém fosse ler. Mas me faz bem fazer isso; me impede de ter uma recaída, de comentar na tal imagem que descompassa. De escrever mensagens privadas que podem me deixar vulnerável além do necessário. Apenas quem brigou por alguém que ama sabe como é ter que desistir desse amor porque sabe que se esta brigando consigo mesmo.

    Não estou falando do amor em geral, estou falando do amor de casal, aquele de partilha  que tem sexo e tesão envolvido, mas que tem amizade e risadas e companheirismo e apoio e choro e luta e sacrifícios e construções e desconstruções. Descobertas, inovações, renovações, monotonia, simplicidade... Esse amor tranquilo e agitado que não se descreve, apenas se vive, sente e acontece. Quando acontece, da sensação de segurança, plenitude e felicidade e quando acaba sentimos medo, lutamos para tentar juntar os pedaços; brigamos para que as partes quebradas não se afastem e se tornem partes de um todo despedaçado, o que algumas pessoas conseguem. Sim algumas pessoas conseguem encontrar uma formula que faz uma espécie de cristal liquido que absorve os pedaços em uma peça única, mais forte e resistente; bela, admirável e de uma beleza inigualável. Outras que não alcançam aceitam conviver com os pedaços que machucam e cortam constantemente, se acostumam e se acomodam; já outras fazem como eu. 

    Decidem por recolher os cacos que lhe pertencem, moer os cacos, reaquecer e reformatar, recomeçar, reestruturar, começar de novo, com algo novo; na primeira vez que fiz isso eu não tinha uma outra vida dependente da minha. Recomeçar e reconstruir não foi algo que tive que calcular e considerar muito sobre consequências, se não desse certo de um jeito eu poderia fazer de outro que não prejudicaria ninguém além de mim mesma. Agora não. Quando aceitei que os cacos machucavam demais e não ia conseguir conviver com eles eu sabia que ia afetar minha filha, eu sabia que não poderia recomeçar pensando em ter novamente com outra pessoa além dela por muito tempo. Eu entendo isso. Eu decidi assim.

    Não é justo com minha filha, não é justo com a outra pessoa. O amor de pai e filho é algo que não pode ser quebrado e substituído. O pai da minha filha é um bom pai, mesmo sendo um marido nada exemplar, ele não foi um bom marido pra mim. Um outro homem pra entrar a minha vida tem que gostar de mim do jeito que eu sou, aceitar que apesar de eu reclamar muito o pai da minha filha vai ser sempre bem vindo pra se hospedar na minha casa quando vier visitar ela porque ele é de outro estado, não temos mais nada, esse negocio de recaída é desculpa para pessoas indecisas acabou é fim e pronto. E a base de todo relacionamento é a confiança, portanto confiar é algo fundamental.

    Nos agarramos as coisas ruins de um relacionamento para justificar o termino. Escrevendo esse texto percebi uma coisa que forma minha personalidade, marca minha existência de forma bem peculiar. Eu posso dizer que já amei dois homens na minha vida, e eles foram importantes na minha vida, cada um em seu momento e do seu jeito me ajudaram a crescer e desenvolver algo em mim. Sou grata a eles por terem feito parte da minha vida, por terem me ajudado a descobrir coisas que gosto e não gosto com relação a forma que gosto de ser tratada. Isso claro pode afetar meu próximo relacionamento afetivo, mas de forma positiva, não entrarei em um relacionamento sem saber as coisas que mais me deixam irritada. Sei dizer coisas que não consigo suportar na personalidade de outra pessoa e que consigo. 

    Detalhes assim me tornam madura para ter um relacionamento, mas também me fazem uma pessoa chata, sistemática e cheia de neuras, como o pai da minha filha disse ser um dos motivos para não conseguir me amar da forma que eu merecia ser amada. Esse foi um dos motivos para nosso termino, ele se sentia incapaz de me amar como eu o amava e por se sentir amedrontado pelo tamanho do meu sentimento ele não sentia que podia me retribuir, ele não me amava, não tinha por mim a atração que achava que deveria ter. Demorei para entender que era problema dele esse sentimento, e depois mais um pouco para aceitar que isso era apenas um discurso de alguém que queria viver a vida de solteiro e idealiza alguém que nunca vai estar ao seu alcance e quer viver o complexo de vitima. Mas isso é problema dele e não meu.

    A minha questão e o que me deu vontade de escrever esse texto foi a bendita de uma descompassada que meu coração deu depois de uma postagem que li que me fez pensar: Será que fulano ta percebendo que faço falta? E porque descompassei? Porque pensei isso? O que faz meu coração ser tão cruel comigo mesma de querer saber isso? Que diferença faria se esta percebendo a falta que faz? Não tem volta, se não for por orgulho vai ser por incompatibilidade. Porque definitivamente tudo que foi falado um para o outro na amizade que apareceu depois do termino foi para esclarecer o quando somos incompatíveis e como a única coisa que funcionava era o sexo!

    Então isso foi desenrolado na minha mente. Escrever realmente me ajudou. Ficou confuso, mas me ajudou. Na verdade não é uma ferida aberta, isso foi um exagero de linguagem, hiperbólica como diria um professor de português. Esperança? Posso ter confundido o sentimento com outra coisa, não consigo mais imaginar uma vida ao lado dele, por melhor pai que ele seja, eu ele e nossa filha não formamos mais uma família. Não uma família tradicional. Desejo realmente que ele encontre uma mulher que o aceite com todos os defeitos, e consiga ver as qualidade que ele tem, mas principalmente que não interfira na relação dele com nossa filha; porque isso eu farei questão de brigar pela nossa menina e pela presença dele como pai. Assim como não permitirei que um homem entre na minha vida e faça essa interferência.

    Isso era algo que quando conversávamos na época que apenas namorávamos e estávamos apaixonados dizíamos, se Deus nos abençoar com um filho ou filha e não ficarmos juntos, não vamos deixar que nossas vidas pessoais mudem os pais que Deus vai confiar que seremos. Acredito que isso seja o que me fez ter esse descompasso. Essa lembrança. Tive uma conversa bem intensa com ele sobre valores de pensão e de alguma forma eu me importo ainda com ele, principalmente porque sei que ele quer dar o melhor para nossa filha. E depois dessa conversa e fez algumas postagens no face que me deixaram com essa impressão forte.

    Foi bom desabafar, fico feliz por ter esse espaço. Me ajuda a organizar meus pensamentos e com isso acalmar meus sentimentos.
    

sábado, 15 de agosto de 2020

E você acredita?

    Nunca falei da dor que dá quando você resolve mudar. Não é uma dor física, nada que te impossibilite de andar, se mexer ou fazer suas tarefas do dia a dia, mas é uma dor que te deixa meio que sem vontade de fazer tudo isso. Na verdade se formos ver a definição de dor no dicionário não se configura dor, mais uma completa falta de animo e vontade de ser você nas minimas coisas, mas que simplesmente não permite que você tenha a coragem de mudar quem você é.

     Dá para entender? Talvez o não entender seja o que faz cada um ser como é, pode ser que não entender faça de você uma pessoa especial, que se olha no espelho e diz eu sou especial, fulano me acha especial, tenho uma família especial, meus filhos são maravilhosos, sou abençoada, tenho uma vida abençoada, tenho uma casa, um bom emprego, uma boa vida, sou uma ingrata! O que esta me faltando? Porque quero algo que não sei o que é porque não me sinto feliz? O que é essa tal felicidade que eu quero sentir que não estou me permitindo sentir ou não consigo cultivar em mim nem nas pessoas em minha volta?

    Sou eu capaz de semear a felicidade em outras pessoas? Algumas pessoas me fazem bem, me sinto bem perto de outras pessoas, mas tem aquela... Aquela pessoa que só de pensar nela tenho vontade de matar e me tornar uma serial killer; começo a fazer listas de pessoas que eu mandaria para o inferno e fico na duvida se o diabo não as devolveria por serem demais até pra ele! Ai começo a rir de mim mesmo e vejo como sou louca e começo a chorar porque estou perdendo a sanidade e olho o calendário e descubro que já se passaram 180 dias que ouvi alguém falar que seriam só 40 dias de isolamento social e tudo voltaria ao normal.

    Que normal? O meu normal era um recomeço bem complicado, recém separada, com uma filha de 4 anos, eu diabética, obesa, com problemas pulmonares. Bom 40 dias em casa, não me pareceu tortura, moro com meus pais que são idosos, não vou colocar a saúde da minha filha em risco nem a deles porque estou só começando uma nova vida, e para quem esta no começo, posso começar quando tiver começando de novo. Vou esperar. E estou esperando! 40, 80, 100, 120, 140, 160, 180 e escuto que uma segunda onda já esta confirmada na Europa e não esta se espalhando como a primeira, ela esta surgindo em focos nos lugares onde a pandemia estava sem controle.

    Advinha uma das cidades do mundo com um foco desses? Rio de Janeiro, Brasil; mais precisamente, baixada fluminense. Já haviam 4 mortes confirmadas e leitos ocupados em mais de 80% da capacidade hospitalar da região até o ultimo boletim informativo. Acredito que se procurar mundialmente as 50 cidades foco de Covid-19 no mundo no mínimo 20 devem estar em território brasileiro. Mas sou uma pessoa otimista. Sempre fui. Esse meu otimismo sempre me fez ver o lado bom das coisas, e o lado bom desse isolamento é que eu poder ter a oportunidade de praticar minha nova profissão em amigas e pessoas que podem me ajudar a mostrar meu trabalho para quando eu puder voltar a exercer, e eu não apenas poder exercer com maestria, mas ter modelos e testemunhos reais dos resultados maravilhosos do que eu estou oferecendo.

    O lado ruim da pandemia? Minha filha perdendo todo um ano de aprendizado e oportunidade de amizade escolar na primeira infância que não poderiam ser substituídas, e que nem todo amor do mundo vão ser capazes de fazer por ela o mesmo que a convivência com outras crianças poderia fazer. Eu não sou pedagoga, professora, nem educadora infantil, e se antes eu já admirava o trabalho desses profissionais, agora acho que eles deviam ter mais importância que qualquer um que ocupe qualquer cargo politico nesse mundo! e quanto a educação, isso sempre foi minha responsabilidade e continua sendo, então não mudou muito, ela continua acordando as 6:00 e indo dormir as 20:00, graças a Deus estou conseguindo manter essa rotina, com a ajuda e o apoio dos meus pais.

    Então como tudo na vida, tem dois lados esse isolamento social que já não pode ser chamado de quarentena esta sendo algo que esta mudando as rotinas das pessoas. Esta trazendo mudanças dentro das casa, dentro das famílias. Esta levando embora pessoas conhecidas, conhecidos de conhecidos. Outro dia ouvi um grupo de pessoas falando sobre a veracidade dessa pandemia, porque falam da gravidade da doença e não souberam de ninguém que já houvesse morrido, ninguém que eles conhecem ou tivessem conhecimento nem que de longe. Quando me perguntaram, e eu respondi que conhecia, o sogro da pessoa que trabalha aqui em casa, e ficou em isolamento em casa por mais de 20 dias quando ele foi diagnosticado, a cunhada dela que graças a Deus não foi a óbito como ele que foi enterrado sem velório e só o filho pra acompanhar o enterro, descrito quase como enterro de indigente. Cara de espanto deles. E a conversa continuou, eu era a primeira pessoa que afirmava conhecer alguém.

    Três semanas depois tive que retornar no mesmo lugar, e questionei uma das pessoas que estava lá sobre o assunto, se ele ainda achava uma conspiração contra o governo essa pandemia. Ele estava abalado, o sogro faleceu em dois dias, entre o diagnostico e a morte e a mãe dele estava internada e entubada com a doença. Se eu disser que não me espantei vou mentir e sou péssima nisso mesmo que virtualmente. Fiquei assustada, a resposta para a questão dele veio e veio rápido. Mas ele parece não ter aprendido. Na Mesma frase que ele me disse essas coisas, ele disse que a mãe dele se isolou, usou mascaras e não saiu de casa para nada, nem no mercado ela ia, quem fazia as compras pra ela era ele. Mas quando perguntei: Mas vc se preveniu para não transmitir para ela? Ele só respondeu: vou me prevenir de que? esse vírus é uma invenção pra acabar com a nossa economia. Nessa hora encerrar o assunto e estar de máscara foi a melhor coisa que já me aconteceu na vida! Bendita obrigatoriedade do uso de máscara!

    Saindo de lá eu me perguntei, será que ele não entendeu que pode ter sido ele o responsável pela transmissão do vírus para o sogro e a mãe? E essa mesma voz me respondeu: será que esse não era o objetivo dele? E diante dessas duas perguntas eu senti claramente uma coisa esquisita que eu chamei de dor, mas como eu descrevi no começo do texto meio que parece conformismo mais é revoltante e meio que trás engulho na boca do estomago mas te faz ter que engolir por medo. Eu não quero minha filha crescendo em uma sociedade assim. agora eu não vejo atitudes que demostrem que as pessoas queiram mudar pessoas como esse cara.

    O Brasil permitiu que se elegesse um presidente claramente homofóbico, racista e preconceituoso, se por indulgencia, impotência ou prazer eu ainda não consegui entender. Sei que a eleição desse ser permitiu que mais pessoas com os mesmos pensamentos se revelasse. E como tudo tem os dois lados gosto de pensar (porque sou otimista), que as pessoas que se revelam se sujeitam a serem punidas pela lei sim, independente do presidente eleito moramos em um pais livre e no papel laico e que tem sim pessoas honestas capazes de fazer a diferença em cargos públicos e lugares importantes que podem ajudar pessoas que como eu acreditam em um mundo melhor. E não apenas no Brasil, no mundo.

    

    

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Apenas ser

    Ser apenas a quem somos, e não querer agradar outra pessoa com nada que fazemos, isso é uma vontade que eu tenho na vida. Olho pra trás e percebo que passei minha vida sempre fazendo as coisas para agradar alguém que não era a mim mesma. Eu na verdade nunca parei para olhar para mim e ver o que eu realmente quero e preciso para me sentir grata. Desde que adotamos o cachorro eu tenho saído todas as manhas para caminhas e escuto um podcasts do spotify que me faz pensar em algumas coisas. E bom, acredito que é um processo e começar a ouvir esses podcasts agora não é algo que simplesmente aconteceu. 
    Estou enfrentando uma depressão de anos. e quando paro para pensar em quando me senti sã, não encontro uma resposta, sempre apresentei sintomas depressivos, sempre fui uma pessoa que camuflei minhas dores para não preocupar as pessoas com meus problemas porque elas não precisavam disso. Quando penso no que eu quero eu percebo que sempre fiquei indecisa porque sempre deixei que outras pessoas dissessem por mim o que eu queria, não me permiti falar qual era a minha vontade por não considerar importante que minha vontade prevalecesse.
     Ouvir esses podcasts, ser mãe, cuidar da depressão, adotar o cachorro, fazer terapia, escrever aqui no blog e publicar aqui estão me fazendo perceber que eu não me dou a importância que eu imagino que eu me dou. O que é uma coisa engraçada porque eu me imagino a pessoa mais importante para mim mesma depois de Deus, e sei que depois de mim vem minha filha, mas percebi que não, eu sempre me coloquei, me coloco e infelizmente ainda me posiciono em ultimo lugar em quase tudo. A percepção disso doeu muito e também foi libertadora.
    Se você me perguntar qual o tratamento que funciona melhor para mim eu não sei te dizer, estou em busca do que me faz bem, e eu me sinto bem com muitas coisas. Me faz bem acreditar em Deus e ter fé que Deus cuida de mim e dos que eu amo. Aprendi a exercitar minha fé e ainda estou aprendendo, devagar, e muitas vezes de forma dolorida e difícil, sei que minha fé ainda é menor que um grão de mostarda, mas esta em fase de desenvolvimento e ela me fez buscar as outras coisas que hj eu faço em busca de equilíbrio e bem estar.
    Outras coisas, entre elas encontrei a energia dos cristais através de oraganites e meditação. Isso me ajudou muito a encontrar equilíbrio e estabilidade para aceitar as coisas como elas estavam para conseguir respirar e aceitar ajuda emocional que eu precisava. Pilates me mostrou com os movimentos de alongamento e fortalecimento combinando minha respiração que meu corpo não é tão inútil e imprestável e muito menos detestável como eu estava acreditando ser porque sempre escuto me falarem isso. A terapia com o psicólogo que me lembra como é importante eu manter meu equilíbrio para manter minha filha viva e saudável e dar a ela o equilíbrio que eu imagino ser o ideal pra ela, mas que para isso eu preciso primeiro encontrar. Escrever me ajuda a organizar meus pensamentos e colocar uma certa ordem nessa "verborragia" que eu tenho em mente e me faz muitas vezes ficar confusa sobre minhas escolhas e decisões.
    Eu penso demais. Tenho que começar a me permitir apenas sentir a vida. Como será a sensação de apenas sentir a vida, sem expectativas, sem buscar algo, tentar agradar ninguém ou fazer alguma coisa para ou por alguém? Será que isso é uma ilusão que a imaginação coloca na mente para que possamos ficar desejando algo que nunca teremos como conseguir uma vez que moramos e vivemos em uma sociedade que sempre espera algo de nós? E porque temos que atender as expectativas da sociedade? qual o problema com as expectativas que a sociedade tem a meu respeito? Porque eu fico tão incomodada com o que as pessoas esperam de mim e me cobro por não atender as expectativas delas?
    Alguma coisa não esta certa nesse mundo todo errado. Uma frase que ilustra a confusão de uma mente conturbada. Mas que expressa exatamente meu estado emocional ao dizer que não sei como explicar ou definir o que exatamente é esse sentimento que esta pulsando em mim e me faz querer mudar, mas não sei exatamente o que é. Só sei que eu percebi que gostaria de ter a oportunidade de descobrir o que eu realmente gosto, em relação a comida, não como um substituto de algo que me falta ou porque alguém me disse que é saboroso, mas porque eu experimento e é saboroso ou simplesmente porque eu já conheço e acho que é gostoso não porque alguém falou que é bom. 
    Gostaria de saber como será para mim sentir a areia do mar de novo só eu e o mar, agora que sou mãe. Eu o mar e minha filha. A ultima vez que estive sozinha em uma praia eu não tinha filha, e tinha tanta expectativa que não parei pra ouvir meu coração, não parei pra ouvir minha fé, não parei pra ouvir nem Deus falar comigo. Sofri, chorei, tive que abrir mão de sonhos e claro, Deus restaurou meu coração e me presenteou com um empréstimo pessoal divino inestimável; mas eu tenho vontade de voltar a uma praia, em uma costa e mostrar para minha filha, olha eu já tive e um dia terei de novo o privilégio de ter um quintal como esse, feito por Deus e bonito por natureza.
    Eu não quero ser uma pessoa irresponsável que não tem compromisso com o dia de amanha, sei que tenho uma filha que preciso ajudar a encontrar o seu próprio caminho, cercar de amor e dar a ela segurança emocional, física e estabilidade financeira para crescer com saúde e bem. Eu quero poder dizer com segurança para minha filha que se ela estiver decidida a fazer algo ela precisa saber que haverá consequências e não porque eu quero que ela faça ou não algo por mim ou para mim. e eu sei que ela só vai poder ter essa segurança se eu tiver essa segurança. Então eu preciso desenvolver essa segurança.
    
    

terça-feira, 21 de julho de 2020

A chegada do Bob

Deus vibra em uma sintonia tão harmônica que quando conseguimos entrar nela sentimos uma paz tão inexplicável que não dá pra descrever.  Encontrei isso no olhar de um cachorro, na foto de internet. Loucura, mas eu via a foto desse cachorro desde abril na pagina desse abrigo e pensava, ele faria tão bem para minha filha. Eu ficaria tão mais leve se tivesse um cachorro! Mas, bom já escrevi sobre isso. A chegada dele quarta feira passada foi justamente o que eu pedi a Deus para encontrar a paz que estava me faltando. Sinto que desde que ele chegou estou organizando melhor meus pensamentos, minhas emoções, minhas determinações sobre o que eu quero para o meu e o futuro da minha filha. È muito gostoso o que sentimos quando temos a certeza do que podemos fazer o bem para outras pessoas e para outros seres vivos que não estão conosco por interesse.

            Isso é uma das coisas que ficou bem nítido depois da chegada do Bob. A constante ameaça de se você não fizer eu vou encontrar quem faça no seu lugar, ou faz isso ou não farei aquilo, e coisas do gênero que transformam a relação em uma eterna troca de interesses de faça isso para que eu faça aquilo. Eu sei que é estranho isso. As relações humanas são baseadas em uma troca de emoções, e sentimentos, mas existe um limite entre o que são essas trocas baseadas em interesses e o que são essas trocas baseadas em simples existência. Eu sento e fico lá no quintal alisando o cachorro com minha filha só olhando o céu e vendo as nuvens passarem, às vezes falamos alguma coisa e achamos a manha perfeita. Ficamos cada uma fazendo suas coisas no mesmo ambiente e gostamos do silencio de estarmos juntas no mesmo ambiente.

Mas o nosso silencio parece incomodar e eu cansei de tentar entender. Sabe quando a companhia é leve e não precisa de palavras? Isso é raro, mas tenho com minha filha, vejo que minha mãe teve isso com minha irmã, ou eu acho que teve, porque tenho ciúme da relação delas porque as duas me falam coisas que eu não sei se é verdade, eu não sei.  A verdade é que não importa o quando e onde, se estou bem consigo compartilhar de momentos assim somente com a minha filha e poucas pessoas que chamo de amigos. Tenho sim vontade de pode sentir isso com minha mãe, mas não posso dizer que sinto. Hoje lembrei que me sentia assim com meu primeiro esposo, e no momento que parei de sentir isso começaram nossos problemas no casamento; no segundo a mesma coisa, e o problema não foi com eles, nem comigo, na verdade olhando de forma racional não houve um problema. Simplesmente não prosseguiu.

Uma relação deve ter o afinco de duas pessoas. Esse sentimento de simplesmente ser é bom pra mim e pra minha filha porque eu não tenho que agradar ela o tempo todo, e não sinto essa necessidade. E graças a Deus percebo que não estou cobrando ela de me agradar o que faz ela ficar a vontade comigo também. Isso Eu sinto também com os amigos que me deixam a vontade e é como eu vejo que funcionava com todos com quem eu je me senti assim e depois deixei de sentir. E Deixei de sentir porque passei a acreditar que precisava agradar, precisava porque a pessoa pediu algo que eu não me senti capaz ou não era capaz de dar ou fazer; ou achei e acreditei que não fosse. Independente de qual origem dessa necessidade eu não consegui identificar antes que ela acabasse por destruir o relacionamento e me afastar da pessoa ou transformar a relação até o quase completo fracasso como é hoje minha relação com minha mãe.

Então eu não me arrependo de nada do que eu fiz, e acredito que muito das coisas que eu deixei de fazer eu tive a racionalidade de entender que me fariam mais mal faze-las. Nesse momento eu sei que do pó Deus pode fazer argila e da argila o barro e do barro o homem a sua imagem e semelhança. E sei que se for da vontade dele meu relacionamento com minha mãe pode melhorar. Só não posso ficar sacrificando minha relação com minha filha até que minha mãe esteja pronta para viver esse novo que Deus já tem preparado para nos duas. Então o Bob já faz parte da nossa vida e tem me mostrado a importância de ter o pé no chão sobre o que eu realmente quero para o futuro com minha filha, e a única forma de conseguir isso é realmente voltando a trabalhar e isso só vai acontecer quando meus problemas de ansiedade e depressão e diabetes forem solucionados; já estou me preparando psicologicamente para a cirurgia bariátrica, e essa pandemia sendo contida eu vou fazer essa cirurgia.

E ai veio outra questão. Minha mãe começou a falar que não vai me aceitar morando com ela depois da cirurgia se eu operar antes dessa pandemia passar porque ela considera um risco de exposição alto demais para mim e para meu pai e toda a família operar em pleno auge da pandemia. Ela esta certa. E enquanto escrevo esse texto percebo o quanto ela esta certa nessa questão. Eu tenho que começar a me conter nas criticas que faço a minha mãe. Uma conhecida que tenho tido muita afinidade já me falou que o universo conspira a favor dos que vibram em sintonia com ele, e é uma sintonia de amor, uma vibração positiva. A prova disso é o estado emocional que eu consegui estar para ter a alegria de hoje dizer que o Bob faz parte da nossa família. Ele é uma realidade que antes de ser tangível foi vibrado no meu intimo com profundo sentimento e carinho e amor e um querer que Deus sabe o tamanho da minha necessidade.

Ver minha filha brincando de boneca com ele como se fosse uma colega da escola é tão gratificante; ver o cão correndo pela grama quando vamos passear e poder soltar um pouco para se cansar e exercitar as pernas! Eu fico emocionada e grata por poder ver e participar de momentos como esses. É muito bom e muito emocionante poder viver momentos assim. Poder ter com quem compartilha é muito gostoso também. Minha mãe tem ido com a gente nos passeios no final da tarde quando a saúde dela permite. E com todos os nossos problemas de relacionamento ela estar se entendendo com minha filha e mantendo uma relação saudável com ela pra mim é uma vitória. E acredito sim que para ela também é.

Hoje ela falou uma coisa para mim na hora do almoço que me deixou pensativa. Disse que eu sou muito dura com ela, de um jeito que não sou com outras pessoas. Ela tem razão? Eu não sei. Talvez tenha, vou avaliar se realmente estou me comportando e exigindo dela coisas que não exijo de outras pessoas, claro que minha relação com ela tem que ser diferente já que é minha mãe, quem sabe seja hora reavaliar a forma como lido com as emoções que me fazem levar tudo a ferro e fogo com minha mãe, agora que tenho o Bob para me ajudar a extravasar minhas emoções com exercícios, caminhadas e longas reflexões de trocas de olhares e chamegos caninos.

 


quarta-feira, 8 de julho de 2020

08/07/2020

          O que faz uma pessoa ficar feliz com a lagrima do próximo? Porque ver que a outra pessoa se entristece com nossas atitudes faz bem e em que ponto isso pode ser definido como psicopatia? Eu vejo seriados, assisti filmes e não entendo. Claro não estudei psicologia na universidade para tentar descobrir porque acredito que se houvesse uma resposta para essa questão não haveria tantas pesquisas cientificas e trabalhos com diferentes perspectivas sobre o assunto.

            As pessoas vivem diferentes experiências, e isso faz com que elas tenhas diferentes entendimentos de uma mesma situação. Existem grandes pensadores que falam sobre consciência coletiva, sobre coletivo imaginário e sobre coisas compartilhadas universalmente como algo utópico. Mas no mundo de hoje isso pode ser considerado de forma mais palpável. Antes era difícil de imaginar que uma pessoa do outro lado do mundo pudesse ter a mesma ideia sobre múltiplas personalidades disputando o consciente de uma pessoa racionalmente dentro de um individuo totalmente sociável, imagine três pessoas com a mesma ideia, quanto mais quatro, cinco pessoas? Mas incrível, isso acontece! Porque eu sei, porque aconteceu comigo.

            Quando resolvi voltar a escrever comecei um de vários escritos e entre eles um era sobre personificar emoções e escrever sobre como elas se colocavam dentro de mim como pessoas que discutiam e argumentavam me enlouquecendo mas não tirando a minha razão e eu acabava sendo até mesmo engraçada sobre o assunto. E falando com uma conhecida sobre a ideia do que eu estava escrevendo descobri que tem um seriado sobre isso. E quando eu cheguei a casa, olhei na internet e descobri que esse seriado é baseado em um livro que foi baseado em um anime japonês que foi baseado em um filme antigo de não muito sucesso de muitos anos atrás!

            Tudo isso me faz pensar se existem nesse universo virtual pessoas que passam pela experiência de ter por perto pessoas que ama e não consegue manter distancia por um ou outro motivo e que te machuca ficando feliz e satisfeita quando percebem que conseguiram te machucar? Porque eu realmente gostaria de poder conversar com essas pessoas sobre como podemos conseguir através de conversas anônimas nos ajudar e os apoiar para que possamos suportar a dor sem perder o respeito e sem alimentar  raiva ou sentimentos ruins que só servem para envenenar nossa alma e nos deixar amargos com a vida e pessoas que nada tem a ver com o que sentimos ao sermos magoados pela pessoa que tanto queremos por perto. E principalmente porque mesmo a pessoa sendo toxica a presença dela em nossa vida é tão necessária? Porque a sensação que eu tenho é de que podem passar mil anos e mil encarnações eu não conseguirei não ter essa toxicidade na minha vida se não resolver o motivo dessa dependência.

            Assisto seriado atrás de seriados, converso com meu subconsciente e com minha imaginação e não encontro uma resposta. Escuto musica, bebo meu chá. Me encanto com o som dos pássaros, e me deixo devanear as vezes no sorriso doce de ver minha filha descobrindo as coisas simples da vida. Eu não tenho resposta para tudo, preciso aceitar isso, nem tudo é perfeito, nem tudo tem resposta e nem sempre o encaixe acontece. È assim que as coisas são. E eu olho minha filha e me lembro que quando eu era criança eu não queria ser mãe, eu já tinha consciência que esse mundo era ruim demais para se trazer uma outra vida pra viver nele. Como eu já podia saber disso? Porque eu sabia ou pensava assim? E ai eu percebo que não sei a resposta porque simplesmente não me lembro; assim como não me lembro de coisas que certamente foram boas da minha infância.

            Vale a pena buscar essas memórias? Não. Foi a resposta do meu psicólogo. Ele me mostrou que não iria mudar em nada buscar essas lembranças simplesmente porque elas não iriam mudar em nada meu presente. E ele tem razão, elas não iriam mudar meu presente. Eu na idade da minha filha já não queria ser mãe, e eu sei disso e me lembro de não querer. Mas sei bem o momento em que decidi e escolhi ser. Sei e me lembro de tudo que passei para realizar essa escolha e hoje sou mãe. Ser mãe pra mim não foi um acidente, foi uma escolha. Cada decisão que tomei desde o momento em que aceitei viver para ser um vaso de amor na terra tenho vivido situações de escolhas difíceis, onde meu querer tem sido colocado em questão.

            Ser mãe é uma escolha minha, e eu tinha no fundo do coração a vontade de exercer a maternidade sim, mas tinha também o medo. E por causado meu relacionamento toxico com minha mãe eu era muito mais apegada a esse medo do que a minha vontade. E quando aceitei ser um vaso de amor, eu entendi que ser amor não é ser egoísta, mas aprender a se amar sem ser egoísta. Aceitar que sou toxica para minha mãe e ela é toxica para mim é tão dolorido que me machuca escrever essas palavras, mas também me liberta. Não sei se algum dia ela vai ler isso, e muito menos se em algum momento eu terei coragem de conversar com ela sobre isso, mas só de escrever já consigo respirar melhor.

            Resolvi que não quero mais alimentar essa relação toxica com minha mãe mais. E principalmente que não vou desenvolver com minha filha um relacionamento toxico. Preciso desenvolver uma forma de me relacionar com minha filha sem essa toxicidade que permeia toda minha relação com minha mãe e a única forma de fazer isso é purgando minha relação com minha mãe. Agora que a decisão foi tomada eu preciso de ajuda. E a ajuda precisa vir de uma consciência coletiva que eu preciso encontrar nesse universo virtual. Nessa consciência coletiva que permeia o subconsciente coletivo que existe acima de todos nós.  

             Eu assisto series sobrenaturais, e acredito em muita coisa, mas já adianto que uma coisa é acreditar no sobrenatural, e outra é acreditar em sobrenatural. Se isso ficou claro vou responder aos comentários do blog e do capitulo. Se não me desculpe. Já pratico hoponpongo e estou ensinando do meu jeito a minha filha de 3 anos e 8 meses. Esta sem nos ajudando muito. Mas ela esta na fase da teimosia, e estamos tendo muito trabalho para superar esse comportamento dela.  Agora principalmente, eu quero de verdade que minhas palavras possam ser apoio e ajuda a alguém, e ser ajudada ou apoiada por alguém. É tão difícil não poder ouvir nada sobre esse assunto além da voz do meu próprio consciente ou subconsciente falando com meus personagens imaginários.


terça-feira, 16 de junho de 2020

16/06/20

            Dia longo, começou bem, e terminou bem, posso considerar assim. Foi um dia, parecia que não ia acabar, teve de tudo, comi, sorri, chorei, me orgulhei da minha filha, tive motivos para sorrir, motivos para chorar, olhei para o céu e pedi para Deus uma resposta, mas também agradeci pelas bênçãos que tenha na vida. Sentei aqui na frente do computador para escrever e percebi que não tenho muito o que escrever que não seja repetitivo e cheio das mesmas coisas que tenho escrito todos os dias que venho escrevendo todos os dias, minha rotina é monótona, todos os dias as mesmas coisas. O mais incrível é que todos os dias sendo a mesma coisa eu não estou dando a importância devida ao personagem principal da minha vida, a única peça importante da minha vida que faz ter algum valor e sentido tudo que eu reflito, faço e penso todos os dias. Deus

            Parece piegas? Mas que seja, estou emotiva, fui ao medico e recebi noticia nada legal de se receber, mas vida que segue, estou viva, respirando, muitos não podem gozar desse privilegio, então vou sim agradecer a isso, até porque faz anos que gozo desse privilegio por pura misericórdia de Deus que por algum motivo que eu só posso imaginar achou graça em mim. E se Ele achou graça em mim e tem me dado a graça de estar viva com todos os defeitos que eu tenho e essa vida piegas que eu levo cheia de defeitos e dilemas chatos ele vai achar em você também. Não pense que esse privilégio vem sem nenhum custo, mas descobri que o custo pagamos sem pensar no preço porque descobrimos que a graça não tem valor que pague.

O sentido dessa frase só quem já entendeu vai sorrir de agora em diante, agora se toda essa loucura é demais para sua cabeça e tá muito difícil acompanhar pode se despedir. Talvez a carga seja demais para você o amor pode ser um fardo pesado demais, é mais fácil fazer sexo.  Os segredos do amor são para quem quer exercitar cada fibra do seu ser das formas mais interessantes e impensáveis e que se permitam ter dentro de si a capacidade de viver em empatia com o próximo. Se você consegue isso pode ser que esse seja um ultimo post que vc leia por alguns dias. A noticia de hoje me abalou demais. Escrever minha rotina diária não vai me ajudar, e amanha precisarei fazer repouso, na quinta tenho mais exames.  E na sexta, bom, na sexta nem sei o que tenho que fazer mais.

Só queria poder ter um colo, um abraço silencioso, sem palavras forçadas, sem perguntas sem respostas, sem expectativas, so a presença que eu falei em um post outro dia sobre amizade. Eu só precisava disso hoje. E por algum motivo o único abraço que tenho é o da minha pequena de três anos e sete meses. Deus me dê a sabedoria para passar pela prova, mesmo que sem entender seus motivos, que eu tenha a força para chegar do outro lado.


segunda-feira, 15 de junho de 2020

15/06/2020

Acordei com vontade de fazer algumas coisas, mas fiz apenas o que sinto que posso fazer sem ofender a dona da casa. Não sei explicar porque tenho essa constante sensação de que estou ofendendo minha mão com tudo que eu faço. Parece que tudo e errado, se eu peço permissão estou sendo sem iniciativa, se eu faço sem perguntar estou sendo muito intrometida nas coisas da casa. Fica complicado agrada uma pessoa que vive procurando defeitos na sua conduta. E eu desisti já faz um tempo de descobrir como agradar a ela e satisfazer suas vontades.

            “Desde que minha filha nasceu eu entendi que satisfazer minha mãe era algo impossível, e que se eu conseguisse conviver com ela sem a constante ameaça de guerra para construir uma relação sadia e amiga, com amor e cumplicidade, tendo na minha filha um elo de fraternidade. Eu estava conseguindo, ou pelo menos me iludi achando que estava conseguindo isso quando fiquei gravida e me mantive no rio de janeiro, enfrentei todos os desafios sozinha, para ter minha filha e a maternidade foi mais um obstáculo que materialmente ela me ajudou a distancia. Sem o apoio material dela provavelmente eu teria tido muito mais dificuldade de enfrentar, mas olhando para trás eu sei que não teria desistido.

             Me iludi por acreditar que eu conseguiria passar uma borracha por cima de tudo que aconteceu, senti e vivemos e iriamos começar de novo. A verdade é que não conseguirmos, frases constantes de : o meu consolo é que você vai passar com sua filha tudo que eu passei com você me atingem de forma dolorida. Porque eu sei que fiz minha mãe passar por situações muitas vezes constrangedoras, fiz coisas que olhando agora como mãe me arrependo, mas olhando minha filha eu vejo que ela não terá motivos para agir da mesma forma, eu não irei culpar ela por tudo que os outros vierem me falar que ela fez sem nunca acreditar nela, sem nunca dar a ela o direito de se defender e apresentar sua versão da historia. Quero e peço à Deus por misericórdia cada vez que escuto essa frase, não porque amaldiçoou minha mãe, mas porque sei que como ser humano as pessoas erram, e aprendemos com nossos erros e com os erros dos outros.

            Podemos aprender errando, observando o erro dos outros, ou tendo empatia. Ou podemos simplesmente ter memória. Eu não me permito esquecer algumas sensações que eu tive e me ensinaram, alguns chamam de rancor, eu não acho que seja, se fosse eu me lembraria o nome das pessoas que estavam envolvidas nas situações, mas eu só me lembro da situação em si e do sentimento que ela me trouxe, então não acho que seja rancor. Foi dilacerante e me machucou demais levar uma surra do meu pai por uma coisa que eu não havia feito, alguém sabia que eu não havia feito e assistiu eu ser castigada por aquilo e não me defendeu. Aquilo até hoje me vem na memória quando eu sei de algo e vejo alguém sendo injustamente acusado por aquilo. Podem me chamar de boba! Sei que posso nem ter passado por isso. Pode ser uma impressão forte que ficou de algum filme que vi quando criança. Mas sou assim.

            Isso é muito forte em mim, que já me coloquei em perigo por isso. Se não morri é porque Deus teve misericórdia e colocou anjos para me protegerem. A mais recente das vezes foi saindo do hospital, minha filha internada na UTI e eu fui assaltada, levaram meu telefone, foi muito rápido, dois drogados, aparentemente armados, Caxias – RJ, Viaduto da Dutra, Próximo a Maternidade; ali é ponto conhecido de drogados e ladrão. Mas naquele dia eu estava distraída, extasiada por minha filha ter saído de uma unidade de terapia super intensiva e ido para uma de terapia um pouco menos intensiva, tinha passado minha primeira noite em claro sentada em uma cadeira de bar velando pela minha bebê dentro do hospital ouvindo choro de neném e bip de maquinas de hospital. Minha cabeça estava zoada. Quando os ladrões chegaram, eu me desesperei e tentei segurar o telefone, eu só pensava nas fotos da minha filha que eu tinha tirado durante a noite. Eles me empurraram e levaram o telefone e só não atiraram em mim porque apareceu um senhor correndo e eles correram.

            O senhor me acompanhou aos prantos até o ponto de ônibus, me deu dinheiro para que eu pudesse pegar um ônibus para ir para casa e comprou uma agua pra mim. Ele e outras pessoas no ponto tentaram me acalmar, eu não conseguia falar, o que ninguém sabia, ninguém precisava saber e eu só tremia e soluçava. Lembrei do cartão de crédito do pai da minha filha que estava na bolsa, do meu cartão de banco. Sentei, chorei e chorei. Do nada começou uma gritaria e quando eu vi as pessoas se juntavam e pareciam agredir uma pessoa no chão e tinha uma coisa ao lado. Era minha bolsa! Eu não pensei, entrei no meio daquela gente que agredia aquela pessoa e peguei minha bolsa. Não tinha sido ele que pegou minha bolsa. Ele olhou pra mim e disse eu vi quando pegaram da senhora e jogaram fora, achei que a senhora ia querer as roupinhas. Eu olhava pra ele e não conseguia chorar mais, levantei e comecei a gritar com as pessoas, chamar todos de loucos, falar que aquilo não se faz. Até que um deles falou: quando os caras te roubaram eles não perguntaram nada pra senhora, a gente ia esperar ele te matar pra fazer alguma coisa?

            Isso me fez pensar, naquele dia eu entendi uma coisa, moramos em uma sociedade tão doente que mesmo quando queremos ser bons somos compreendidos de forma errada pelas pessoas. Apenas porque as pessoas não sabem mais o que é exercitar a boa ação com o próximo. E não é apenas uma palavra, um texto ou um gesto aleatório. È um exercício diário que temos eu nos policiar em fazer sem escolher para ou por quem estamos fazendo. Para nos sentirmos bem com os outros e eles verem que somos bons? Não. Para nos sentirmos bons conosco e sermos bons apenas por sermos bons. Faz parte de ter um mundo melhor para nossos filhos sermos pessoas melhores.

            Eu não sei se vou conseguir ser uma pessoa muito melhor, não sei se consigo ser uma pessoa boa, conforme envelhecemos vamos ficando chatas, eu já tenho algumas manias de velha, mas estou me policiando para essas manias não se tornarem insuportáveis. Apenas quero a sabedoria de conseguir mesmo com minhas manias acompanhar minha filha e sua trajetória sem me colocar no seu caminho ou interferir no seu desenvolvimento. Quero poder ver ela desabrochar e ser um apoio nesse florescer dela e não fazer ela se sentir presa a mim como muitas vezes eu me sinto com minha mãe.


domingo, 14 de junho de 2020

14/06/2020

        Ontem comecei a assistir o seriado Arcanjo Renegado no Globo Play. Minha mãe assina e eu resolvi aproveitar essa vantagem já que tenho que tomar meus remédios as dez horas e não posso adormecer antes das onze horas. Tudo isso me faz refletir sobre coisas como; não posso dormir antes das onze porque se eu acordar antes das 5 eu não tenho uma casa minha pra limpar e me sentar na varanda pra aproveitar uma xícara de café e esperar minha filha acordar me procurando pelo bom dia, mas eu quero essa rotina? O que eu faria se eu acordasse mesmo as cinco horas da manha? Minha filha não para da hora que acorda até a hora que vai dormir e nesse tempo de quarentena estou ficando realmente esgotada de ideias e energia para tentar evitar deixar ela mais de 4 horas por dia na frente da televisão e me orgulho disso. Mesmo quando sou criticado por ela estar na frente da tv.

            Voltando, eu assisti o primeiro episodio do seriado da globo, e juro que entendo porque a emissora esta sendo tão atacada pelo governo e toda a rede de políticos que manda no Brasil. Foi muita coragem colocar no ar, gravar e deixar disponível esse seriado, as pessoas que nunca moraram no rio de janeiro devem pensar, é uma obra de ficção; exagero pensar que essa realidade é o que se vive lá. Eu morei lá, não na cidade do rio, talvez com meu temperamento eu não estivesse escrevendo esse blog hoje; mas morei no rio de janeiro; o estado. E onde eu morei pude ter contato com parte da realidade que o seriado mostra. O seriado aumenta, sim; mais não inventa. Exagera, amplifica, e dá aos atores a possibilidade de serem atores, mas não fogem da realidade que nosso país vive; e lamento dizer que não é só n o rio de janeiro.

            Se procurar as noticias que não são tão divulgadas e não tem tanta audiência, porque preferimos ignorar as noticias que não nos fazem bem, vamos ver que a corrupção que alimenta o trafego e a violência nos subúrbios das grandes cidade, com a falta de atenção a educação e saúde as classe mais desfavorecidas da nossa sociedade são o que move a ambição das pessoas que querem sempre mais poder. E é o nosso silencio que permite que essas coisas continuem acontecendo, é o meu silencio, é a minha apatia, e tenho vergonha de dizer e escrever isso porque eu sei que se eu não precisasse me esconder atrás da tela desse computador para defender meus ideais eu poderia fazer alguma diferença.

            Mas me sinto pequena, cresci acreditando que não tinha forças para conseguir fazer diferente nessa sociedade opressora e luto atrás da tela desse computador para ter forças e encontrar uma forma de não passar essa fraqueza pra minha filha, quero que ela possa se sentir forte para lutar se ela assim quiser lutar, não vou depositar nela meus sonhos e ideais. Mas darei o meu melhor para que ela tenha forças e consiga escolher não se sentir inútil e impotente diante de tantas injustiças e tenha que recorrer a medicações para conseguir superar as frustrações que nada mais são que gritos de uma alma frustrada pela impotência de viver em um corpo prostrado pela falta de atitude.

            E a vontade vem, os planos são feitos, e eu me conscientizo de tudo isso e juro que quero mesmo fazer, mas é uma moleza que domina meu corpo, eu não sei explicar, é mais forte que eu; estou aqui agora escrevendo por ter esse grande defeito, não conseguir mais deixar as coisas pela metade. Tenho que terminar quando começo e já que comecei. As vezes eu demoro não porque não pretendo terminar, mas porque mudei de ideia sobre como vou concluir o que comecei, como o cachecol de crochê tailandês que eu comecei e que já decidi ontem que vou fazer ele ser não um cachecol. Mas será parte de um cobertor que farei de tiras de crochê do mesmo estilo com varias cores de linha. Quando irei terminar eu não sei. Um dia eu termino. Me distraio com vontade de aprender uma coisa nova, um novo desafio, e quando percebo estou empolgada com algo novo e aquilo que antes me deixava interessada e me animava eu perdi o interesse e nem sabia porque.

            A única coisa que isso não aconteceu foi o meu negócio de alongamentos de unhas, massagens modeladoras e fitness inteligente. Nossa como aquilo me deixava realizada. Eu fiz planos. Eu acreditei neles e estava trabalhando com os pés no chão para realizar cada um deles, sem viajar em ideias mirabolantes. Eu simplesmente sabia o que deveria saber em cada passo que eu deveria dar sem escorregar. Eu estava sentido que mesmo pisando em terreno liso eu estava segura. Tinha planos de comprar o aparelho da minha mãe parcelado! No entanto estamos passando por uma pandemia mundial, e moramos no Brasil, o país onde os brasileiros se preocupam em brigar para saber qual politico está certo em querer liberar o dinheiro para permanecermos em casa para morrermos de fome; enquanto o pobre que diz que está morrendo de fome pega o dinheiro de comer e vai para o shopping “ver gente”!

            Meu negocio está parado, não estou fazendo propagando, oferecendo serviços, primeiro porque sou do grupo de risco, segundo porque o salão onde eu ofereci meus serviços também esta de portas fechadas e por ultimo e mais importante se o povo diz que não tem dinheiro pra comer como vai ter dinheiro pra serviços de estética e beleza? A verdade é que muita coisa vai ser muito diferente quando voltarmos a conviver se essa pandemia passar. Será que só eu pensei que essa pandemia pode não passar como a do HIV nunca passou e é uma pandemia até os dias de hj? Vamos acordar povo, precisamos aprender a lavar as mãos mais rápido, usar álcool gel, manter distancia!


sábado, 13 de junho de 2020

13/06/2020

O importante não é ter, é ser. Uma frase bonita, de efeito e muito repetida por quem não tem muita coisa, e não pode dar algo de muito valor para outra pessoa, ou até aquelas pessoas que dão as coisas mas acham que o que estão dando para a pessoa que presenteiam é de um valor monetário tão pequeno que menosprezam o próprio presente usando essa frase que hoje em dia não tem mais um sentido que se possa filosofar, ela simplesmente é o que esta dizendo ser. Algo de efeito para justificar algo que poderia ter mais valor do que realmente tem;

            Mas essa frase tem sentido além do que se quer falar para algumas pessoas que a escutam, ou que a escrevem. Algumas, como eu, conseguem filosofar em cima dela e pensar além do que as palavras juntas podem significar. Extrapolar a ideia de ter algo e ser algo para mim vai muito além do dar, fisicamente algo. Simplesmente estar próximo de alguém em um momento de dor é algo importante, pode não parecer nada, mas eu acho que estarmos próximo de alguém quando essa pessoa recebe uma noticia ruim, ela sabendo que pode te abraçar se segurar em você em qualquer circunstancia, ser presença, apenas estar ali, isso é importante. Eu tento ter para minha filha essa pessoa; se me perguntarem porque, a única resposta que tenho é porque eu gostaria de um dia quem sabe poder contar com a mesma presença dela. Sei que é ilusão minha. Ela é um ser separado de mim, vai desenvolver os próprios sentimentos, emoções, e Deus me livre que ela viva as mesmas coisas que eu para desenvolver a empatia e o carinho pelas pessoas. Mas sim, eu gostaria que minha filha aprendesse pelo meu exemplo a ser para mim e para outras pessoas a presença amiga e simples que eu sinto tanta falta de ter por perto.

            Essa é uma das coisas que eu sinto falta da minha vida no rio de janeiro. Eu construí lá amizades assim. Tenho contato com elas até hj, fiz um grupo com elas, uma delas saiu do grupo, disse que o celular trava, mas a verdade é que ao longo da minha vida eu conto nos dedos as amigas que trago no Peito e no coração. Cada uma com sua personalidade própria. E escrevendo aqui, percebi que elas são exatamente cinco. Três desde antes de a minha filha se tornar uma realidade na minha vida, elas acompanharam minha trajetória e minha transformação de mulher em mãe. E Duas que entraram na minha vida no processo da maternidade e que eu mantive bem perto do meu coração porque adoro a presença delas na minha vida e principalmente porque são as cinco pessoas maravilhosas que me fazem bem demais cada uma no momento certo. Se elas lerem esse texto sei que vão se identificar aqui. Eu poderia descrever cada uma delas, mas acho injusto colocar características porque a única em comum com elas sou eu e elas não se conhecem e eu coloquei elas em um mesmo grupo por minha conveniência e deleite em facilitar ao compartilhar meus gostos de piadas e vídeos engraçados. Acho que foram educadas em não saírem, aproveito a oportunidade para agradecer.

            Não digo com isso que só tenho cinco amigas, longe disso, mas amizades dessas, onde simplesmente é, você pode passar anos, meses sem falar, mas quando falar vai ser igual, essas eu não posso contar mais que essas cinco e mesmo essas, eu sei que duas ficariam meio desconfiadas se eu sumisse por anos e voltasse como se nada tivesse acontecido e certamente me receberiam tipo: nossa lembrou que estou viva ainda? O Importante nisso é que essas amizades não começaram comum oi tudo bem, e não se fortaleceram com nossa você esta linda, cada uma foi diferente, com cada uma houve algo de especial, algo de único. Cada uma delas tem uma peça importante da minha personalidade que eu preciso ter contato e Deus me faz acessar quando esta se ausentando de mim. Ou quando eu mesma não identifico ele toca na pessoa a faz ela me procurar, é incrível.

            Esse tipo de amizade não tem frase que supere o sentido de o que importa não é ter e sim ser pra mim, e isso é o que eu sou de mais essencial, e o que quero poder deixar de exemplo pra minha filha. O ser humana, o ser amiga, o ser gente, o ser o que consegue olhar o outro além do que o outro que mostrar porque muitas vezes o outro só mostra aquilo que acha que os outros querem ver e nem sempre percebe que os outros querem ver aquilo que somos e sentimos tanta falta de sermos verdadeiros! Essa quarentena tem nos mostrado o quanto isso é real e como isso afeta nossas relações mais intimas, dentro das nossas famílias, não conhecemos as pessoas que moram conosco, não sabemos seus gostos, preferencias, sentimentos. Estamos sabendo nos expressar com elas? Porque temos medo de dizer o que sentimos para quem vive com a gente?


sexta-feira, 12 de junho de 2020

12/06/2020

            Hoje foi dia de ir ao psicólogo, sair de casa. Ou seja fazer tudo que se tem para fazer na rua. Claro que não foi feito tudo, esqueci, por exemplo, de ir à empresa da internet assinar o contrato para que eles venham instalar, o que me fez pensar na possibilidade de tentar o aparelho que pagaríamos uma taxa de mensalidade e poderíamos ter um sinal melhor distribuído pela casa. Mas isso eu precisaria ir lá conversar com eles e eu não fui. Fui a fisioterapia, como eu me sinto bem quando ela liga aqueles aparelhos de eletrochoque e coloca na intensidade máxima nos pontos de dores e a musculatura das minhas costas ficam relaxadas. Eu sei que deveria ir mais vezes para ter um resultado ainda melhor, e vou começar a ir duas vezes por semana, nos mesmos dias que eu for no pilates irei na fisioterapia, sendo que na sexta vou no psicólogo também.

            A terapia hoje foi diferente, consegui fazer algum progresso, escrever tem sido bom, eu consigo colocar aqui muita coisa e quando chego lá aproveito melhor meu tempo! Ele me falou que é bom isso, me ajuda a definir o que eu realmente quero, eu estou conseguindo me dar um norte, mesmo dando muitas voltas e me contradizendo demais, ficando um pouco confusa em elguns pontos, se eu voltar e ler o que eu escrevi antes de dar continuidade eu posso conseguir me dar alguma direção firme e me determinar seguir nela para poder ter um norte. Senti-me otimista com isso. E também conversei com ele sobre minhas memorias, a confusão que sinto ao pensar que não consigo ter elas da mesma forma que outras pessoas têm. Alguma coisa acontece que existem momentos que eu me lembro com uma nitidez por terem sido de um forma e outras pessoas que viveram o mesmo momento se lembram de um jeito totalmente diferente. E eu consegui conversar com o terapeuta sobre isso. Considerei um progresso e me deu um alivio.

            Ele me disse para parar de focar nas memorias e nesses momentos porque isso só vai me trazer problemas, eu tenho que focar em resolver meus problemas atuais. Eu que tinha medo de falar sobre esse assunto e achei que ele teria uma teoria sobre essa diferença nas memorias fiquei chocada, ele apenas falou, não foca nessa diferença, ela não vai mudar em nada a sua realidade hoje. A sua verdade é a sua lembrança, a da pessoa é a lembrança da pessoa e nem vc vai mudar o que ela lembra nem o contrario, não tem porque querer entender isso, foca no hoje, esse é o objetivo! E essa explicação que ele me deu me fez entender algo e desmistificar uma coisa que é tão simples e ao mesmo tempo tão complicada.

            Eu entendo meus amigos psicólogos, e de verdade, passarem anos estudando, darem palestras e escutarem algumas pessoas fazendo piadas da profissão deles. Ser psicólogo é uma profissão cruel. Eu conversando comigo e escrevendo alguns desses diálogos não consegui chegar a essa conclusão depois e escrever a quantidade imensa de textos que eu escrevi e reli e editei, sendo desses apenas dois ou três publicados aqui. Chega algum espertinho que acha que porque leu um ou dois textos sobre Freud entende de psicologia e pode te ajudar a resolver seus problemas. Escrevendo isso, acho que se eu tentasse fazer alguma terapia com um desses caras despreparados eu deixaria eles em estado não critico que eles teriam que procurar terapeutas especializados.

            Agora falando sobre minha oportunidade de sair de casa, gente o mundo está estranho do lado de fora, alguém mais que ficou em casa, e respeitou  essa quarentena percebendo isso? Porque tipo assim, eu respeitei, não só por ser do grupo de risco, a falta de grana, para o combustível, ser solteira, e mãe ajudam nessa decisão; mas também o medo de trazer o vírus pra casa, estou morando com meus pais e não quero colocar em risco a vida deles, muito menos a ada minha filha; tanto que por esse motivo ela não pode abraçar o pai já tem três meses. Ele mora em outro estado e não pode vir nos visitar para respeitar nosso isolamento. Mas as coisas lá fora estão esquisitas.

            As pessoas divulgam no Facebook que não aguentam mais essa quarentena, que precisam trabalhar porque as coisas estão faltando em casa, que não podem pagar os salários dos pais, que esta faltando gás em casa, e não tem ninguém pra por comida na mesa do pobre. Mas quando o governo e as coisas abrem não são os supermercados que lotam seus corredores com as pessoas brigando por um pacote de arroz como no aniversário do Guanabara no Rio de Janeiro. É o Shopping com pessoas fazendo compras para o dia dos Namorados!

            Pelo amor do mais sagrado do que você tem na sua vida! Pelo amor de Deus! Você não tem dinheiro? Ou não tem dinheiro pra pagar o funcionário? E as pergunta vai além, É a quarentena que você esta evitando ou a sua casa? Sua Família? Não temos mais para onde sair, então vamos manter os estados civis que estamos, (na melhor das hipóteses isso no caso de quem é comprometido), então quem pode sair aproveitou para ir gastar o pouco tostão que tinha pra comprar algo material para a pessoa que chama de namorado porque ainda nesse tempo todo de isolamento, não compreendeu que melhor que ter é ser!

            Até quando a humanidade vai se perder nessa vibração de achar que o material supera o espiritual. Estamos vivendo uma realidade onde uma grande parcela da humanidade se curva diante de um pequeno e minúsculo ser vivo capaz de matar em questão de horas e ainda não tem vacina nem cura. Então Eu termino o meu desabafo de hoje dizendo que sim, temos que ter consciência que precisamos do material para ter o que vestir, comer, onde morar, mas que nada disso importa ou tem relevância se quem estiver do nosso lado não for presente de coração.