Escolhi educar minha filha de uma forma diferente da que fui educada, mais não tão diferente. Estranha essa frase? Mas real, meu sentimento é educar minha filha com as coisas boas que recebi dos meus pais, meus valores sobre respeito ao próximo e tolerância. Educação com as pessoas, aceitação das diferenças. Decisão tomada, vamos buscar as ferramentas; encontrei a disciplina positiva. Nossa quanto coisa; quanta ideia torta, muita falta de informação. Muita mistura de ideias tortas. Achei uma fonte segura, me encontrei em um lugar seguro para me informar. Agora posso respirar, tenho onde procurar me orientar para orientar a minha pequena quanto estiver me sentindo perdida. Mas, ela começou a falar; respirei, segui meus instintos, segui os textos, comecei os mini cursos, e claro passei a almejas participar de uma mentoria; Mas financeiramente... Bom, não era uma realidade que eu havia construído para não ainda.
Alguém já paru para olha para si mesmo e perceber o quanto mudamos depois que aceitamos o desafio de sermos mães? Porque eu escuto muito sobre os filhos, o desenvolvimento deles, o crescimento dos bebes, o como eles se descobrem crianças e vão se descobrindo e como devemos lidar com nossas próprias emoções e traumas para poder ser a fonte de força e segurança para essa criança. Ai eu percebi que não é isso, eu não preciso ser uma fonte de segurança para minha filha, eu posso em parceria com minha filha construir para nos duas a segurança de uma relação saudável onde ambas temos fraquezas e qualidades e nos ajudamos com elas. Eu mais por ter mais experiencia de vida e não por ser mais velha. Essa percepção me fez perceber como eu sou pequena nesse mundo. Mas ao mesmo tempo como eu sou o mundo para a minha filha.
Muito fora de orbita isso né? Estou rodeada de estrelas aqui pensando em como posso ter passado tanto tempo nesse infinito particular imaginando que em milhões de espaços e infinitos universos eu pequenininha pensei que poderia ser tão importante e significativa para alguém como eu sou pra minha filha e ao mesmo tempo tão dispensável. O que me fez perceber isso? Uma fala de um episodio do seriado que eu adoro muito: Lúcifer: linda fala para Amenadiel - Aproveita essa fase porque se fizermos um bom trabalho ele vai precisar cada vez menos de nós! E o Amenadiel fica lá com cara de espanto. Gente aquela musica; se eu pudesse dava pausa nesse momento. Tudo pode parar e gente... eu estou até agora refletindo sore todas as emoções que essa cena me fez sentir como mãe, como mulher, como pessoa!
Mas claro, é pensamento demais, então vou sentir... sentir, fluir, flutuar, respirar, admirar e ser grata. Gente, eu sou a mãe de uma menina linda de quase quatro anos que sabe olhar para mim e outras pessoas e falar: não fica triste que isso vai passar. Mas que chora porque o sol se escondeu atras da chuva e a sombra dela se escondeu dela! Sou uma mulher que se descobriu feliz por ser mão depois de passar a vida dizendo que nunca se permitiria ser mãe para não cometer os mesmos erros dos quais se sentia vitima. Sou uma pessoa disposta a encarar os próprios medos e fazer descobertas para desenvolver capacidades, corrigir erros e construir realidades para ter uma vida melhor com a filha que o universo em sua gigantesca unicidade colocou como minha.
Lembro claramente de uma pergunta que fiz à Deus sentada na beira da praia sentada em uma noite, se não me falha a memória na ultima noite que eu ainda morava no ES. Porque eu não consigo encontrar em outro ser um pouco do reflexo do amor que eu estou transbordando no mundo? Não obtive resposta; no dia seguinte terminei de empacotar minhas coisas, coloquei meu maio e fui para meu ultimo dia de praia com um colega, depois voltei, banho almoço, e tarde de conversa e despedidas, carregar o carro, venda dos objetos restantes, e despedidas da minha cachorra. Fiquei na rodoviária,eu e minhas coisas, toda minha vida em Duas malas grandes e uma mochila. O coração pesado, a dor de sair daquele lugar era grande, a magoa de não ter conseguido me construir ali era demais, eu não entendia o que eu havia feito de errado para Deus não ter me permitido ficar ali; não conseguia enxergar onde estava o livramento em me tirar daquele lugar que me fazia me sentir tão bem, tão livre e tão feliz.
Segui viagem, segui a vida, tentei me reconstruir, tentei viver; vivi. não vou mentir, me senti viva, em varios momentos eu me senti viva. Eu sabia que as forças que me mantinha eram maiores que eu, e acalentava no fundo da minha alma o calor dos primeiros raios de sol naquela praia, sentindo o cheiro de mar e sentindo no coração a certeza de que tudo tem um tempo certo para acontecer e nada acontece por acaso. Em tudo tem o mover de Deus, nas coisas boas e nas coisas ruins, sejam elas compreendidas ou não elas sempre são feitas por amor.Não me pergunte porque tenho essa certeza, nem quando exatamente eu comecei a ter essa certeza. Mas os dias passavam e a certeza só aumentava, quando conheci o pai da minha filha eu já tinha isso tão firme dentro de mim que era como se ele estar na minha vida fosse uma resposta de algo que nem eu sabia que tinha perguntado antes.
Eu conheci a mãe dele, tivemos uma vida juntos, dessa convivência nasceu uma linda menina, em outros posts eu já falei sobre ela, acho que já citei sobre a gestação, mas o foco desse post não é falar desse percurso nem dessa história, mas da certeza de que Deus cuida, de que o relacionamento com ele não depende de um estabelecimento, de um grupo de pessoas que compartilhem da mesma filosofia que você. Sei e posso afirmar isso sem medo nenhum. A pergunta que fiz a Deus não foi respondida na linguagem humana que eu esperei que fosse, a resposta me foi colocada na forma de sentimentos que eu tive que me abrir para ser capaz de perceber. Fácil? Não. Se tem algo que não é fácil é conseguir se abrir para sentir as respostas das perguntas que fazemos para Deus, porque esse sentir a resposta nos faz perceber que muitas vezes temos a resposta e não aceitamos. Ou a resposta não é o que idealizamos que poderia ser. Ou então criamos tantas expectativas em possibilidades de respostas positivas e negativas que quando sentimos a simplicidade da resposta ela nos deixa com a sessação de: nossa, é isso!
Educação com respeito não é fácil, estabelecer limites é algo que me fez superar muitos limitações pessoais minhas. Essa busca por auto conhecimento que é preciso ter para poder conquistar essa educação com respeito é algo desafiador e também magnifico. Sei que sem orientação esse desafio seria muito mais árduo. Mas mais uma vez Deus com todo seu cuidado colocou as pessoas certas ao meu redor e estou tendo a orientação profissional que eu preciso nessa busca. Esse processo meu esta sendo cercado de amor, cuidado e carinho como eu não me imaginei merecedora; e eu me pergunto porque eu não me sentia merecedora? Nem eu mesma sei, e acho que não cabe mais pensar nisso, simplesmente vou deixar o processo acontecer e me permitir sentir. É gostoso demais saber que tem uma mulher super criativa, merecedora de tudo de bom que é capaz de criar para si e para os que estão a sua volta, e com todos as dificuldade que existem em sua personalidade ela as molda para que não sejam pedras ou empecilhos para seu desenvolvimento pessoal e investe em relacionamentos.
Isso eu digo com simplicidade, estou investindo nessa relação com minha filha, sem criar a expectativa de que ela vá me devolver o investimento. Tenho pessoas que posso chamar de amigas que se importam comigo mesmo pensando de forma bem diferente da minha e me respeitam, e com toda distancia e as vezes tempo que ficamos sem nos falar ainda assim mantemos esse respeito e a proximidade de quem se conhece e faz piada juntos. Então posso me sentir em paz pelas minhas conquistas, e tranquila sobre a forma que escolhi criar minha filha. Estou conseguindo passar a ela minhas melhores características, e vejo nela as melhores características que eu vejo no pai dela, e mesmo não estando mais com ele como um casal não posso denegrir a imagem dele e dizer que ele não é uma boa pessoa.
Lembram da pergunta que eu claramente me lembro de ter feito a Deus em meu intimo relacionamento com ele na beira da praia? Eu senti a resposta também na beira da praia com os primeiros raios de sol. Foi na virada do ano de 2015 para 2016. olhando a areia da praia suja, o lixo que as pessoas deixaram para traz depois de aproveitarem o barulho ensurdecedor dos fogos de artificio e do show da virada de ano na praia, eu sentada em uma cadeira de praia, olhei para o pai da minha filha e pensei: como as pessoas podem simplesmente dormirem enquanto coisas tão lindas como esse nascer do sol é desprezado e ofuscado por tanto descaso e ignorância? O sentimento que me invadiu foi; as duas perguntas tem a mesma resposta. Eu até aquele momento não me lembrava da primeira pergunta com a mesma clareza que me lembro até hoje. Caminhei até a praia, molhei meus pés , e me deixei sentir a água gelada.
Não dá pra fazer ninguém sentir igual a você, e por mais poético que seja a forma que eu use para descrever a sensação não farei jus a esse sentido, então vou apenas falar do meu sentimento, afinal é algo meu. A água gelada tocando meus pés foi confortável, arrepiante e muito acolhedor, Meu coração acelerar e eu olhar para frente foi um pouco inusitado, uma onda se levantar a minha frente e me surpreender molhando-me da cabeça aos pés sem me derrubar foi como um abraço surpreendente de alguém que vc sabe que está por perto mas que não costuma fazer esse tipo de coisa e do nada te surpreende? tipo aquelas cenas de filme; eu acho que isso ilustra fisicamente como me senti. A segurança, a alegria, a certeza de que estava tudo certo, no lugar certo e que cada decisão tomada seria a certa era tão firme dentro de mim que eu quase não acreditava ser realmente eu mesma.
E foi assim que eu voltei da beira do mar flutuando, pisando as areias de Copacabana, na certeza de que era a ultima vez que eu estaria amanhecendo naquela parte da praia do rio por algum tempo mas feliz por isso, eu vi que o pai da minha filha já havia acordado e estava sentado na cadeira em que eu assisti o sol nascer, mas não me procurava, observava; não o sol, mas outras mulheres. Isso não me incomodou; me deu a certeza de que era hora de seguir em frente. A pergunta que eu acho que não poderei me responder é poque eu não segui em frente naquela época? O que me segurou por mais quatro meses ao lado dele, meses esses que mudaram nossas vidas; nossa filha existe graças a esses quatro meses. A certeza de que Deus tem tempo certo para tudo me faz saber que eu não segui em frente porque não era a hora ainda e que nem sempre fazer planos é o que funciona na vida da gente.
Podemos e devemos ter projetos e metas. Mas não devemos fazer planos. Por isso eu agora digo que escolhi educar minha filha na filosofia da educação com respeito. Tenho projetos com ela, e traçamos metas juntas. Tenho metas individuais para mim e estimulo ela a ter metas, apesar da pouca idade dela. Educar com respeito para mim está sendo muito mais um desafio de me conhecer e aceitar meus próprios limites para conseguir estabelecer os limites para minha filha nessa fase do desenvolvimento dela e da minha vida que sem o apoio emocional que tenho tido dos meus familiares, e de Deus eu acredito que já teria desistido dessa aventura. Minha meta agora é ser uma mãe consciente, presente e interessada. Feliz por conseguir entender essa parte das minha ideias que fiquei tanto tempo tentando organizar sem conseguir expressar realmente o que elas estavam representando em mim. sem conseguir sentir o que estava realmente fluindo em mim.