Deus vibra em uma sintonia
tão harmônica que quando conseguimos entrar nela sentimos uma paz tão inexplicável
que não dá pra descrever. Encontrei isso
no olhar de um cachorro, na foto de internet. Loucura, mas eu via a foto desse
cachorro desde abril na pagina desse abrigo e pensava, ele faria tão bem para
minha filha. Eu ficaria tão mais leve se tivesse um cachorro! Mas, bom já escrevi
sobre isso. A chegada dele quarta feira passada foi justamente o que eu pedi a
Deus para encontrar a paz que estava me faltando. Sinto que desde que ele
chegou estou organizando melhor meus pensamentos, minhas emoções, minhas
determinações sobre o que eu quero para o meu e o futuro da minha filha. È muito
gostoso o que sentimos quando temos a certeza do que podemos fazer o bem para
outras pessoas e para outros seres vivos que não estão conosco por interesse.
Isso é uma das coisas que ficou bem nítido depois da
chegada do Bob. A constante ameaça de se você não fizer eu vou encontrar quem
faça no seu lugar, ou faz isso ou não farei aquilo, e coisas do gênero que
transformam a relação em uma eterna troca de interesses de faça isso para que
eu faça aquilo. Eu sei que é estranho isso. As relações humanas são baseadas em
uma troca de emoções, e sentimentos, mas existe um limite entre o que são essas
trocas baseadas em interesses e o que são essas trocas baseadas em simples existência.
Eu sento e fico lá no quintal alisando o cachorro com minha filha só olhando o
céu e vendo as nuvens passarem, às vezes falamos alguma coisa e achamos a manha
perfeita. Ficamos cada uma fazendo suas coisas no mesmo ambiente e gostamos do
silencio de estarmos juntas no mesmo ambiente.
Mas
o nosso silencio parece incomodar e eu cansei de tentar entender. Sabe quando a
companhia é leve e não precisa de palavras? Isso é raro, mas tenho com minha
filha, vejo que minha mãe teve isso com minha irmã, ou eu acho que teve, porque
tenho ciúme da relação delas porque as duas me falam coisas que eu não sei se é
verdade, eu não sei. A verdade é que não
importa o quando e onde, se estou bem consigo compartilhar de momentos assim
somente com a minha filha e poucas pessoas que chamo de amigos. Tenho sim
vontade de pode sentir isso com minha mãe, mas não posso dizer que sinto. Hoje lembrei
que me sentia assim com meu primeiro esposo, e no momento que parei de sentir
isso começaram nossos problemas no casamento; no segundo a mesma coisa, e o
problema não foi com eles, nem comigo, na verdade olhando de forma racional não
houve um problema. Simplesmente não prosseguiu.
Uma
relação deve ter o afinco de duas pessoas. Esse sentimento de simplesmente ser
é bom pra mim e pra minha filha porque eu não tenho que agradar ela o tempo
todo, e não sinto essa necessidade. E graças a Deus percebo que não estou
cobrando ela de me agradar o que faz ela ficar a vontade comigo também. Isso Eu
sinto também com os amigos que me deixam a vontade e é como eu vejo que
funcionava com todos com quem eu je me senti assim e depois deixei de sentir. E
Deixei de sentir porque passei a acreditar que precisava agradar, precisava
porque a pessoa pediu algo que eu não me senti capaz ou não era capaz de dar ou
fazer; ou achei e acreditei que não fosse. Independente de qual origem dessa
necessidade eu não consegui identificar antes que ela acabasse por destruir o
relacionamento e me afastar da pessoa ou transformar a relação até o quase
completo fracasso como é hoje minha relação com minha mãe.
Então
eu não me arrependo de nada do que eu fiz, e acredito que muito das coisas que
eu deixei de fazer eu tive a racionalidade de entender que me fariam mais mal faze-las.
Nesse momento eu sei que do pó Deus pode fazer argila e da argila o barro e do
barro o homem a sua imagem e semelhança. E sei que se for da vontade dele meu
relacionamento com minha mãe pode melhorar. Só não posso ficar sacrificando
minha relação com minha filha até que minha mãe esteja pronta para viver esse
novo que Deus já tem preparado para nos duas. Então o Bob já faz parte da nossa
vida e tem me mostrado a importância de ter o pé no chão sobre o que eu
realmente quero para o futuro com minha filha, e a única forma de conseguir
isso é realmente voltando a trabalhar e isso só vai acontecer quando meus
problemas de ansiedade e depressão e diabetes forem solucionados; já estou me
preparando psicologicamente para a cirurgia bariátrica, e essa pandemia sendo
contida eu vou fazer essa cirurgia.
E ai
veio outra questão. Minha mãe começou a falar que não vai me aceitar morando
com ela depois da cirurgia se eu operar antes dessa pandemia passar porque ela
considera um risco de exposição alto demais para mim e para meu pai e toda a família
operar em pleno auge da pandemia. Ela esta certa. E enquanto escrevo esse texto
percebo o quanto ela esta certa nessa questão. Eu tenho que começar a me conter
nas criticas que faço a minha mãe. Uma conhecida que tenho tido muita afinidade
já me falou que o universo conspira a favor dos que vibram em sintonia com ele,
e é uma sintonia de amor, uma vibração positiva. A prova disso é o estado
emocional que eu consegui estar para ter a alegria de hoje dizer que o Bob faz
parte da nossa família. Ele é uma realidade que antes de ser tangível foi
vibrado no meu intimo com profundo sentimento e carinho e amor e um querer que
Deus sabe o tamanho da minha necessidade.
Ver
minha filha brincando de boneca com ele como se fosse uma colega da escola é tão
gratificante; ver o cão correndo pela grama quando vamos passear e poder soltar
um pouco para se cansar e exercitar as pernas! Eu fico emocionada e grata por
poder ver e participar de momentos como esses. É muito bom e muito emocionante
poder viver momentos assim. Poder ter com quem compartilha é muito gostoso também.
Minha mãe tem ido com a gente nos passeios no final da tarde quando a saúde dela
permite. E com todos os nossos problemas de relacionamento ela estar se
entendendo com minha filha e mantendo uma relação saudável com ela pra mim é
uma vitória. E acredito sim que para ela também é.
Hoje
ela falou uma coisa para mim na hora do almoço que me deixou pensativa. Disse
que eu sou muito dura com ela, de um jeito que não sou com outras pessoas. Ela
tem razão? Eu não sei. Talvez tenha, vou avaliar se realmente estou me
comportando e exigindo dela coisas que não exijo de outras pessoas, claro que
minha relação com ela tem que ser diferente já que é minha mãe, quem sabe seja
hora reavaliar a forma como lido com as emoções que me fazem levar tudo a ferro
e fogo com minha mãe, agora que tenho o Bob para me ajudar a extravasar minhas
emoções com exercícios, caminhadas e longas reflexões de trocas de olhares e
chamegos caninos.