quarta-feira, 8 de julho de 2020

08/07/2020

          O que faz uma pessoa ficar feliz com a lagrima do próximo? Porque ver que a outra pessoa se entristece com nossas atitudes faz bem e em que ponto isso pode ser definido como psicopatia? Eu vejo seriados, assisti filmes e não entendo. Claro não estudei psicologia na universidade para tentar descobrir porque acredito que se houvesse uma resposta para essa questão não haveria tantas pesquisas cientificas e trabalhos com diferentes perspectivas sobre o assunto.

            As pessoas vivem diferentes experiências, e isso faz com que elas tenhas diferentes entendimentos de uma mesma situação. Existem grandes pensadores que falam sobre consciência coletiva, sobre coletivo imaginário e sobre coisas compartilhadas universalmente como algo utópico. Mas no mundo de hoje isso pode ser considerado de forma mais palpável. Antes era difícil de imaginar que uma pessoa do outro lado do mundo pudesse ter a mesma ideia sobre múltiplas personalidades disputando o consciente de uma pessoa racionalmente dentro de um individuo totalmente sociável, imagine três pessoas com a mesma ideia, quanto mais quatro, cinco pessoas? Mas incrível, isso acontece! Porque eu sei, porque aconteceu comigo.

            Quando resolvi voltar a escrever comecei um de vários escritos e entre eles um era sobre personificar emoções e escrever sobre como elas se colocavam dentro de mim como pessoas que discutiam e argumentavam me enlouquecendo mas não tirando a minha razão e eu acabava sendo até mesmo engraçada sobre o assunto. E falando com uma conhecida sobre a ideia do que eu estava escrevendo descobri que tem um seriado sobre isso. E quando eu cheguei a casa, olhei na internet e descobri que esse seriado é baseado em um livro que foi baseado em um anime japonês que foi baseado em um filme antigo de não muito sucesso de muitos anos atrás!

            Tudo isso me faz pensar se existem nesse universo virtual pessoas que passam pela experiência de ter por perto pessoas que ama e não consegue manter distancia por um ou outro motivo e que te machuca ficando feliz e satisfeita quando percebem que conseguiram te machucar? Porque eu realmente gostaria de poder conversar com essas pessoas sobre como podemos conseguir através de conversas anônimas nos ajudar e os apoiar para que possamos suportar a dor sem perder o respeito e sem alimentar  raiva ou sentimentos ruins que só servem para envenenar nossa alma e nos deixar amargos com a vida e pessoas que nada tem a ver com o que sentimos ao sermos magoados pela pessoa que tanto queremos por perto. E principalmente porque mesmo a pessoa sendo toxica a presença dela em nossa vida é tão necessária? Porque a sensação que eu tenho é de que podem passar mil anos e mil encarnações eu não conseguirei não ter essa toxicidade na minha vida se não resolver o motivo dessa dependência.

            Assisto seriado atrás de seriados, converso com meu subconsciente e com minha imaginação e não encontro uma resposta. Escuto musica, bebo meu chá. Me encanto com o som dos pássaros, e me deixo devanear as vezes no sorriso doce de ver minha filha descobrindo as coisas simples da vida. Eu não tenho resposta para tudo, preciso aceitar isso, nem tudo é perfeito, nem tudo tem resposta e nem sempre o encaixe acontece. È assim que as coisas são. E eu olho minha filha e me lembro que quando eu era criança eu não queria ser mãe, eu já tinha consciência que esse mundo era ruim demais para se trazer uma outra vida pra viver nele. Como eu já podia saber disso? Porque eu sabia ou pensava assim? E ai eu percebo que não sei a resposta porque simplesmente não me lembro; assim como não me lembro de coisas que certamente foram boas da minha infância.

            Vale a pena buscar essas memórias? Não. Foi a resposta do meu psicólogo. Ele me mostrou que não iria mudar em nada buscar essas lembranças simplesmente porque elas não iriam mudar em nada meu presente. E ele tem razão, elas não iriam mudar meu presente. Eu na idade da minha filha já não queria ser mãe, e eu sei disso e me lembro de não querer. Mas sei bem o momento em que decidi e escolhi ser. Sei e me lembro de tudo que passei para realizar essa escolha e hoje sou mãe. Ser mãe pra mim não foi um acidente, foi uma escolha. Cada decisão que tomei desde o momento em que aceitei viver para ser um vaso de amor na terra tenho vivido situações de escolhas difíceis, onde meu querer tem sido colocado em questão.

            Ser mãe é uma escolha minha, e eu tinha no fundo do coração a vontade de exercer a maternidade sim, mas tinha também o medo. E por causado meu relacionamento toxico com minha mãe eu era muito mais apegada a esse medo do que a minha vontade. E quando aceitei ser um vaso de amor, eu entendi que ser amor não é ser egoísta, mas aprender a se amar sem ser egoísta. Aceitar que sou toxica para minha mãe e ela é toxica para mim é tão dolorido que me machuca escrever essas palavras, mas também me liberta. Não sei se algum dia ela vai ler isso, e muito menos se em algum momento eu terei coragem de conversar com ela sobre isso, mas só de escrever já consigo respirar melhor.

            Resolvi que não quero mais alimentar essa relação toxica com minha mãe mais. E principalmente que não vou desenvolver com minha filha um relacionamento toxico. Preciso desenvolver uma forma de me relacionar com minha filha sem essa toxicidade que permeia toda minha relação com minha mãe e a única forma de fazer isso é purgando minha relação com minha mãe. Agora que a decisão foi tomada eu preciso de ajuda. E a ajuda precisa vir de uma consciência coletiva que eu preciso encontrar nesse universo virtual. Nessa consciência coletiva que permeia o subconsciente coletivo que existe acima de todos nós.  

             Eu assisto series sobrenaturais, e acredito em muita coisa, mas já adianto que uma coisa é acreditar no sobrenatural, e outra é acreditar em sobrenatural. Se isso ficou claro vou responder aos comentários do blog e do capitulo. Se não me desculpe. Já pratico hoponpongo e estou ensinando do meu jeito a minha filha de 3 anos e 8 meses. Esta sem nos ajudando muito. Mas ela esta na fase da teimosia, e estamos tendo muito trabalho para superar esse comportamento dela.  Agora principalmente, eu quero de verdade que minhas palavras possam ser apoio e ajuda a alguém, e ser ajudada ou apoiada por alguém. É tão difícil não poder ouvir nada sobre esse assunto além da voz do meu próprio consciente ou subconsciente falando com meus personagens imaginários.