domingo, 9 de janeiro de 2022

Você sabe de que fornalha você saiu?

        Quem trabalha com artesanato, ou faz confeitaria, ou mesmo qualquer coisa que envolva a criação de algo vai entender o que eu vou falar. Sabe quando de faz uma forma, ou receita pra teste, mais quando fica pronto fica a duvida se ficou bom o suficiente, e se esquece a forma ou receita em algum lugar e depois de muito tempo percebe que o resultado é bom? Então você vai lá nas formas, ou anotações antigas procurar aquela que vc sabe que tá em algum lugar e encontra, mas esta quebrada, desgastada, faltando um pedaço pq não foi bem guardada? Você sabe que anotou, o passo a passo, sabe que tem algo que vai na receita que vc não está se lembrando mais que faz muita diferença no resultado final e que por mais que você se lembre de quase toda a receita você não está conseguindo lembrar do que comumente se chama de "o pulo do gato". Hoje eu acordei e encontrei uma receita antiga, e por incrível que pareça ela esta bem conservada, eu a guardei bem, estava dentro de um caderno velho, bem dobrada e cheia de corações em volta. Acho que quando a escrevi eu imaginei que seria uma carta de amor para a pessoa com quem eu estava me relacionando. Pode até ser um rascunho de uma carta que eu tenha realmente escrito não tenho certeza. Mais o mais incrível é que ler aquelas palavras desbloqueou algumas coisas emocionais em mim que estavam me travando de escrever aqui de novo.

    Pode parecer uma bobagem afinal sempre escrevi de tudo e sobre tantas coisas, tem textos falando de intimidades, tem textos sobre brigas feias e até textos sobre a minha opinião politica que podem me trazer problemas caso passemos a viver em um governo de repressão. Mais depois da imersão que participei me dei conta de coisas que eu sentia já ter superado e na verdade eu apenas as engavetei. E perceber isso me fez querer desengavetar e tratar realmente essas coisas. Algumas eu consegui, outras ainda estou olhando a gaveta onde elas se encontram pra decidir quando vou abrir a gaveta e enfrentar o problema. E outras eu abri a gaveta e libertei o problema e estou aprendendo a lidar, e o problema de me importar com a opinião alheia a meu respeito é algo que gera um conflito irracional e emocional em mim que me deixa em absoluto cai não cai. Literalmente em cima do muro. Não consigo racionalizar isso de uma forma objetiva, nem dizer porque é tão difícil colocar isso de forma racional e dizer isso me importa isso não me importa. Só sei dizer que a opinião que as pessoas tem a meu respeito me importa e importa não ponto de me fazer duvidar das escolhas que faço pra minha vida. É estranho isso, porque eu me via uma pessoa resolvida sobre não me importar com a opnião alheia, e perceber que isso era uma casca muito bem estruturada pra me defender do que me machuca muito doeu, doeu muito e cheguei a pensar que seria uma ferida que iria infeccionar e demoraria pra ser tratada.

    "Nossa mais nos textos que você publica você demonstra ser tão segura de si e dona de uma opinião forte, decidida sobre o que você sabe que não quer na sua vida." Essa deve ser a opnião de quem me conhece e lê meus textos afinal nem todos seguem uma ordem. E isso é exatamente o que eu sei, o que eu não quero na minha vida. Estive relendo alguns textos, e na maioria eu escrevo muito sobre minhas experiências e reafirmo sobre o que passei, senti e vivi, e digo sobre as emoções e sentimentos que não quero voltar  a ter e sentir por motivos semelhantes. Vivo minha vida em tentativa e erro por 40 anos, e isso me deixou assustada. Acho que ter um blog onde registrei isso deixou evidente que preciso mudar. E ter facilidade de escrever sobre o assunto me fez ver onde eu estão engavetadas e quais são as emoções para poder buscar formas de lidar com elas. No entanto estou procurando uma gaveta queque nem sei se está junto de outras ou ainda oculta,  uma emoção que ainda não encontrei, a coragem. Sim a coragem. 

    É fácil escrever que farei, ou que pensei em fazer, mais efetivamente fazer, todas as vezes que fiz foi por livre e espontânea pressão. Nunca por decisão e vontade de fazer. E eu me pergunto onde esta minha vontade? Minha coragem, porque eu a engavetei? Em que momento da minha vida, da minha infância, da minha juventude? Adolescencia? Quando? Porque eu não a desenvolvi, o que faltou em mim para que essa emooção não fosse evidente ou fosse suprimida e engavetada? Eu quero a resposta não apenas para poder ter de volta e usar em minha vida para gerar valor pra mim mesma, mais também para poder estimular de forma positiva na miha filha que com apenas 5 anos de idade já demonstra saber lidar com emoções de forma muito mais positiva e racional que eu, graças a escolha que fiz e busco conhecer e praticar na educação dela. Porque não posso esquecer que ela é um grande motivador de mudança na minha vida, e ao mesmo tempo que é maravilhoso é assustador, porque não posso e nem quero que ela se sinta pressionada por essa carga emocional que na verdade é minha e sou eu que estou escolhendo ela como referencia para minhas emoções.

    Nasci completa, e sei que ela esta em algum lugar e cada vez que penso nisso tenho mais certeza que preciso ter contato com as memórias que insistem em escorregar do meu consciente quando tento acessar para entender o que aconteceu. Eu parei de ir ao psicólogo. Tive uma briga muito desagradável com minha mãe, que me levou a enviar um e-mail muito racional e frio ao meu pai implorando por ajuda financeira pra sair da casa deles. Eu recebi uma resposta do meu pai me dizendo que diante dos fatos ele me ajudaria com o aluguel e o restante eu tenho que me virar. E hoje escrevo esse post na minha casa, com minha filha brincando de boneca na sala. Quando contei ao psicólogo sobre isso ele me deu uma bronca porque eu não deveria aceitar a ajuda do meu pai pra sair da casa dos meus pais, o psicólogo me mostrou que eu teria que aguentar mais do que eu estava vivendo, para sair de lá com minhas próprias forças e condições e não precisar explorar meu pai, e na dor que eu sentia naquele momento eu não recebi bem aquelas palavras. E minha vibração entrou em uma energia que acabei não indo mais as consultas por diferentes motivos, mais acabei não indo mais. Racionalmente eu me dizia que queria ir e precisava ir, mais energéticamente e no meu subconsciente eu sabia que não iria mais.

    O resultado? Eu sai da casa dos meus pais com a ajuda do meu pai, e da minha mãe que mesmo não se conformando com minha saída me ajudou, e ainda me ajuda mesmo jogando na minha cara. Parei de ir ao psicólogo, me sinto hipócrita e suja, e não estou satisfeita em depender dessa ajuda porque isso ainda me faz ficar presa a esse vinculo financeiro que faz com que minha mãe se sinta no direito de controlar minha vida e a vida da minha filha. Mesmo eu estando fora da casa dela ainda tenho que responder perguntas sobre o que comi, o que bebi, quando fui dormir, com quem conversei com quem não conversei, o que eu fiz ou nao fiz no meu dia. Isso quando ela nao liga o dia todo querendo saber o que faço e como eu faço, me controlando em tudo, querendo medir cada passo meu na minha casa, com a ideia de que está apenas me protegendo. Estou tendo que ser grossa e alguns momentos agressiva, porque ela faz isso e ao mesmo tempo me joga na cara que nao vai me ajudar com combustivel pra ficar indo a casa dela todos os dias, logo depois me pergunta porque nao fui la levar a Manuella pra ver ela. 

    Complicado demais, mais vou conseguir estabelecer meus limites sem precisar romper minhas relaçoes com minha mãe, eu quero poder fazer nossa relação dar certo, e quero estar por perto quando a idade deles chegar e eles precisarem de quem olhe pelas necessidades dele com carinho se importando de verdade com eles, independente de grana para isso, simplesmente porque se importa com eles. E apesar de saber que ela não acredita que eu seja a filha que á fazer isso e em alguns momentos eu me perguntar porque quero e me sinto no direito de me colocar na posição de assumir esse papel entre meus irmãos eu não quero me afastar. Quando escolhi vir pra SP com Manuella não foi apenas pelas circunstancias do momento com rrelação a saúde e emocionais que eu vivia na época, eu queria e acredito nisso sim que minha filha construissse boas e marcantes memorias com os avós maternos já que os paternos ela não tem mais. Eu quero minha filha convivendo com o tio mais de perto. E a escolho foi baseada no minha afinidade pessoal sim. Enfim agora uma viagem a praia que ela quer fazer com toda a família, quer que eu vá com a Manuella e o cachorro, viagem que quando moramos com eles nunca aconteceu mais que agora ela faz questão de fazer. 

    Enfim, estamos na praia, descemos para o litoral, ferias em familia, viemos em tres carros, cada um com seu carro, Angelo veio com uma amiga muito querida, meus pais no carro deles e eu com Manuella e o Bob. A casa quem encontrou foi o Angelo, uma amiga dele de SP e é maravilhosa, tem um astral super agradável e é espaçosa, e o dia que chegamos conseguimos ir a praia, dar um mergulho no mar, o Angelo a Manu e a Michele conseguiram ir ao rio que corre atras da casa e nos divertin=mos muito. No segundo dia fizemos copras e conseguimos pegar um pouco de praia, mais depois disso fo só chuva, e dentro de casa, e ai o climoa ficou chato. Manu querendo atenção, expectativas frustradas, provocações da minha mão e eu saindao pela tangente, até que eu não consegui e na noite do terceiro dia acabamos discutindo. Eu acordei querendo ir embora, e acho que é uma sensação ruim que todos da casa estão, a chuva a discussão de ontem e essa melancolia de estar em um lugar maravilhoso sem poder sair de casa é tão opressor. Meu irmão fica o tempo todo lembrando o fato de que todos os amigos e conhecidos dele que vieram para o litoral estão voltando doentes de Covid. E no dia que achamos que pode ser que o mormaçõ vai dar praia ele coloca medo na gente ao ponto de a falação ser tanta que da desanimo ir até a praia.

    Realmente enquanto escrevo esse posto penso na possibilidade de ir embora depois do almoço com minha filha e meu cachorro. Ela fica presa em casa, sem poder brincar, nem a televisão funciona, e quando coloco o notebook pra ela ver tv, nao posso usar para escrever meus posts nem meu livro. Eu não trouxe ela pra praia pra ficar na televisão, meu pai trouxe trabalho pra cá, e minha mãe continua com a rotina dela de ficar pendurada o telefone ao invés de aproveitar o tempo dela com a Manuella pra brincar e aproveitar as coisas da casa. To com o pensamento de que se é pra ficar presa em casa, vou pra minha, porque lá tem mais variedade de brinquedos pra Manu e quando ela quiser ver televisãpo eu posso continuar trabalhando. Por outro ado aqui eu posso parar de trabalhar e ver os desenhos com ela, como fiz ontem quando me admirei com um desenho que ela assites super legal sobre como lidar com o poder das proprias emoções como se elas fossem capazes de gerar super poderes nas crianças. è uma criação super bem feita da Netflix.Chamada Os Patrulheiros em Ação. Posso dizer que me surpreendeu e me deixou bem feliz ver de onde minha filha tira algumas das inteligente e maravilhosas ideias que me fala sobre como lidar com minhas emoções.

    Porque conviver com minha mãe muitas vezes é tão cansativo, sustentar essa relação e ir pra casa dela, quando me mudei a minha filha ainda estava em aulas então tinha que ir praticamente todos os dias para lá para levar a Manu pra escola, Mais agora, estou indo porque? Não preciso ir e ficar emocionalmente cansada e estressada com essas palavras de mal agouro pra minha vida, desejando o mal pra mim e pra minha filha camuflado de preocupação. Eu sei que preciso de ajuda para o aluguel e sou muito grata a toda ajuda que ela e meu pai me dão, mais é cansativo demais manter uma proximidade com uma pessoa que está o tempo todo falando das coisas ruins e que podem dar errado e que vai me tirar fazendo pressão o tempo todo com a perspectiva do que vai faltar e do quanto ela me considera incompetente para dar conta das coisas. E do quanto sou depende dela e da ajuda que ela te dá e vai parar de dar a qualquer momento. E estando aqui na praia estou percebendo que essa mania é dela, não é algo que ela faz comigo, ela faz com meu irmão, fez com a amiga dele, fez com o caseiro da casa... Faz com meu pai. Literalmente é cansativo e todos ficamos cansados, e percebe-se que ela mesma fica cansada de sentir e perceber o cansaço das pessoas em lidar com ela e essa mania dela, então eu me pergunto porque ela nã aceita se tratar?

    Eu sinto falta do psicólogo, sei que parar de ir foi uma coisa que acabou acontecendo por congruência de fatos e energia, mais que aconteceu em um momento oportuno. Naquele momento eu precisei me apegar a minha decisão de sair da casa dos meus pais, aceitar a ajuda que meu pai me ofertou e nao me sentir exploradora. Quero voltar a ir nas consultas. Mas se eu tivesse permanecido consultando com ele eu provavelmente não teria encontrado a casa que hoje eu estou morando com minha filha. provavelmente as memorias que ela construiu com o pai nas férias que o pai dela veio passar com ela nas ultimas semanas não teriam sido tão bem vividas como foram e não teríamos agora um relacionamento mais saudável como amigos e pais da Manu. Pude perceber que uma das coisas que influenciavam muito nessa relação eram sim os comentários que minha mãe insiste em fazer sobre o pai da Manuella, para mim e para a própria neta. Mudar da casa dela me permitiu ter essa certeza, porque antes eu ficava me questionando se não era minha mente me colocando essa questão para justificar minha própria insegurança e meu próprio rancor que me impedia de sustentar uma relação saudável com ele. Mas perceber isso me libertou. Pude ficar em paz e viver em paz nessas 2 semanas que ele passou aqui hospedado na minha casa curtindo a filha dele. Foi incrível o sentimento de amizade que eu me permiti e vivi nesses dias. Sincero e sem expectativas.

    Mas voltando ao psicólogo, irei procurar ele em janeiro, porque desde minha ultima consulta eu não consegui mais ir, nas consultas seguinte houve um desencontro de horário, errei o lugar que estava agendado, depois errei o agendamento, e depois simplesmente parei de marcar porque estava dando muitas coisas erradas e entendi como um sinal para dar um tempo, já que até o convenio tinha suspendido as consultas por limite contratual. Mas em janeiro irei voltar. Preciso de um trabalho que me permita assumir meu próprio aluguel, e independente de quem acredita em mim e no meu potencial eu sei que posso e tenho condições de fazer isso sem precisar ir para um contrato em regime de CLT, mas se aparecer um contrato CLT que pague meu aluguel e se encaixe com combustivel e o horario da escolinha da manu sem que eu precise parar todos os meus outros projetos, eu vou aceitar. Ainda não sei qual o meu "pulo do gato", mais sinto que ele está entre essas linhas e textos que escrevo aqui. Quando estou aqui escrevendo me sinto em paz, e nem vejo a hora passar. Amo falar sobre tudo e o mais gostoso faço isso sem me sobrecarregar. Quando tento fazer outras coisas me sinto extremamente cansada e sobrecarregada. e fico contando os minutos pra saber se já acabou o tempo que me determinei separar para fazer aquela atividade.

    A vantagem é que estou conseguindo produzir mesmo nas atividades que não gosto com o uso de agenda e tempo determinado para cada tarefa. Isso foi muito útil, consigo fazer meus exercícios, minha meditação e as tarefas de casa sem deixar de ter tempo para escrever, estudar e ficar com a Manuella. E está divertido poder fazer tudo e chegar no final da noite olhar meu caderno de crescimento diário e poder escrever que consegui fazer tudo que me propus a fazer na noite anterior. o paragrafo sobre coisas que fiz e nao queria fazer está cada vez menos ao passar das semanas. E o que eu fiz e quero voltar a fazer só cresce. E no de coisas a fazer no dia seguinte fica sempre bem organizado. e saber que estou melhorando meus 1% por dia me deixa feliz e satisfeita comigo mesma. Pode parecer que é pouco, afinal é apenas 1%, mais esse pouco era menor quando eu comecei, há mais de 15 anos atrás, e me permitir olhar isso e ver me fez persistir. Eu consegui mudar minha vida sem orientações valiosas que recebi nessa imersão. Mais mudei. Não tive as orientações valiosas que tive com a nutricionista que me acompanhou depois e antes da Bariatrica agora, mais consegui eliminar e me reeducar para eliminar 60 kg antes disso. 

    Portanto eu sou capaz de agora com todo o conhecimento que eu tenho fazer diferente, e com meu 1% ao dia fazer a diferença em mim, na minha vida e quem sabe na vida de outras pessoas. porque eu sei que não sou a única pessoa com problemas de relacionamento dentro de casa, não sou a unica mãe com dificuldade para implementar a educação respeitosa em uma familia onde existem conflitos religiosos, emocionais e geracionais que se implicam e se contradizem até mesmo dentro de nós mesmos na hora que a criança demosntra algumas atitudes que quem não escolheu o que escolhi entende como provocação. Sei que quem escuta ou le minhas postagens sobre meu relacionamento com minha mãe acha que sou extremamente paciente com ela. Mais quem escuta ela falar a meu respeito já acha que ela é uma mãe extremamente caridosa comigo. Então como sempre existem dois lados em uma mesma história, e o que se lê aqui no meu blog é o meu lado da historia, o que se vê nas minhas redes sociais é o meu lado da história, e sempre vai ser o meu ponto de vista. Todas essas coisas geraram em mim emoções que eu aprendi a canalizar de forma produtiva na minha vida e quero poder passar isso a outras pessoas.

    Eu sou o resultado dessa forma que ficou em experiência pra ver se ia dar certo com tantas coisas de diferente do que estava em linha de produção na época e quando viram que era o pulo do gato não deu pra fazer mais porque a forma estava quebrada; tentaram consertar, conseguiram fazer remendos, e produziram algumas peças semelhantes iguais. Sou Única. Minha filha saiu das mãos do mesmo artesão. Ele aparece lá na oficina para fazer algumas formas, as vezes a linha de produção fica sempre desconfiada com o resultado, não o desafiam a não produzir o resultado das formas, mais sempre encostam as formas em algum lugar pra lembrar depois de anos...Será mais uma peça exclusiva mais no caso dela, ela vai saber disso desde sempre e nunca vou permitir que nada nem ninguém a rebaixe a menos do que ela é como fizeram comigo minha vida toda! E ela não vai precisar ficar desengavetando emoções para aprender a lidar com elas para futuramente entender como elas podem ajudar em situações que podem ou não contribuir em algo na sua vida, para ela poder fazer escolhas mais acertivas na vida. Afinal mesmo quando ela errar nas escolhas que fizer ela vai ter certesa que poder seguir em frente sem se condenar e refazer a escolha.