Ser apenas a quem somos, e não querer agradar outra pessoa com nada que fazemos, isso é uma vontade que eu tenho na vida. Olho pra trás e percebo que passei minha vida sempre fazendo as coisas para agradar alguém que não era a mim mesma. Eu na verdade nunca parei para olhar para mim e ver o que eu realmente quero e preciso para me sentir grata. Desde que adotamos o cachorro eu tenho saído todas as manhas para caminhas e escuto um podcasts do spotify que me faz pensar em algumas coisas. E bom, acredito que é um processo e começar a ouvir esses podcasts agora não é algo que simplesmente aconteceu.
Estou enfrentando uma depressão de anos. e quando paro para pensar em quando me senti sã, não encontro uma resposta, sempre apresentei sintomas depressivos, sempre fui uma pessoa que camuflei minhas dores para não preocupar as pessoas com meus problemas porque elas não precisavam disso. Quando penso no que eu quero eu percebo que sempre fiquei indecisa porque sempre deixei que outras pessoas dissessem por mim o que eu queria, não me permiti falar qual era a minha vontade por não considerar importante que minha vontade prevalecesse.
Ouvir esses podcasts, ser mãe, cuidar da depressão, adotar o cachorro, fazer terapia, escrever aqui no blog e publicar aqui estão me fazendo perceber que eu não me dou a importância que eu imagino que eu me dou. O que é uma coisa engraçada porque eu me imagino a pessoa mais importante para mim mesma depois de Deus, e sei que depois de mim vem minha filha, mas percebi que não, eu sempre me coloquei, me coloco e infelizmente ainda me posiciono em ultimo lugar em quase tudo. A percepção disso doeu muito e também foi libertadora.
Se você me perguntar qual o tratamento que funciona melhor para mim eu não sei te dizer, estou em busca do que me faz bem, e eu me sinto bem com muitas coisas. Me faz bem acreditar em Deus e ter fé que Deus cuida de mim e dos que eu amo. Aprendi a exercitar minha fé e ainda estou aprendendo, devagar, e muitas vezes de forma dolorida e difícil, sei que minha fé ainda é menor que um grão de mostarda, mas esta em fase de desenvolvimento e ela me fez buscar as outras coisas que hj eu faço em busca de equilíbrio e bem estar.
Outras coisas, entre elas encontrei a energia dos cristais através de oraganites e meditação. Isso me ajudou muito a encontrar equilíbrio e estabilidade para aceitar as coisas como elas estavam para conseguir respirar e aceitar ajuda emocional que eu precisava. Pilates me mostrou com os movimentos de alongamento e fortalecimento combinando minha respiração que meu corpo não é tão inútil e imprestável e muito menos detestável como eu estava acreditando ser porque sempre escuto me falarem isso. A terapia com o psicólogo que me lembra como é importante eu manter meu equilíbrio para manter minha filha viva e saudável e dar a ela o equilíbrio que eu imagino ser o ideal pra ela, mas que para isso eu preciso primeiro encontrar. Escrever me ajuda a organizar meus pensamentos e colocar uma certa ordem nessa "verborragia" que eu tenho em mente e me faz muitas vezes ficar confusa sobre minhas escolhas e decisões.
Eu penso demais. Tenho que começar a me permitir apenas sentir a vida. Como será a sensação de apenas sentir a vida, sem expectativas, sem buscar algo, tentar agradar ninguém ou fazer alguma coisa para ou por alguém? Será que isso é uma ilusão que a imaginação coloca na mente para que possamos ficar desejando algo que nunca teremos como conseguir uma vez que moramos e vivemos em uma sociedade que sempre espera algo de nós? E porque temos que atender as expectativas da sociedade? qual o problema com as expectativas que a sociedade tem a meu respeito? Porque eu fico tão incomodada com o que as pessoas esperam de mim e me cobro por não atender as expectativas delas?
Alguma coisa não esta certa nesse mundo todo errado. Uma frase que ilustra a confusão de uma mente conturbada. Mas que expressa exatamente meu estado emocional ao dizer que não sei como explicar ou definir o que exatamente é esse sentimento que esta pulsando em mim e me faz querer mudar, mas não sei exatamente o que é. Só sei que eu percebi que gostaria de ter a oportunidade de descobrir o que eu realmente gosto, em relação a comida, não como um substituto de algo que me falta ou porque alguém me disse que é saboroso, mas porque eu experimento e é saboroso ou simplesmente porque eu já conheço e acho que é gostoso não porque alguém falou que é bom.
Gostaria de saber como será para mim sentir a areia do mar de novo só eu e o mar, agora que sou mãe. Eu o mar e minha filha. A ultima vez que estive sozinha em uma praia eu não tinha filha, e tinha tanta expectativa que não parei pra ouvir meu coração, não parei pra ouvir minha fé, não parei pra ouvir nem Deus falar comigo. Sofri, chorei, tive que abrir mão de sonhos e claro, Deus restaurou meu coração e me presenteou com um empréstimo pessoal divino inestimável; mas eu tenho vontade de voltar a uma praia, em uma costa e mostrar para minha filha, olha eu já tive e um dia terei de novo o privilégio de ter um quintal como esse, feito por Deus e bonito por natureza.
Eu não quero ser uma pessoa irresponsável que não tem compromisso com o dia de amanha, sei que tenho uma filha que preciso ajudar a encontrar o seu próprio caminho, cercar de amor e dar a ela segurança emocional, física e estabilidade financeira para crescer com saúde e bem. Eu quero poder dizer com segurança para minha filha que se ela estiver decidida a fazer algo ela precisa saber que haverá consequências e não porque eu quero que ela faça ou não algo por mim ou para mim. e eu sei que ela só vai poder ter essa segurança se eu tiver essa segurança. Então eu preciso desenvolver essa segurança.