Hoje eu me vi pensando em como as coisas podem ser curiosas. Tantas coisas poderiam acontecer comigo, tantos caminhos eu poderia ter seguido e fico imaginando em como teria sido seguir por cada um deles, e essa minha capacidade de imaginar me dá a possibilidade de quem sabe escrever um livro, ou vários, não sei. Quem sabe poemas. Não tenho títulos, diplomas nem sou a pessoa que conseguiu dar seu grito de liberdade sobre todos os julgamentos que fez e faz sobre si mesma. Mas estou em busca desse equilíbrio entre o que eu mereço me criticar por estar fazendo de forma imperfeita, e o que estou fazendo da melhor forma que eu consigo fazer e que nunca vai se da mesma forma que outra pessoa faria, porque eu sou única, eu sou Eu, autentica, original exclusividade de mim mesma e preciso me admirar e me aceitar assim do jeito que eu sou. Mas confesso que esse processo está sendo bem complicado.
Hoje eu mereço me dar os parabens, consegui virar uma chave em mim que me fez me sentir vitoriosa. Aconteceu uma situação durante o processo de preparar meu café da manha, eu pedi a companhia da minha filha, e ela se recusou a me dar, e claro meus pais presentes, minha mãe viu a cena e começou o discurso de que minha filha esta se tornando uma terrorista mirim, e etc. Discurso que sempre me faz ficar extremamente abalada e me d eixa muito chateada e eu acabo realmente me alterando com a Manuella e me vejo repetindo comportamentos que me fazem sentir que estou repetindo com ela o que fizeram comigo e eu não gostei, e que eu sei racionalmente que não fazem parte da educação positiva, de uma disciplina com respeito. Respirei, fui até onde a Manuella estava, falei que não achei o comportamento dela uma comportamento adequado já que ela sabe como os avós dela ficam quando ela se comporta daquele jeito e que ela precisava falar comigo sobre aquilo. Me afastei e esperei.
Eu simplesmente esperei. Nossa, eu consegui esperar, a minha filha ficou meuio sem entender, andou em volta, ocupando com coisas que eu vi que não eram o que ela queria fazer e eu perguntei se ela estava pronta pra falar comigo, ela respondeu que não. Esperei mais um pouco. E resolvi chamar mais uma vez. Sem pressa, sem nervoso, só disse que precisava conversar com ela. E Informei ela que se ela não fosse comigo a cozinha me fazer companhia ela ficaria sem as torradas, porque eu faria as torradas para mim e não faria as dela. Simples assim. Ela disse eu não quero ir fazer companhia pra todos mundo. E eu respondei eu não quero fazer torrada pra quem não está na mesa para comer. Ela pensou, e respondeu, tá bom eu fico la, mais não quero conversar, e não vou conversar com a vovó. E eu falei, você não precisa conversar, mas precisa ser educada e falar bom dia. E subimos para tomar café e comer torrada. E eu me senti vitoriosa!
Pode parecer uma bobagem, só quem é mãe sabe como é vitoriosa a sensação de ter conquistado sobre si mesmo o poder de controlar a vontade de gritar e dizer: você vai sentar ali e esperar eu fazer sua torrada e comer calada sem reclamar. Porque essa vontade veio? Porque fui criada assim. E não estou com isso criticando minha criação. Consigo entender que essa foi a forma que minha mãe aprendeu que tinha que fazer e fez, comigo, com meus irmãos. Eu entendo, minha dificuldade não está em entender e aceitar, minha dificuldade estava em querer mudar isso e fazer ela ser diferente. E querer atravez desse meu desesperado sentimento de tentar mostrar que ela pode ser diferente mesmo agora comigo e meus irmãos adultos esquecia de ser a mãe e continuava sendo a filha. E com isso eu estava deixando de ser a mãe da minha filha em várias situações. E provavelmente minhas emoções vão me trair ainda algumas vezes e irei me ver no mesmo lugar de novo, mas assim como em outras coisas e aspectos eu espero que ter consciência disso me ajude a perceber e corrigir antes de fazer errado.
Eu já percebi na minha relação com minha mãe traços de uma relação de Narcisismo Materno. Perguntei ao meu psicólogo sobre isso, falei que não conseguia reconhecer minha mãe como uma pessoa narcisista. Ele me falou que era porque assim como em vários diagnósticos na psicologia nenhum deles é fechado. E esse da mãe narcisista não se trata de uma mãe doente, e sim de uma filha que se sente denegrida em vários aspectos, por diferentes motivos. É um conjunto de fatores que envolvem toda uma dinâmica familiar que não se encaixa no meu perfil psicológico e por isso eu não consigo me aceitar filha de uma mãe narcisista apesar de ver na minha mãe traços de narcisismo. Os psicólogos que lerem me perdoem e me corrijam, mais traços de personalidades aparecem como característica em diferentes diagnósticos de diferentes transtornos e problemas mentais com diferentes gravidades certo? Então eu acompanho um grupo de filhas de mães Narcisistas, mas em muitas postagens eu não comento; porque não sei como é a sensação de viver aquilo que a pessoa descreve, mais me pergunto até que ponto a informação sobre isso esta sendo passada corretamente.
Sobre o meu maternar a minha filha de quatro anos e conseguir hoje ter feito o que fiz, e me parabenizar por essa pequena conquista sobre mim mesma reconhecendo essa vitória pessoal em mim em direção a uma paz interna que me faz ter mais certeza da minha verdade eu simplesmente senti que estou fazendo direito. Devagar, pequenas mudanças, que começaram por me conhecer, por identificar o problema, por perceber dentro de mim de onde vinha a dificuldade, a raiva a frustração e porque ela acontecia. Todo esse processo pra mim aconteceu escrevendo aqui, colocando em palavras redigidas as vezes na pressa as vezes no calor de uma emoção forte, e as vezes publicada sem muita revisão, outras vezes deixado em rascunho por meses até ser revisado, editado reescrito e publicado, mais sempre colocando aqui no meu blog sobre tudo que eu consegui e estou conseguindo ir descortinando essas e outras coisas que posso chamar de gatilhos emocionais.
O mais importante pra mim é que eu estou sendo capaz de identificar, sentir, e mudar minha reação a eles sem me desesperar e me condenar pela forma como eu reagia antes de compreender que era por que eles existiam que eu reagia daquela maneira. è estranho, mais foram um conjunto de coisa que me trouxeram à esse ponto. Não sei você que está lendo, mais eu tive uma união de coisas acontecendo e escolhi olhar e ver cada uma delas. Sim ver, porque acho que na verdade elas já estiveram a minha disposição e como diz a Ana só esperando eu acessar para que se tornasse realidade e fossem acessadas. E agora começando a acessar essas realidades e verdades eu começo a me deliciar e me maravilhar com tudo. Até mudei minha descrição no Instagram, porque é maravilhosa a sensação de ser criadora da minha realidade. Mesmo eu ainda não tendo controle total do meu interruptor, saber que posso decidir a hora de apagar a luz e ascender sobre determinada sombra para que ela deixe de ser sombra e me assustar para fazer parte da festa é divino. Então convido você a divinar-se comigo, com você mesmo com todos que estão prontos e de alguma forma estão começando ou já no percurso se vêm nesse blog, lendo esse texto a me acompanharem. Beijos de luz, você e eu merecemos.