quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Reflexões

     Somos todos um e todos somos nós, apesar de sermos únicos, temos em nós tudo um pouco do mundo que nos cerca. Toda a natureza viva esta composta em nós, e meu jeito de ver a vida é pouco compreendido e confuso até pra mim, se eu for começar a racionalizar muito, mais o que eu nunca me permiti perceber foi que querer colocar meu entendimento do mundo e da vida dentro da forma limitada compreensível aos outros, com suas crenças e limitações, era o que tornava tudo ainda mais confuso.  Complicando ainda mais o entendimento e a diferença entre o certo e o errado, entre o senso e o consenso, entre o limite e o ilimitado. 

    Porque para aa maioria das pessoas sua fé e imaginação é limitada e moldada desde a mais tenra infância vivo, por uma sociedade baseada em valores historicamente engessados. Alguns desses valores  hoje estão sendo questionados, enfrentados e revolucionados, em alguns casos de forma violenta, em outros com rompimentos familiares e em outros com buscas constantes por algo que na verdade está dentro de cada um de nós. Somos nós no nosso interior que questionamos esses valores, e de dentro de nós nasce essa revolta que se expande para o lado de fora, e se apresenta aos nossos familiares e amigos da forma que conseguimos apresentar. E cada um consegue fazer isso de uma forma única, pessoal e diferente.

    Conseguir compreender isso e escrever isso me deu uma clareza e me fez perceber que estou fazendo tantas coisas "erradas", e ao mesmo tempo tenho tanto o que fazer que não sei se tudo que me proponho a fazer é o que realmente precisa ser feito, porque eu simplesmente não sei se é o que eu quero fazer! Simples assim, eu não consigo mais simplesmente fazer algo porque é preciso, entendi que antes de fazer algo por necessidade eu preciso fazer porque eu quero ou essa coisa se tornará um fardo e eu passarei a responsabiliza-la por tudo que der errado depois de começar a fazer, mesmo que o que der errado não tenha nenhuma relação com o que eu esteja fazendo! Ou que dê certo mais não me traga um sentimento de satisfação, eu colocarei na minha não necessidade a responsabilidade de ter feito algo que na verdade não era preciso ser feito.

    É minha natureza humana fazer isso. É meu querer que me faz ser dona das minhas atitudes e responsável pelos meus atos, então eu preciso querer fazer. E tudo que eu quero é escrever então escreverei, afinal tudo que tem emergido na minha mente sobre mim, minha historia, minha pele, meus sentido é tão rico em sensibilidade que eu simplesmente preciso colocar isso de alguma forma em uma ordem ou desordem textual e tornar (in)compreensível para que outras pessoas possam ler. Para que eu possa ordenar em pensamentos e ideias e depois desenvolver um texto; o que eu sinto que preciso fazer é colocar para fora esses constantes diálogos internos que tenho na minha mente e que me levam a loucura mental de querer coisas por momentos e depois não as querer mais. porque tirando da minha mente eu sinto que limpo meus arquivos e deixo espaços para coisas novas acontecerem, é um movimento que eu coloco em circulação dentro de mim que me impulsiona.

    Somos todos humanos, criados em uma sociedade que hoje questiona muito sobre o patriarcado, machismo, dogma religioso, feminismo, problemas psicológicos, transtornos emocionais, criação com apego, educação com respeito, homofobia, bulying... e isso tudo já não era suficiente para deixar as famílias perdidas sobre os valores que se podem ser ensinados em casa (quando escolhem passar valores em casa), veio um vírus letal, dizimando pessoas, não podendo ser impedido por nenhuma sofisticação, apenas o mais antigo conhecimento do mundo, agua, sabão, distancia. Veio algo contrario ao fluxo dos acontecimentos, o mundo parou. Respirou, mas em pleno século XXI com Internet e televisão esse isolamento e distanciamento não se parecia em nada com o que foi imposto as famílias na primeira ou segunda guerra mundiais.  Reclamamos. Eu reclamei, tem textos aqui, a sanidade mental de qualquer pessoa que vive nessa flutuação emocional que é o estado vibracional do nosso planeta nesse momento da história,  fica abalado, e eu não sou diferente.

    Mais esses questionamentos que acontecem hoje começaram porque algumas pessoas conseguiram superar traumas enfrentar a si próprias e seus medos e aceitar suas limitações para perceber como estavam tão profundamente inseridas nesse contexto. E perceber isso as levou a querer mudar. E querer mudar é muito diferente de efetivamente conseguir efetuar alguma mudança. Eu sei disso porque mesmo tendo conhecimento e percepção de tantas coisas em mim eu me vejo praticando coisas que eu não gostaria de fazer, e pensando coisas que eu sei que não gostaria de pensar, sentindo coisas que eu sei que não deveria sentir diante de algumas situações que acontecem, que eu não consigo evitar porque eu as criei; porque é muito difícil sair da posição confortável e conhecida que eu vivi por tantos anos e me colocar em uma nova e desconhecida que vai gerar uma reação nova e também desconhecida que eu não faço a mínima ideia se vou gostar ou não do resultado. E a adrenalina do desconhecido já não me atrai como me atraia a adolescência.

    Uma posição que já existe, mais que eu não tenho lembrança dela, acessar ela é mergulhar no desconhecido, e descobri que não tenho tanta paixão e frenesi pela adrenalina de mergulhos no desconhecido como eu achava que tinha antes de começar essa aventura de olhar para mesma e começar a abraçar minhas sombras. Parei de tentar encaixar minha forma de ver o mundo em formas e caixas para que os outros entendam e comecei a me entender, me aceitar e me abraçar. Percebi que me colocando em primeiro lugar algumas pessoas se ofenderam mais outras se admiraram, o que também me surpreendeu muito. No entanto tudo que consegui até agora com esses meus textos, as transcrições e minhas leituras foi observar, me admirar, aceitar minhas limitações, e sinto que preciso ir mais fundo. Sabe aquela sensação de entrar dentro de mim mesmo? Estou em alguns momentos me observando como se eu não estivesse em mim. Loucura? Não sei, mais é a sensação que eu tenho quando me percebo fazendo coisas que eu não reconheço como sendo eu mesma mais que na verdade é algo que eu faço sempre, mais quero muito parar de fazer.

    Vejo muitas pessoas funcionando no modo piloto automático. Quando ouvi essa expressão a primeira vez eu achei que era exagero, mais comecei a observar e percebi que é a realidade, as pessoas são educadas dentro de uma forma de educação rígida e cheia de limitações, sociais, financeiras, e ou por simples desconhecimento/ condições dos genitores em poder oferecer algo melhor, em outras por escolha desses genitores em não oferecer algo diferente com medo de que a diferença faça mal ao filho e com isso se limitam a formas e modelos de educação já conhecidos e limitadores, as muitas vezes desrespeitosos com a criança. Eu olhando para minha infância vejo que fui muito desrespeitada, não que isso tenha sido proposital, mais aconteceu. E aceitar isso, sem mágoa ou ressentimento é algo realmente libertador.  Porque assim eu consigo com mais tranquilidade exercer a escolha que eu fiz por educar minha filha com respeito. Porque eu tenho o conhecimento e o poder de fazer essa escolha de forma consciente. 
    
    Quanto mais eu estudo o assunto, e com isso observo o desenvolvimento da minha pequena mais eu percebo que as condições não é o principal motivo para os pais desistirem de exercer o respeito entre pais e filhos na criação com respeito. Da minha parte posso dizer que minha principal fraqueza esta em conseguir superar minha própria frustração na hora em que minha filha demostra determinação em fazer do jeito dela coisas que eu sei que vão dar errado e quero que ela faça do jeito certo. E até eu conseguir me superar e entender que o que me fazia teimar com meus pais era a falta de explicação para eles quererem do jeito deles e conseguir explicar a minha filha o motivo por eu querer que ela faça do meu jeito foi um conflito regado de birra, descontrole das duas partes e muita frustração. Mais superamos em algumas situações e em outras eu anda me perco de mim e pratico coisas que me arrependo depois. E é em pequenas coisas assim que me vejo querendo desistir da minha escolha, mais tbm me fazem querer persistir.
    
    E porque esse assunto da minha escolha na educação com minha filha surgiu? Porque quando eu falo de mim hoje em dia eu não sou mais só eu, eu sou eu a mãe dela. E isso faz parte de quem eu sou e não adianta mais eu ficar querendo me definir sem incluir ela na definição de quem eu sou. Eu simplesmente sou mãe e como mãe eu entrei em uma fase nova, diferente e totalmente desconhecida para mim e foi nesse momento que percebi o quanto eu precisava me desfazer da casca humana cheia de formas e moldes sociais e pré-fabricados que me foi incutido desde a minha mais tenra infância e durante toda a minha vida, por familiares, amigos, e toda uma sociedade que sempre me julgou e me fez sentir que eu era a errada, a incompleta, a imperfeita, a estranha da situação. Foi quando me tornei mãe que percebi que queria algo diferente para minha filha, para mim mesma e para dar esse diferente para ela eu precisaria mudar, e é em busca dessa mudança que eu escrevo, reescrevo, estudo e revejo meus estudos. Busco alternativas e alinho minhas vontades e meu querer.

    Minha mudança está sendo maravilhosa para mim, mais não posso ser negligente e dizer que estou fazendo e comecei ela porque percebi que preciso, não ela esta acontecendo e começou porque quando eu soube que tinha outro ser humaninho crescendo dentro de mim eu precisaria ser diferente do que eu era para que ela pudesse ser deferente também. Não quero que ela seja isso ou aquilo, não mais, já quis, criei muitas expectativa pra ela até ela nascer pré-matura de 32 semanas e eu enfrentar 72 dias de UTI Neonatal e ouvir diariamente tudo que ela não poderia ser ou fazer caso sobrevivesse. E foram naqueles dias que tive ainda mais certeza da escolha que eu faria para a educação dela. Então eu era a mãe que amamentava conversando com a filha, e na hora de fazer as coisas da casa colocava a bebe no sling e fazia o serviço conversando com a criança porque já não precisava ficar falando sozinha. Então hoje em dia quando minha filha vem me contar cada pequena coisinha que ela descobre ou assiste de diferente eu tenho que ter respeito e paciência com ela, afinal ela teve comigo quando não podia falar e eu fazia dela minha ouvinte.

    Minha filha é parte de mim, parte do pai, parte da natureza e eu sou parte dela, da natureza e etc... Como comecei falando no texto eu vejo e sinto o mundo como se fossemos todos parte de um todo muito maior que tudo que conhecemos. Somos infinitamente maiores do que nos sentimos e podemos compartilhar entre nós muito mais, e na verdade já compartilhamos. Temos nossas visões e mentes limitadas por séculos e gerações de histórias e racionalidades que querem colocar a vida dentro de um molde para poder controlar. Não podemos controlar isso, não temos o direito de controlar algo que é muito maior que nós, e do qual nós fazemos parte e estamos todos participando e diferentes formas e tamanhos, com a mesma importância. Seu for para colocar em uma explicação bem primária eu diria que somos todos peças de um quebra cabeças gigante tridimensional,  com peças de diferentes tamanhos, que não tem borda; Cada peça é importante, todas elas precisam estar no quebra cabeças ou ele não estará pronto e montado, nenhuma das peças pode ser descartada ou substituída. Simples. Não existe competição, não existe prioridades, existe cada peça individual com seu pedaço e importância, que não tira a individualidade e importância da peça ao lado, mais sim a complementa!

    Isso elimina a competição? Isso faz com que a dualidade de certo e errado seja questionada? Sim faz, esses questionamentos são saudáveis e é por isso que temos tando para aprender com as crianças. Elas questionam o tempo todo porque ainda não foram moldadas, ainda não estão cheia dos preconceitos e forms limitantes na própria imaginação que a impedem de ver a grandeza do mundo e das maravilhas de ser parte de um todo muito maior que nós mesmos. Minha filha recentemente aos quatro anos de idade me surpreendeu com esse diálogo que colocarei no final para encerrar esse texto, mais ou menos como aconteceu:
    -  Mamãe, você é a melhor mãe do mundo! 
    - Não sou não filha, eu tenho defeitos, sou a sua mãe.
    - Então mamãe, a melhor mãe do mundo, não a perfeita. Eu falei a melhor! Mamãe bobinha
    - Hã... Eu entendi, me desculpa não ou...
    - Eu sei, você não me ouviu, vovó faz isso direto, escuta o que quer e nem sempre foi o que eu falei. Mais com você eu posso corrigir que você não fica brava comigo.
    - Nossa filha, vovó fica brava?
    - Não BRAVA, mais ela finge que não me ouve e nem me pede desculpas quando percebe que me ouviu errado.
    - E você fica brava com a vovó por isso? 
    - Não fico. Mais você é a melhor mãe. ( ela sorriu e me abraçou)





A certeza que somos todos um e todos estamos em nós mesmos. Existe reencarnação? Sim, mais não do jeito que as religiões e dogmas e folclores ensinam e falam sobre espíritos e fantasmas. Eu já falei sobre isso, mais nunca consegui ser clara sobre minha forma de sentir esse meu jeito de ver a reencarnação. Estamos reencarnando o tempo todo. e a única separação que existe é entre o natural e o criado pelo homem. No meu jeito de sentir tudo que somos veio da natureza, que é a nossa grande mãe, firme, forme, temperamental, e de fases. feminina e cheia de faces. Nossa parte física é toda parte fundamentada na biologia de todas as coisas, e está sim em tudo que existe de natura, temos em nossa constituição tudo que existe na natureza; simples assim. Somos a mais perfeita criação da natureza evoluída. Temos a imensa grandiosidade da natureza miniaturizada em tudo dentro do nosso organismo. basta estudar um pouco nas matérias básicas da escola. Nesse ponto não sei dizer se fui abençoada por bons professores ou se sou abençoada por ver sempre o melhor em tudo, mais o fato é que em tudo dentro de nós é possível ver coisas similares na natureza funcionando sem auxilio de medico, remédio, dinheiro, internet, ou qualquer outra dessas modernidades.

    Quer ver algo que as pessoas hoje fazem grupos exclusivos no Facebook porque se forem falar do assunto abertamente serão tratadas de forma agressiva se não forem agredidas fisicamente em suas casas ou na rua por desconhecidos que a reconhecerem nas ruas? Amamentação; Sim a amamentação se tornou um tabu! Porque alguns homens nessa sociedade resolveram que os seios são objeto de desejo deles, e que ser fonte de alimentação dos bebes pode ser pornográfico se for nas ruas ou publicado na internet. Porque algumas mulheres inseguras que escolhem a facilidade de darem a mamadeira e agradarem o marido e não o filho não gostam de ver as que escolhem amamentar fazerem isso em publico e o direito de amamentar se tornou algo que precisa de leis e grupos exclusivos, e especialistas e defensores e toda uma rede de apoio porque na nossa sociedade é uma afronta a mulher escolher o direito dela de amamentar o próprio filho até a idade que ela e o bebe sentirem essa necessidade e conforto em fazer!

    Sim, sim sou a favor da amamentação, porque fotos de animais amamentando gera comentários de admiração de que até os animais sabem ser mães, mais uma mãe que tira o seio em publico para amamentar gera olhares de repreensão quando a foto dela nessa situação não gera publicações de escarnio e revolta dessas mesmas pessoas que admiram um gorila ou um urso panda amamentando. Eu fico revoltada com a hipocrisia das pessoas em não ver o quanto elas estão se perdendo em ver a vida das outras pessoas e se esquecendo da própria vida. 

Sentar e escrever, confuso, depois vou ter que separar muita coisa

mais vamos voltar ao assunto