sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Na correria do dia a dia o que você escolhe?

    Nossa vida é tão cheia de atividades programadas por nós mesmos sobre o que devemos fazer que já acordamos pensando em tomar café, depois nas atividades que vamos fazer em seguida, e em seguida e as refeições e etc. Muitas dezes divagamos sobre acrescentar mais tempo com nossos filhos, com nosso cachorro, com nossos passarinhos. Ou simplesmente parar na rede e tomar um suco ouvindo os passarinhos ou sentado na varando ouvindo o barulho da chuva, mais vem a voz da razão joga nosso devaneio de fora e nos diz que estamos atrasados com o que programamos fazer e que se não nos adiantarmos vamos nos atrasar e ficar sem fazer o que estava decidido que ia ser feito. E se não fizermos o que escolhemos fazer nos sentimos incompetentes, incompletos, insatisfação e nos condenamos por não termos dado conta de fazer tudo que decidimos ao acordar que faríamos.

    Porque nos condenamos se quem determinou fomos nós mesmos? O que acontece se não fizermos as coisas na ordem e programação que desejamos fazer e simplesmente jogar essa programação fora e fazermos as coisas como querermos fazer na hora que der vontade? Aprendemos desde muito jovens que temos que fazer de determinado jeito, que existe uma ordem natural das coisas e que temos que cumprir certas obrigações. Mais será que tudo que aprendemos é realmente o que precisamos pra nossa vida? è o que precisamos ensinar aos nossos filhos?

    Eu tenho me questionado muito sobre isso, porque participei recentemente de mais um curso da Mariana Lacerda, e bom, de todas as pessoas que eu sigo sobre parentalidade e disciplina Positiva eu não consigo me dar como referencia outra pessoa que não seja essa mulher, simplesmente porque ela tem uma energia compatível com a minha e quando ela fala eu me sinto em paz e me sinto acolhida em minhas duvidas e necessidades. Mas nesse mini curso dela eu reencontrei em mim essas perguntas que na correria do dia a dia eu havia empurrado pro fundo da minha memoria e me esqueci de tentar descobrir a resposta. 

    Eu claro que conheço o trabalho de outros ótimos profissionais, mais por ter participado essa semana de um da Mari eu me vi perguntando coisas que eu já me perguntei uma vez e me distanciai das respostas que eu mesma me dei na época. Eu não preciso programar cada momento do meu dia, assim como eu não preciso comer exatamente no horário que eu determinei que é necessário, mais fazer as coisas com uma certa rotina me dão maior conforto na hora de poder improvisar. Estranho?

    Bom eu não sou muito organizada, mais também não sou fã de bagunça, mais gosto de fazer as coisas com espontaneidade, no entanto quando me programo pra fazer algo que não da certo eu fico chateada, o que me leva a grande pergunta porque eu me programo a fazer algumas coisas? E com a Mari eu aprendi a estabelecer listas de coisas, obrigações e prioridades, e quase que todo mês eu e a Manuella fazemos uma revisão dessa lista para que possamos decidir se podemos ou não pensar em coisas aleatórias pra fazer nos dias que estivermos meios sem o que fazer. Sim temos dias assim por aqui, apenas porque resolvi que prioridade é ser feliz e não ter a roupa lavada, passada e casa arrumada.

    Então sim temos uma casa limpa, arrumada, mais não é impecável, muito menos livre de qualquer vestígio de que vive gente nela, como algumas pessoas querem que a casa fique (inclusive pessoas que moram com a gente); mais temos tempo para olharmos para a cara uma da outra e falarmos: vamos fazer artesanato de pinhas para o natal e começar a fazer e ficar nessa atividade por horas sem preocupação. Mas isso é uma escolha minha, e impor isso é algo que eu sei que se fosse imposto não teria o mesmo valor que tem por ter sido uma escolha.

    O que eu quero dizer com esse post é que podemos escolher ao acordar não nos impor tantas obrigações, não fazer tanta programação e nos permitir ter mais tempo para o imprevisto. Permitir que a vida nos surpreenda com coisas maravilhosas pode ser algo que nos alegre por minutos, horas, ou apenas segundos, mais que nos enche a alma de uma felicidade genuína que nos faz querer acordar de novo no dia seguinte. Minha oração todos as noites termina com um obrigada pelas surpresas que me alegraram e me ensinaram, e ao acordar, obrigada pelas surpresas que me aguardam entre as minhas obrigações para me lembrar que sorrir é o melhor remédio.

    Não se trata de ser feliz o tempo todo, mais de ser feliz em escolher ver o que me faz bem e dar valor a isso, descartar o que me machuca porque simplesmente eu não preciso disso ocupando um espaço que eu sei que se estiver livre vai ser ocupado por coisas maravilhosas. Me permitir ser eu mesma não está apenas me fazendo bem, esta fazendo bem as pessoas que estão a minha volta, porque u percebo que meu equilíbrio torna minha convivência com elas muito mais pacifica e mais fluída do que jamais foi quando eu tentava descobrir o que fazer para agradar.

    Em breve escreverei um post sobre como está minha relação com minha mãe atualmente, porque não é que ela mudou, ou eu, mais a energia mudou, e porque eu  que estou mais sintonizada a frequência que emito quando estou bem e quando não estou também tenho tido menos conflito com ela, e colocar luz sobre isso, abraçar essas minhas sombras está me ajudando muito na minha busca constante de me conhecer e me fazer bem. Porque eu decidi e escolhi que não estou sendo egoísta ao cuidar de mim e ter a mim como prioridade, estou apenas sendo reacional, porque sem mim não existirá uma vida pra que eu viva e possa compartilhar por escrito minhas aventuras nesses post que faço sobre minhas descobertas sobre mim mesma.

    Porque no final é tudo uma questão de escolha, uma escolha que começa quando abro meus olhos e já decido se vou me escolher ou escolher me encaixar nas caixinhas que o mundo tem preparado pra mim e que podem não me fazer feliz. Você já parou pra se perguntar se está feliz nessa sua caixinha? Se foi você que a construiu pra si próprio ou apenas ocupou uma que foi construída por você. Perguntas que valem muito a pena serem respondidas. espero um comentário para me inspirar mais um post!