Eu preciso ficar me lembrando o tempo todo que minha filha só tem 4 anos e não é responsável por nada do que esta acontecendo comigo. Pelo contrario, ela é a única coisa boa em meio a tantas emoções ruins sufocantes que me tiram o brilho dos olhos e a vontade de viver. E é no sorriso dela e no olhar amoroso dela que encontro motivo e estimulo pra continuar. Então não posso, não quero e não vou sufocar ela com minhas dores e meus traumas e medos. Eu preciso arrumar uma forma de proteger ela dessa turbulência emocional que me atormenta e me deixa em desequilíbrio. Hoje foi dia de terapia, e meu terapeuta me disse algo que preciso transformar em mantra, eu não estou vivendo essa situação porque escolhi; mas por uma necessidade e essa necessidade é algo que envolve algo de muito precioso pra mim. e por isso eu tenho que suportar, sim como se fosse uma alcoólatra vivendo em abstinência, um dia de cada vez.
Acho que se eu encarar dessa forma posso encontrar mais um pouco de forças. Sempre fui forte. Apesar de ser difícil acreditar nos elogios que recebo e na minha própria força, eu sei que sou forte, escrever sobre minha historia me faz perceber cada vez e a cada episodio que sim eu sou uma pessoa forte. Eu batalho minhas lutas, não para ser reconhecida mas para chegar do outro lado, mesmo que eu acredite que não faço isso por mim mesma, eu sei que faço pelas pessoas que eu amo. Eu ainda não consigo responder a pergunta de porque eu não me sinto digna de fazer o mesmo esforço por mim mesma. Acho que o amor proprio vai surgir com a resposta.
Eu não desgosto mais de mim como antigamente. lembro que antes de todas essas descobertas sobre minhas emoções e sentimentos eu não me importava com muita coisa, ou melhor escrevendo eu dizia que não me importava, quando na verdade eu me importava ao ponto de fazer coisas que eu sabia que iam chocar e provocar reações nas pessoas. Reações de repulsa e muitas vezes de escarnio. Eu mesma procurava escandalizar com minhas atitudes para afastar as pessoas porque era mais fácil manter elas longe a permitir que se aproximassem e percebesse como eu era frágil. Era uma casca dura, e como diziam um osso duro de roer. Mas tinham alguns cachorros que se aventuravam, tanto que eu tinha relações cordiais com algumas pessoas. Os semelhantes se atraem.
Sabe aquele ditado me diga com quem anda que te direi quem és? Eu sempre me perguntei porque ele existia se as pessoas nunca eram o que aparentavam ser e nunca andavam com quem elas deviam realmente andar. Acho que o fato de eu ser como eu era e saber que o que eu fazia era uma forma de me esconder e evitar que as pessoas me vissem como eu era me dava uma vantagem sobre quem tentava fazer a mesma coisa. E eu sempre fui uma boa observadora do comportamento humano. Talvez o que eu passei e as coisas que ouvi e tive que engolir calada me fizeram perceber muito jovem algumas coisas que no jogo social as pessoas só aprendem depois da vida de casado como se falava antigamente.
E quando uso essa expressão não me refiro ao sexo, me refiro ao jogo social de intrigas, de falsidade, de interesse e status quo como se fala nas rodas sociais de quem acha que tem grana ou quem aspira a ter gana e fazer parte desse seleto grupo social. Pelo menos aqui no Brasil. Não sei ai fora. Eu sempre gostei de ler, e estudei algumas coisas de historia social principalmente sobre costumes de outras épocas porque é um assunto que sempre me encantou sobre maneira. Nunca me aprofundei nisso porque , sei lá, acho que como muitas coisas acabei deixando de lado porque ser criticada e escolher acreditar na critica e me deixar levar por ela ao poço da descrença em mim mesma.
A verdade é que se o ditado fosse real ou tivesse verdade no que diz ele não permitiria tantos enganos e não seriamos tão facilmente enganados e ludibriados em massa como somos ou queremos ser. E usamos frases feitas como esse ditado para justificar quando alguma coisa vira escândalo e fingimos estar escandalizados com a situação. Um assunto atual que esta em destaque nas redes sociais, a morte de um MC de uma queda do 5° andar de um hotel depois de participar de uma suposta festinha e tentar passar pela janela entre as varandas dos dois quartos desse hotel para enganar a esposa que batia a porta do quarto.
Fatos apurados pela policia, não vi divulgação oficial ainda sendo comunicada pela imprensa sobre o assunto que fale algo além do fato de que ele morreu da queda e os fatos estão sendo apurados. Toda a polemica, discussão sobre infidelidade, traição se houve ou não, companhia, amizades boas ou ruins, cabeça e imaturidade, e etc. Especulação. Como se diz por muitos, bla, bla, bla. e enquanto se fala disso, se para de falar de coisas que deveria ser muito mais relevantes e mexem diretamente com a segurança de todos nós. O estado poder executar 27 pessoas dentro de uma comunidade e chamar a todos de bandidos mortos em uma ação policial por morarem em uma comunidade é defendido por muitos, mas encontrarem 127 fuzis em uma casa dentro de um condomínio de luxo em um bairro nobre é uma apreensão que não resultou em nenhum ferido ou morto. Mas claro a distribuição de renda per capta no Brasil é justa e igualitária e podemos ficar divulgando e nos preocupando com a moral da viúva que pode ser viúva de um cara que pode ou não ter traído a esposa que a própria mãe diz que não é esposa (estou citando títulos de matérias que passei rapidamente nas minhas redes sociais mais nao entrei pra ler) ... Esse é o brasil que estou vivendo.
Não me espanta que eu não tenha leitores no meu blog, não me assusta que ninguém venha aqui e comente nas minhas postagens porque eu escrevo conversando comigo mesma e discutindo comigo porque eu preciso colocar para fora todo esse dialogo interno que acontece na minha cabeça, afinal de contas não encontro pessoas com quem eu possa conversar já faz mais de um ano por causa desse maldito Covid. Moro dentro da casa dos meus pais e não tenho condições de morar em uma casa minha e da minha filha para poder ter uma reunião via Skype com minhas amigas e falar dessas coisas e rir e ficar a vontade falando desses assuntos ou de outros que podem ou não ter a ver porque não sinto que eu tenha privacidade pra isso aqui dentro. E antes eu pensava nossa eu bem que podia fazer desse blog um sucesso estrondoso e viralizar nas redes sociais. Mas acho que não sou do tipo que viraliza.
Estou mais para o tipo que conversa sozinha e consegue por algum motivo talvez psiquiátrico colocar esses diálogos em forma de textos e sem nenhum pudor coloca isso em rede como um blog pessoal. E por algum motivo estou querendo começar a divulgar esse blog no face e no Instagram. Talvez começar a escrever os textos que tenho realmente vontade de escrever quando vejo uma imagem e me vem a inspiração de escrever algo sobre aquela frase que eu li ou sobre aquela imagem que eu vi. Uma matéria que me desperta emoções e revoltas que me deixam muito chateada como algumas que li na semana da chacina no Jacarezinho e logo em seguida a outra na creche no Sul do país. Não porque alguém se importe com a minha opinião, mas vejo tantas pessoas ganhando dinheiro com coisas tão simples e que fazem por diversão, porque não posso tentar fazer algo que gosto e me divertir, ja que ganhar dinheiro com isso é algo que eu não sei realmente como fazer e duvido que vá ter qualquer paciência de fazer um curso pra aprender sobre isso.
Talvez o que me falte seja isso, algo que me divirta, me ajude a extravasar minhas emoções independente do resultado, e porque não usar as redes sociais? Assim eu evito sobrecarregar minha preciosa com minhas neuras, coloco pra fora meus demônios e de quebra se alguma coisa funcionar consigo conhecer pessoas interessantes com quem posso trocar ideias inteligentes sobre o aquecimento global, a politica de vacinação ou a temperatura do núcleo da terra. Porque estou ficando com medo de os alienígenas estarem abduzindo as pessoas que conseguem somar inteligência com empatia e emoção e eu ter sido deixada para trás. Vai saber se o tal dia do juízo final veio e quem tinha que ir já fiu e só ficamos nós tentando agora sobreviver a primeira peste!
Brincadeiras a parte, eu preciso reencontrar meu centro, reestabelecer meu equilíbrio e voltar a ter meus momentos de paz com minha filha e nosso cachorro. Estou sentindo que preciso me reconectar com ela, precisamos disso. O turbilhão emocional que estou vivendo está me tirando do prumo, mais não posso permitir que me tire a única coisa que eu consigo acreditar que sei fazer e faço bem feito que independente das criticas eu sei que sou muito boa que é ser mãe, e não é de qualquer criança, é da minha filha, a criança que escolheu ser gerada no meu útero e passar por todas as provações comigo e esta do meu lado independente de qualquer outra coisa. Então eu sei que não importa o mundo aqui fora, o que existe entre eu e ela é o mais puro e evidente sentimento de amor, e esse é todo o remédio que minha alma cansada precisa. Independente de hora ou lugar, só de estar com ela eu ja sei que tudo vai ficar bem.