Tudo que eu fiz até agora foi enrolar sobre o que eu realmente quero fazer. Deixar pra depois e sempre colocar obstáculos nos meus próprios projetos. cada hora vestindo esses obstáculos com roupas e fantasias diferentes mais sempre os mesmos obstáculos. Engraçado, escrever é a forma de realizar e trazer a realidade aquilo que já sabemos mais não realizamos, ouvi isso ontem, e percebi que minha mente foi tão traiçoeira que me fez usar isso de forma a me enganar por algumas e muitas vezes achando que eu estava fazendo diferente o que na verdade era mais do mesmo como eu escuto a Ana falar em seus podcasts. E perceber isso me fez perceber porque tenho sentido tanto desânimo de fazer coisas que eu antes sentia tanto prazer em fazer, e não me refiro apenas sobre fazer as coisas que eu adoro, mais sobre outras coisas que eu já havia aprendido a ver o lado bom e saboroso de se fazer.
Ouvir e perceber não foi o suficiente, passei por uma semana de mudança de maré, para descrever melhor. E eu não sou e nunca fui uma surfista emocional e em dias assim fico olhando as ondas buscando racionalizar e acabava desistindo de entrar no mar, fui me descobrindo e quando eu soube que depois da arrebentação revolta tinha um mar com correnteza deliciosa e cheia de diferentes temperaturas e sensações maravilhosas que poderiam inundar meu corpo e preencher minha mente, me fazendo acessar a mim mesma sem tanta racionalidade, sem tanta preocupação, eu quis acessar esse espaço e tentei várias e várias vezes entrar nesse mar. E descrever dessa forma é perceber que várias vezes tentei falar disso e não consegui porque minha mente sempre voltava ao mesmo ponto dando voltas e como em um áudio que transcrevi recentemente eu me perdi no labirinto da minha mente tentando de novo racionalizar isso.
Eu entrei nesse mar, não foi uma, não foi duas , não foi três vezes, foram vezes tantas que nem sei dizer ou me lembrar de todas para falar aqui. Tiveram vezes que entrei com a cara e a coragem mais me perdi nele e precisei de ajuda pra sair, e essa ajuda veio na forma de médicos, e profissionais formados em saúde mental, ou mesmo outras áreas da psique humana que me estenderam a mão e me ajudaram, sempre com alguma troca de energia, mais me estenderam a mão e estavam acessíveis. E tiveram vezes que o mar não era tão revolto, nem tão hostil. E essa é a maravilha de se entrar várias vezes nesse mar que eu agora vou chamar de auto conhecimento. A cada mergulho fui entrando mais, a cada mergulho fui ficando mais confiante, e mesmo que eu saiba que não estou pronta ainda pra entrar além dessa arrebentação eu estou entrando mais uma vez, preparada pra quebrar as ondas me divertindo e me exaltando pela vitória do outro lado!
Se depois de cada sequencia de onda eu encontrar o mar pacifico e tranquilo e já puder me deliciar com as sensações que outros falam existir eu conto pra vocês, mais não vou fazer isso sem deixar registrado aqui o que estou fazendo. porque hoje eu percebi que a cada mergulho que fiz e não registrei eu deixei de assimilar algo que aprendi. uma ajuda que recebi, uma ajuda que dei, uma porta que abri e uma porta que eu fechei. Em cada registro que não fiz eu desisti de uma oportunidade de me perceber mais e melhor em mim, e de mapear em mim mesma para saber onde eu poderia fazer diferente, não melhor ou pior, porque estou entendendo que isso é uma coisa desnecessária, e subjetiva, mais diferente para que o resultado fosse diferente e por esse motivo venho cometendo erros iguais disfarçados, fantasiados e maquiados mais que na verdade são sempre os mesmos. Esta na hora de fazer diferente!
Acredito que a soma de muitas coisas influenciaram nessa percepção, e acredito realmente que minha vida vai ser diferente, não materialmente apenas, mais fisicamente, emocionalmente, e socialmente. Muita coisa passou a fazer mais sentido, e muita coisa eu olhei ao acordar e pensei: O que é isso? Porque? Como assim? Agora independente de quais serão essas mudanças, eu quero registrar, e compartilhar, não com a intensão de que vocês sejam pessoas que sigam meus exemplos ou façam o mesmo, porque tenho certeza que existem pessoas com mais oratória e um português muito mais coeso para dar esse tipo de suporte, eu faço isso para que você que ler posso perceber que pode sim fazer o seu caminho. Seja ele repetitivo até você perceber que está repetindo, como foi comigo, porque não. Seja ele em linha reta e ascendente como foi o de outras pessoas que mostram suas histórias de sucesso na internet e vendem diferentes cursos de orientações para o autoconhecimento na internet hoje em dia.
O que eu acho importante você ter em mente quando para em frente desse mar é você reconhecer que esse praia é uma praia exclusiva, privada e deserta até a hora que você mergulha nela, porque quando você entra no mar você enxerga todas as suas versões e elas são o que mais me fizeram me perder e me confundir sobre onde está a terra firme, onde fica o mar e onde está a arrebentação. E eu demorei pra entender que nesse mar eu decido se quero uma prancha , uma boia, ou simplesmente aprender a boiar, se quero voltar a praia e me sentar na areia para ver as ondas, ou se quero ir a alguma ilha lá no meio sentar debaixo de um coqueiro e ver o sol se por. Porque esse mar nada mais é do que eu mesma, mergulhada em mim e apenas eu posso me conhecer e decidir estar em mim onde eu quiser estar e como eu quiser estar. Por isso eu te digo com meu coração leve muito obrigada por me ajudar a perceber isso.