A pergunta sem resposta do meu ultimo post aqui me levou longe. Parei quase a nenhum vídeo desabafo. falar mais do mesmo porque? Pra quem. Acreditar que o mundo vai ser melhor pra quem? Todos parecem tão alienados com as maldades do mundo. E pior estão confortáveis em suas alienações, quem sou eu para lhes retirar desse conforto esfregando na cara uma realidade que nem posso afirmar ser apenas minha percepção distorcida por traumas e infelizes encontros com pessoas despresíveis?
Meu psiquiatra me disse que fechar um diagnostico pra mim é um desafio, tenho traços de TDAH, mais também apresento sintomas de depressão e ansiedade pura e simples. Ele poderia fechar e daqui dois meses tratando percebermos que tenho algum outro novo sintoma e a medicação muda e tudo muda de novo. Então meio que como ele falou dessa vez, tem 3 meses que essa medicação está sendo super adequada e resolvendo pra você, vamos acatar essa vitória e continuar progredindo. Então sou uma pessoa com TDAH tratada com sucesso que encontrou algum equilíbrio e direção.
Sendo equilíbrio e direção palavras com significados múltiplos pra pessoas com a mente como a minha fico mais leve, saber que minha identificação com pessoas que descrevem ter descoberto o transtorno e terem sintomas parecidos com os meus, não estamos sozinhos. não somos estranhos, o mundo que é. Apesar de duvidarmos disso porque aparentemente isso só é real aqui no mundo virtual, atrás da tela de um computador a verdade é que pelo numero de pessoas que se identificam não estamos sozinhos. Mesmo tendo a nítida impressão que muitos fazem essa identificação por pura especulação e nenhuma consulta especializada, muito menos anos de tratamento ou acompanhamento medico para ter o real diagnostico.
O objetivo desse post? Faço 5 anos de acompanhamento com o mesmo psiquiatra, 7 de acompanhamento com o mesmo psicólogo e o meu diagnostico ainda é suposto. Portanto posso te dizer como uma pessoa que vive na pele a necessidade de ter duas ou mais coisas importante que lhe atraiam a atenção para conseguir manter o foco em toda ou se distrai completamente de todas elas, não assista vídeos de pessoas com os sintomas que tiveram o diagnostico acelerado e por alivio falam sobre isso e se auto diagnostique. O processo de auto descoberta durante o diagnostico é angustiante. Dolorido até. Muitas recaídas, trocas de medicação. Mais o fundamental, é você conseguir manter seus médicos e ter com eles um vinculo de confiança.
Temos a nossa disposição uma fonte inesgotável de informação, mais de nada adiante se não formos capazes de usar a única capaz de nos ajudar a processar tantas informação e fazer um om uso dessas informações que chegam até nós. Se identifica com o sintoma de alguém procura um medico. Decida pelo diagnostico e vá em busca dele. Pode não ser o diagnostico que vc quer. Mas vc vai sentir se é o que você precisa quando o tratamento estiver te trazendo mudanças. Nem sempre mudar é um processo externo.
Nesses anos em busca de ajuda para me adequar ao mundo, perceber que essa adequação não era necessária, principalmente porque essa revolução tecnológica social nos permite viver diferente foram uma montanha russa emocional de descobertas pessoais incríveis, mais a principal delas? Eu sou uma pessoa incrível, uma mulher sensível, um ser humano fenomenal, uma mãe extraordinária, uma amiga sem igual, eu sou única. Mais não sou a única. Cada um que esta lendo esse texto também é. Cada um que ouvir a leitura é, cada ser humano é tudo isso e mais. Então vamos aprender a reconhecer o magnifico no outro e não ficar dando palco para os seus defeitos e dificuldades.
Transtornos não são defeitos, não são qualidades, são formas de funcionamento diferentes. Não são modinhas, não são muletas emocionais, são fatos mentais que alteram as relações das pessoas com o mundo e com as pessoas ao nosso redor. A moda de usar os diagnósticos para satisfazer o ego e a falta de auto responsabilização por escolhas e erros cometidos ao se fazer escolhas está adoecendo nossa sociedade, nosso mundo, nossas vidas. Prejudicando e muito quem procura se tratar e ter uma relação melhor consigo e com o mundo. Porque conviver com o transtorno é um conflito diário que só quem convive conhece e sabe, e lidar com ele e com o mundo traz um cansaço sem igual.