Entendi que tinha sido criada em uma familia desfuncional quando eu já adulta, afastada dos meus pais, dos meus irmãos, e dos meus familiares, observando familias desfuncionais com problemas diferentes dos que eu tive com a minha percebi que a minha também era. Isso foi um choque, fugi e muito dessa verdade. Cada lembrança que me mostrava que sim minha familia era desfuncional eu justificava falando pra mim mesma que poderiam haver traços mais não era tão ruim, afinal nem eu nem meus irmãos demos pra "coisa errada". E nesse ritmo fui enrrolando minha propria busca pessoal por mim mesma, e o que eu mais queria, busquei e ansiei desde que me entendi gente esteve ao meu alcance eu virei as costas cada vez que justifiquei e fugi dessa realidade.
Fiz um seminario tem pouco menos de um mês, Insight. Foram quatro dias intensos em contato comigo mesma, escutando meu proprio coração com apoio solido e preparado, liberdade e espaço para simplesmente me derramar, me esvasiar das mágoas, dores e traumas que me direcionaram as escolhas de vida desde que me entendo por gente. Me perdoei, me aceitei, me encontrei de novo. Descobri que reconhecer quem eu sou e tomar posse da minha força não é uma ofensa as outras pessoas da minha vida, e se elas se sentirem ofendidas elas que sigam pelo mesmo caminho e façam o seminário para entender que é necessario dar espaço para si proprio ser quem é com amor, com respeito e que isso começa consigo mesmo e não com os outros., para então aceitarem ou não munhas mudanças e permanecerem ou não na minha vida.
Não adianta querer ser reconhecida uma boa pessoa se eu não for boa primeiro comigo, e isso não é egoismo. É necessario amar o proximo, e respeitar os outros sim, mais se não conseguirmos fazer isso conosco como vamos dar isso ao mundo? Eu tenho deixado de escrever aqui poque a facilidade de gravar um video no tilktok, cada vez eles liberam um tempo maior pra gravar videos é muito cômoda. Eu estou mesmo me derramando lá. Videos sobre esse lado meu, testemunhando minhas descobertas e minhas proprias conquistas, e também meus desabafos e momentos de estress que passo. Também teão tendo a caracteristica de serem espontâneos, sem edições, e sem roteiros.
O que eu quero com esse texto é dizer que eu estou me aceitando, aceitando que cresci em uma familia desfuncional. Tenho uma mãe narcisista e não bouderline com traços narcisistas como eu mesma me justifiquei por anos. Aceitando que não importa o que eu faça esse vazio de nunca ser reconhecida pela minha propria mãe nao vai vir, nunca. Talvez eu torne esse texto em video, mais a verdade é que me retenho em minhas postagens lá e nos meus textos aqui porque sei que será muito desconfortavel para mim em relação a familia saber que estou trilhando meu proprio caminho. E que estou escolhendo a mim e minha filha em primeiro e segundo lugar.
Eu não quero dar um mapa para quem esta no ponto onde eu estava quando escrevi meus textos em 2020, 2016, ou 2014. Porque se eu olhar para trás eu mesma não sei qual foi o caminho que eu segui, muito menos vou saber indicar as curvas que você tem que virar para chegar, e muito menos vou saber se o ponto onde eu estou vai ser confortável para você. E falo isso com muito carinho, porque eu sei que uma das principais justificativas que eu falava pra mim começava com a frase "mas ela/ele não viveu isso..." e me repetia algum evento do meu passado que justificada a minha parte racional de ser imatura e inconsequente nas minhas escolhas. Justificava minha fraqueza e comodismo em continuar vitima da ingratidão da vida.
Então eu quero e vou começar essa serie de textos, que vou ler e fazer em video postados lá, porque eu estou sim fazendo escolhas melhores pra mim, meus problemas continuam os mesmos, minhas escolhas foram sempre as mesmas e minha falta de compromisso comigo foi o que me trouxe ao ponto que estou, e não algo externo. E reconhecer isso não torna o ambiente toxico algo mais tolerável, me torna menos sucetível a essas toxidades. O que esta me fazendo bem. Assumir as redeas do que eu tenho de mais precioso na minha vida, minha propria vida. E isso eu ja falei em outro post aqui. Eu me considero importante e sim, percebia isso racionalmente há algum tempo, mais foi nesse seminário que consegui perceber que essa consciência era apenas racional.; agora sinto que virei uma chave importante. Reconheço os pontos onde tenho como escolher diferente nas pequenas coisas do dia a dia.
Eu vou assunir o compromisso comigo de ler meus textos nos videos uma vez por dia no meu perfil la na rede de videos. Provavelmente vão haver dias que não terei animo para fazer isso, ou de escrever, mais quero muito me sentir honrada com minha palavra e fazendo algo para mim mesma. E se isso ajudar mais uma pessoa que seja a se entender, se perceber e buscar em si o compromisso pessoal para buscar uma verdadeira mudança será bom para essa pessoa. E como eu falei essa semana para uma pessoa dos meus contatos, se queremos um mundo melhor, temos que ser melhor para o mundo. Afinal do que adianta só olharmos para fora e reclamarmos do que não estamos fazendo nada para mudar, apegados no discurso de que uma andorinha não faz verão?