terça-feira, 19 de outubro de 2021

Digestão emocional

    Nossa, estou digerindo até agora o que senti, pensei e consegui perceber em mim durante um final de semana intenso e cheio de novidades que participei de uma imersão on line com o Lucas Caloni. Eu percebi coisas e como ele fala sempre muitas vacas foram para o brejo, e sobre isso é uma referencia a historia dos monges que vão a uma fazendo de um casal muito pobre que depende da única vaca pra tudo e vive na pindaiba e ele manda seu aprendiz matar a vaca e jogar no brejo. Basta procurar no You tube e você vai ter várias versões dessa mesma história. A melhor é a contada exemplificando coisas da nossa vida,

    Aqui no meu blog eu sempre conto coisas que passo, vivo e sinto sobre o que estou vivendo, As vezes fica confuso me entender e uso os textos aqui para me encontrar, tenho transcrrições da Ana Paula que me ajudaram a entrar em uma vibe muito legal com o universo e me fizeram encontrar o perfil do Lucas e me levou a participar dessa imersão, eu gosto de pensar assim, Na verdade eu vejo assim. Conseguir fazer parte da turma de forma gratuita e honrar comigo mesma o compromisso de estar lá e poder fazer as mudanças que quero e preciso fazer na minha vida são coisas que me fazem acordar com sangue nos olhos como se diz ao querer muito uma coisa que se considera quase impossivel. Nessa imersão percebi que os meus impossiveis, são na verdade falta de planejamento estratégico e boa gestão do meu tempo.

    Poderia reler meus proprios textos e citar alguns deles para citar aqui neste post algums exemplos, e talvez eu faça isso em algum momento e edite esse mesmo post. O que eu quero mesmo com esse posto é extravasar o quando perdi tempo falando de coisas de fora de mim, e buscando entender o mundo fora sendo que o problema estava em mim, e ao mesmo tempo querendo resolver em mim coisas que eu via do lado de fora sendo que eu não poderia resolver o outro, Confuso né. eu tbm leio isso e sinto essa confusão querendo me dominar, sinto vontade de desistir e voltar pra cama, deitar e desisir de todas as mudanças e transformações que me propuz a fazer. Mais quem ouviu minhas propostas? Eu mesma. A quem estarei decepcinando? Eu mesma. 

    Eu não estou em busca de perfeição mais, entendi nessa imersão que estou em busca de honrar meus proprios compromissos internos. Percebi que me sinto tão perdida e injustiçada porque eu desisti dos meus proprios sonhos, projetos e desejos porque acreditei no mundo externo. è culpa deles? Não, é culpa minha não! è simplesmente uma consequencia de uma tragetória que eu vivi e que agora eu tenho as ferramentas para mudar e fazer diferente. E de tudo que eu opsso fazer diferente eu decidi que vou começar por aqui, pelo meu blog. irei passar a fazer as postagens do blog e pessoais na mesma conta, porque eu sou o que coloco aqui no blog, e acabei usando minha conta pessoal do Instagram para seguir e fazer volume de seguidores em busca de algo que não vai me acrescentar em nada e que antes não fazia diferença e que de verdade eu não sei em que momento passou a fazer, amis acabei fazendo isso. Então vou migrar para minha conta do blog que chamo de profissional meu perfil pessoal, desabilitar meu perfil pessoal e abrir um perfil pessoal para divulgar meu trabalho de cunho financeiro para poder realmente pavilhar minha trilha rumo ao sucesso profissional que eu quero e defini como meta pra dentro de 6 meses.

    Eu sou competente no que faço, tenho formação tecnica nos serviços que ofereço e posso entregar os serviços que ofereço na minha pagina profissional do facebook, portanto vou parar de pensar no que pode dar errado e nas pessoas que podem não valorizar meu trabalho e focar nas pessoas que precisam entender o que é o meu trabalho, porque o que eu ofereço pode sim mudar sua vida, pode ser um artigo de luxo, mais também é um serviço de terapia alternativa para o tratamento de muitas mazelas que atingem muitas pessoas que estão em busca de alternativas porque não encontraram em metodos tradicionais uma solução. Sou massagista terapeutica, que atende o cliente a domicilio. E sim esttamos vivendo um tempo onde o custo de transporte aumentou o custo do serviço, mais cada um sabe o valor que tem o que está oferecendo e eu sei o valor que tem o que estou oferecendo no meu trabalho.

    Com essa definição eu passei a conseguir me definir melhor no meu dia, acordei me sentindo muito mais confiante, e percebi que ascendi uma lampada em um quarto caôtico da minha consciencia. Todos as sujeiras dentro desse quarto se sobresaíram na segunda feira. Foi um dia bem complicado, minha mente me fez correr pra dentro de mim mesma algumas vezes e eu me vi em momentos perdida e me perguntando o que eu estava fazendo de verdade. Bateu um insegurança e um medo que nem a fralda geriatrica deram conta da dor de barriga. Quem assistiu a imersão ou já acompanha o Lucas sabe da referencia quem não sabe pode me acompanhar aqui, a referência é facil de entender. A formula mais facil de superar o medo é colocar uma fralda e mesmo com medo ir. Simples assim, ta com medo, sente que vai dar merda vai, se cagando, mais vai. 

    Sei que são termos muito dificeis de entender, e não fazem muito sentido já que em muitos dos meus textos anteriores eu busquei ser o mais elucidativa possivel sem ser agressiva ou usar termos assim, mais nesse sentido a imersão me libertou disso. Mostrou que essa minha forma de tentar sempre ser concordata e evitar o conflito ou o confronto me colocou em situações que eu não gosto, e hoje eu colho essas consequencias. Como a vida que eu levo, morar na casa dos meus pais aos 40 anos é uma delas. Não é um lamento, nem uma reclamação, è uma constatação. Simples assim, porque eu não queria o conflito me calava ao ouvir a outra pessoa entrando em modo de grito e ataque gratuito. Em várias situações, e Fiz isso pra me poupar na época, o que me fez agora viver as situações difíceis que vivo. Não a toa a frase que mais me marcou foi: Decisões fáceis, futuros difíceis, decisões difíceis futuros fáceis.

    O que me faz perceber todo o caos do meu quarto, sabe a analogia que eu fiz sobre ascender a luz da minha consciencia e perceber que estou um caos? Então, eu preciso me organizar, estabelecer prioridades, e como eu ja havia percebido antes uma dessas prioridades é me afastar da minha mãe. Não porque ela é culpada ou responsável pela bagunça, mais porque com ela por perto essa porta da minha consciencia que eu preciso fechar para poder arrumar essa bagunça fica entreaberta e as emoções que ela desperta em mim cada vez que que aponta as crenças dela que eu não compartilho me machucam, o que acrescenta mais entulho no meu caos, e que além de não me ajudar me atrapalha coocar as coisas no lugar. E tomar consciencia e conseguir colocar isso em palavras aqui nesse texto me fez um bem tão grande!

    Outra coisa que eu percebi em meio a esse caos, tenho mobilias grandes e pequenas, coisas que preciso tomar mais cuidado e cuidar melhor e coisas que eu já deveria ter descartado faz muito tempo. E para isso eu preciso tomar certas atitudes, porque não basta mais ficar só escrevendo aqui eu preciso fazer, então passei o dia em meio a tempestade de gritos e explosões emocionais que é a convivencia com uma Bouderline fazendo um plano de ação, e colocando em post it o que eu posso e devo fazer para que as coisas começem a se mover, e escrever esse posto está no plano, organizei minha agenda, colocando cada coisinha e cada meta inclusive estudar as escolas da performace e o GT, a divulgação e o networking para o GT, e o estudo de Dropshiping e a divulgação do meu MEI e tudo, coloquei tudo na agenda. Coloquei o tempo com a Manu tbm. Baixei um programa de finanças e coloquei todas as minhas despesas nele, inclusive os investimentos que fiz em conhecimento.

    Percebi que tenho buscado tanto ser uma boa mãe atraves de estudos e conhecimento que esqueci de ser. E estou deixando a pratica de ser uma boa mãe limitada a momentos tradicionais da hora de dormir, de fazer liçao e de cobrar açgun comportamento da minha filha. Ou seja estou caindo justamente naquilo que quero fugir sem me dar o direito de praticar todo o conhecimento que venho adquirindo sobre a maternidade. Estou correndo atras de um sonho sem colocar metas, e sem traçar uma rota para alcançar esse sonho. E isso me fez entender que eu fiz isso por anos e anos. E eu só não me sufoquei de tanto me ver desiludida com minhas desnras a mim mesma porque encontrei em 2008 uma meta que eu aos trancos e barrancos consegui atingir.

    Vou fazer uma postagem sobre essa conquista, minha perda de peso que hoje soma mais de 80 quilos desde 2008. Sei que não foi facil, eu sei todas as coisas que enfrentei durante todo esse percurso de 14 anos para perder esse peso, não foi uma perda constante, não foi uma perda saudável e os ultimos 15 quilos foram depois da cirurgia bariátrica. Eu sei a frustração que senti ao ter que aceitar a necessidade dessa cirurgia depois de tudo que passei. Eu não falo como médica, psicologa, especialista, em nada não, eu falo como uma mulher que sempre a vida inteira foi gorda, e que chegou ao extremo de 162,3 quilos e decidiu emagrecer por conta propria só procurando ajuda de um especialista depois de eliminar mais de 24 quilos. Eu falo como alguém que sabe como é os sentimento de viver em uma sociedade que olha pra você e diz: nossa finalmente vosê tomou juizo! e não é só a sociedade não.

    Então meu blog continua, e agora é provael que meus posts passem a ser menos frequentes já que agendei escrever semanalmente e sei que minha criatividade nem sempre esta em sintonia com agendas, então sei lá como eu vou conseguir me adaptar, amsi irei honrar essas decisões. O importante é que estou disposta, decidida e cmprometida a fazer isso dar certo e quero muito que todos os que leêm meus posts saibam que estou disponível para bater um papo e trocar figurinhas sim. Mas que nem sempre terei tempo de fazer isso como eu fazia antes, porque antes eu não tinha estabelecido prioridades e não havia determinado uma direção para onde eum queria ir, um destino onde chegar. Agora eu ja tenho isso, e já deu partida no motor para colocar minha vida em movimento!


quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Filha de Bouderline

     Demorei pra decidir fazer esse post, ao decidir escrever eu não sei ainda se e quando irei publicar, mais me sinto impelida a escrever sobre essa situação que vivo e me identifico. Porque vejo hoje em dia com o advento das redes sociais e a internet e a facilidade em se falar de problemas e ter compaixão com os problemas dos outros, e a briga eterna que existe entre as pessoas que querem estar certas e as que querem ter razão que esquecemos que o ser humano é muito, mais muito mais que apenas a doença que ele pode ter, ou o transtorno psiquiátrico ou psicológico que a acomete no momento em quem pratica certos atos que podem ser chamativos de audiência tanto nas redes sociais como judicialmente. E como em tempos de redes sociais tudo vira assunto para viralização e quanto mais polemico mais audiência, coisas como doenças psiquiátrica são exaltadas e até mesmo desejadas por muitas pessoas que na maioria das vezes não sabem muita coisa a respeito, nem entendem a amplitude do que é ser diagnosticado com alguns desses transtornos.

    A pergunta que eu te peço pra se fazer antes de continuar a leitura é você está curioso ou sente que precisa entender porque vive com alguém que pode ter problemas de verdade? Porque eu sei que a leitura e o interesse pelo que está escrito vai mudar e pode provocar em você sentimentos ruins dependendo da resposta. Porque eu já estive curiosa, e não encontrei nada que me tirasse a curiosidade sem me deixar paranoica ou me fizesse pensar que eu precisasse de tratamento urgente e acompanhado de medicação. E aí eu ficava fugindo desse tipo de médico que queria me prescrever remédios porque eu achava que estava ficando influenciada demais no que os médicos falavam e deixando de ser quem eu era por causa dos remédios. E o pior é que isso só atrasou minha evolução, porque nem eu encontrava uma saída para minhas próprias inseguranças e nem conseguia mudar o circulo que me fazia cair sempre nas mesmas situações que me levavam as mesmas tristes situações.

    Aqui no blog mesmo é possível ver em textos antigos que publiquei alguns desses looping emocionais que vivi e busquei escrevendo, entender o que eram e por que eles aconteciam. E foi aqui escrevendo que percebi que eu precisava reverter isso e mudar a frequência de vibração que minhas emoções para poder começar a aumentar o giro dos meus loopings e depois ir esticando minha onda para poder mudar a direção disso e fazer acontecer em minha vida. Escrever esse texto está sendo uma coisa bem difícil. Primeiro porque ele surgiu na minha cabeça, depois eu me repreendi porque queria escrever sobre isso e me coloquei no lugar de cada uma das pessoas que podem ser citadas porque fizeram parte de alguns loopings e me perguntei se isso não fará com que essas pessoas me crucifiquem das mais diferentes formas, inclusive violentamente. E o que eu conclui? Não estou escrevendo por elas, estou escrevendo por mim, e não sei se isso é mais um looping em amplitude e vou cair mais lá na frente ou se já posso me considerar reajustando minhas linhas para finalmente mudar a direção, e estou fazendo acontecer. Só sinto que esse texto precisa sair da minha cabeça.

    Vejo muito sobre empatia e muito sobre conseguir ser mais tolerante com o próximo principalmente quando sabemos que o próximo é uma pessoa com problemas psiquiátricos, como se ter esses problemas fosse uma muleta para se amparar e se desculpar algumas atitudes grosseiras e muitas vezes injustas ou agressivas, até mesmo inconcebíveis dessas pessoas com outras. Mais o que as pessoas que falam sobre isso se esquecem na grande maioria das vezes de falar é sobre as famílias dos que são ditos doentes. E quando se fala sobre isso e se esquece das famílias se esquecem das consequências que as atitudes cometidas por essas pessoas doentes, em tratamento ou não, que existem elas querendo ou não, e que os familiares vão ter que lidar com isso, querendo a sociedade ou não. Porque como eu estou aprendendo, cada escolha que fazemos carrega em si a sombra de todas as alternativas que abrimos mão quando decidimos pela escolha feita. E ter consciência disso me fez perceber tantas coisas, que finalmente pude sentir orgulho por nunca te apagado nenhum dos meus posts aqui no blog. Eles são registors da minha mudança de percepção da minha própria realidade.

    Buscar entender isso é uma das coisas que mais me moveram ao longo dos últimos anos porque eu não aceitava ter sido incapaz de ajudar minha própria família e ter necessitado me afastar quilômetros físicos para tentar ter uma vida longe da minha mãe, diagnosticada Bouderline, mais que se recusou a aceitar o diagnostico, porque na época pouco se sabia, e ainda pouco se sabe sobre o transtorno, e a opção do médico foi dopar ela e foi bem assustador ver como a personalidade dela mudou e ela deixou de ser quem era sob o efeito dos medicamentos, o que era um sintoma esperado, precisaria ter sido controlado com a regulagem da dose, mais assustou demais e todos da família inclusive eu achamos que a opção de nao fazer o tratamento era melhor. Até porque Bouderline é um diagnostico muito subjetivo, como disse o próprio psiquiatra que fez o diagnostico na época. E tudo que eu leio até hoje isso não mudou muito.

    Sabe quando se começa uma reforma em alguma prédio antigo, e na hora que vc acha que vai fazer só uma restauração vc descobre uma infiltração que precisa ser arrumada ou o serviço vai estar perdido? Foi isso que aconteceu aqui dentro de mim quando eu decidi me restaurar, e buscar o que estava errado  e consertar. Nessa minha restauração que eu estava me sentindo andar em círculos de novo. Eu precisava sair desse circuito que estava começando a me fazer mal. Comecei a sentir acumulo de ideias de textos se acumulando na minha cabeça como em outras vezes, que me afastaram de escrever, simplesmente porque eram tantas ideias que se misturavam que eu não conseguia focar e desenvolver nenhuma delas. E me sabotava dessa forma. Parava de escrever porque de forma inconsciente eu me permitia embaralhar ideias e diferentes temas sem desenvolver realmente nenhum até o fim, simplesmente procrastinando de forma doentia e me deixando deprimida por mais uma vez ter deixado de lado meu prazer de escrever.

    Voltando ao raciocínio da restauração, descobri uma infiltração, e comecei a buscar resolver isso. A questão desse diagnostico da minha mãe veio a tona nesse miolo porque quando fui ver a origem da infiltração emocional que provocava esse vazamento percebi que era uma problema estrutural em uma das bases que eu tão metodologicamente construí acreditando ter me refeito e me fortalecido como mulher e como filha e como pessoa ao ter superado tudo que aconteceu quando precisei e afastar e acabei voltando a convivência, e acabei vindo por ironia da vida ou propósito morar dentro da casa dos meus pais em plena pandemia com minha filha de 4 anos. Eu vivi os anos  passados olhando pra mim, e para as minhas questões como se o problema fossem meus traumas e minha forma de lidar com eles, construí toda uma personalidade em cima das coisas que eu achei, e acredito serem meus pilares, pro bem ou pro mal e que são a sustentação e podem ter que ser destruídos ou reformados ao  longo da minha existência, mais são os que eu acredito serem os que eu preciso. E percebi que fiz tudo isso sem um projeto, simplesmente fui decidindo o que precisava ser construindo conforme as coisas iam acontecendo e eu ia escolhendo., e construindo, separadamente.

    Resultado, se formou uma estrutura de pilares emocionais, fortes, fundamentados mas que ainda não possuem uma estrutura para sustentar. E Eu estou percebendo a necessidade de começar essa construção. E ao começar o projeto percebi que tem pilares demais, e fui observar quais eram demais, e quais eram desnecessários. Decidi derrubar um pilar e... com ele cairam alguns outros que eu não esperava, mais xnão me lamentei, os pilares que sobram sustentam bem a estrutura se for bem projetada, e nada impede que um novo pilar possa ser construido. Para começar uma nova construção emocional a partir de lembranças que eu escolher guardar e manter na minha memória. Radical? Sim um radical mais necessário. E essa necessidade vem do fato que existem coisas que quanto mais remendadas piores ficam, e quando se adia demais a manutenção não existe mais conserto. 

    E percebi que eu e minha mãe adiamos demais para fazer a manutenção do pouco que ainda restou depois do trauma, e fazer o conserto, protelamos demais os conflitos que poderiam trazer alguma restauração pra nossa relação e agora estamos em um ponto no qual não conseguimos manter um diálogo sem que ele se torne uma troca de acusações, e ressentimentos. Magoas e motivos de tristeza e dor para nós duas, mais que eu percebo que machuca muito nela. Muitas vezes por palavras que não são ofensivas, mais que a machucam porque ela me escolheu para ser o Demônio da vida dela; entre todos os que ainda aceitam conviver com ela, e percebem que por baixo da fortaleza intransigente e contraditória que ela se tornou existe uma mulher frágil e assustada; e por isso permanecem buscando estar por perto dentro de suas próprias limitações. Eu poderia falar de todas as características negativas que uma personalidade Bouderline apresenta, minha mãe tem todas elas, as vezes num mesmo dia, as vezes com intervalos, as vezes não é possível identificar nenhuma delas. Poderia falar das contradições presentes nesse tipo de personalidade, porque um transtorno de Bouderline é uma coisa, difícil pra quem tem, complicado pra quem convive, mais praticamente impossível para a pessoa escolhida como o Demônio do Bouderline. A ciência achou um nome menos chocante: bode expiatório. Nao vejo diferença não, porque na verdade a escolhida sou eu, e nesse momento como uma pessoa que está sendo vista como, sou as duas coisas e só falta eu ser responsabilizada pelo vulcão da indonésia que entrou em erupção!

    Diferente do que se pensa em muitos problemas psicológicos, e os psicólogos que lerem isso me perdoem eu não sou formada na área e posso estar falando algo que seja contrário ao que vocês acreditam; mais existem coisas que as pessoas tratam como transtornos que na verdade são traços de personalidade. Eu sei que é uma linha muito tênue entre ser uma pessoa com uma característica ansiosa e saber viver com isso e poder direcionar essa ansiedade de forma produtiva (sei e me trato para transtorno de ansiedade com um psiquiatra); e ser uma pessoa com transtorno de ansiedade. Eu não tenho uma personalidade ansiosa, e sei disso porque a ansiedade me faz muito mal. No entanto até conseguir identificar isso e poder aceitar que eu precisava fazer o tratamento correto eu levei anos, e muitas seções com meu psicólogo. E porque? Porque me diziam que eu era agitada e precisava apenas saber direcionar minha agitação, e por algum tempo isso se tornou uma ansiedade depressiva que quase me fez desistir de viver.

    Existem pessoas que popularmente os leigos falam que são loucas, mais na verdade são simplesmente pessoas que não aceitam as regras sociais e possuem traços de características fortes, e bem fundamentados. Eu fui chamada de louca em alguns momentos que tomei algumas decisões na vida. E porque eu falo isso, porque no transtorno de Bouderline os traços são muito mais sutis que uma ansiedade. São muito mais evidentes que muita depressão, e ao mesmo tempo muito mais dissimulados que qualquer psicopatia. Uma pessoa que sofre desse trantorno pode desenvolver traços de personalidade que são ferramentas pessoais de defesa qe ele entende que podem o proteger de serem vitimas de algo que na cabeçla deles é ruim. O que é muito confuso pra quem não convive com isso, porque na verdade eles são aos olhos de quem vÊ manipuladores, narcisistas e egoistas. Sempre querem e precisam ser melhores que os outros em tudo, e quando eu falo em tudo é tudo mesmo. Desde coisas boas até coisas ruins.

     Não são as pessoas que fogem da responsabilidade porque na nossa sociedade isso é comum e até ensinado a se fazer, e vc vê a diferença quando uma coisa boa acontece com as pessoas que não sofrem nenhum transtorno, eles simplesmente agem com orgulho as vezes exarcebado mais comedido tomando pra si o beneficio do lucro. Ja quem tem o transtorno, não apenas de Bouderline, outros, eles tomam pra si o benefício, exaltam o proprio poder de consquistar aquele beneficio e humilia quem quer que tenha ajudado ele a chegar a conquistar o beneficio conquistado. Lembrou de alguém? Não essa pessoa não sofre de Bouderline, ela sofre de ego distorcido que precisa de uma chocalhada da vida para entender que o mundo é maior que o unbigo dela. Porque se ela sofresse de Bouderline você pensaria nela, mais imediatamente ia se culpar por pensar nisso e pensaria; ela não é assim de proposito, ela passou por tantas coisas que ahistoria de vida dela dá a ela esse direito! 

    São transtornos que se somam e coexistem em uma única pessoa que pode ou não apresentar os sintomas de vários deles ao mesmo tempo, ou não e que pode apresentar alguns desses sintomas como traços bem conscientes de personalidade, como uma pessoa manipuladora, ou narcisista, ou uma pessoa bipolar que é ansiosa depressiva. Ter esse diagnóstico não é fácil, nem pra quem é diagnosticado, nem para a família, e eu digo isso porque há pouco mais de 19 anos quando ouvimos uma psiquiatra falar isso da nossa mãe ela estava vivendo um pico de depressão e achamos que era um diagnostico muito radical para se fazer já que a médica não conhecia nossa mãe a tanto tempo pra falar aquilo, e os remédios estavam deixando nossa mãe muito diferente do que estávamos acostumada, porque na verdade nunca tínhamos conhecido nossa mãe. Era o que a médica falava, até decidirmos por retirar nossa mãe desse tratamento porque em um momento sem a medicação ela conseguiu falar que não queria voltar a se sentir como estava se sentindo porque era ruim demais se sentir daquele jeito. E entendemos que ela se referia ao fato de estar dopada e sob efeito de medicação.

    Na época não entendemos que era porque ela estava tendo que enfrentar as próprias sombras e escolher pela própria vida e por si mesma, coisa que ela não queria fazer e ela fez exatamente o que a medica falou, nos manipulou e conseguiu que a tirássemos do tratamento. Depois disso nunca mais ela falou sobre o diagnostico, nunca mais se falou sobre a necessidade do tratamento psiquiátrico para os transtornos, e sempre que algum médico desconfiava de algum problema psiquiátrico ela fala sobre transtorno de ansiedade, ou suspeita de ser bipolar, mais nunca aceitou o transtorno de Bouderline. Eu aceitei isso, lembrei na verdade de tudo isso depois de começar a escrever esse post, e a cada lembrança eu rescrevo alguma coisa. O fato é que eu estava bem próxima da família durante esse período e a médica me falou sobre isso pra mim que acompanhava minha mãe as consultas porque ela se tratava no hospital psiquiátrico do HC. Onde eu estava terminando meu curso de técnico em radiologia, mais a decisão final foi do meu pai e da minha mãe. Eles decidiram por não seguir com o tratamento e dois anos depois eles faliram em SP e tiveram que se mudar para Americana. Para a casa dos meus avós, os pais da minha mãe.

   Relembrar desses detalhes me traz uma clareza muito grande e um alivio também, porque eu fico mais aliviada de saber que estive sim em busca de resolver nossas diferenças depois do primeiro rompimento quando eu tinha meus 18 anos, busquei solucionar nossos conflitos em cada vez que me reaproximei da minha mãe, mesmo que tenha me afastado de novo, depois de perceber que não seria possível. Fui construindo colunas a partir dessas tentativas para me sustentar e me identificar como pessoa, como mulher, como filha, e principalmente como mãe, e quis mais uma vez me aproximar da minha mãe porque eu sinto que com todos os problemas dela eu quero estar perto dela quando ela precisar de mim ela querendo ou não que seja eu a estar ali. E não é uma competição, não é uma disputa, é uma coisa que me faz bem saber que eu estarei ali pra ajudar minha mãe como eu estive pra ajudar minha sogra quando esta precisou e passei todas as coisas que passei com ela. Não porque quero ser a diferente, ou a melhor, mais porque me sinto preparada pra isso, pronta e disposta a fazer.

    Construí outras colunas que me sustentam e onde posso me apoiar em momentos que me sento fragilizada por não poder contar com esse apoio que eu acreditei que poderia ter depois de tantas coisas que vivemos separadas e juntas, e que por mais que eu diga que estou bem resolvida em aceitar que não tenho me machuca e dói saber que não tenho. Me dói saber que ainda sou aquela garota que aos 13 anos ouviu a mãe dizer que se eu não tivesse usando short curto o cara não teria tentado enfiar o órgão sexual na minha boca e depois de ouvir isso ter que conviver com  aquele desgraçado por toda a minha adolescência vendo minha mãe tratar ele como um filho enquanto, tudo que eu fazia era insuficiente e nada era do agrado dela. os outros sempre eram e sempre seriam melhores e mais importantes aos olhos dela enquanto eu se fosse importante seria em algo pejorativo ou ruim. Essa é a dor de quem é o bode expiatório/Demônio de um Bouderline. E essa é a dor de uma filha de uma Bouderline sem tratamento e que eu sei que vou carregar até conseguir ressiguinificar. 

    E essa dor não é porque não superei ou me sinto ainda a criança abusada aos 13 anos, essa dor é porque sou a filha denegrida e trocada em cada elogio que ela faz a outra pessoa sobre algo que eu  faço se nao igual até melhor. E eu entendi que isso dói em varias áreas da minha vida, isso me trouxe luz e compreensão sobre porque me envolvo em questões sociais com tanto determinação e me sinto tão envolvida e acho tão importante conseguir uma nova visão sobre o assunto. É por isso que me envolvo e me dedico a ser uma pessoa com tantos projetos ao mesmo tempo e não ficar parada por tempo demais e pensar no que sinto de verdade já que o que sinto me machuca. Então na verdade isso me fortaleceu e foi positivo, não motivo de lamentação. E ao mesmo tempo foi uma supressão de emoções que se transformaram ao longo dos anos em doenças que conforme eu vou me descobrindo eu tenho conquistado a cura. Comecei pela obesidade, depois a ansiedade e depressão diagnosticada e agora encaminhando para o controle total da diabete.

    O fato que eu concluo disso tudo é que ser filha de uma Bouderline me forçou ao limite emocional e pessoal que eu precisava ser forçada para atingir um ponto de percepção pessoal que hoje me faz ter consciência de algumas coisas. Preciso me livrar desse entulho emocional que em nada pode agregar na construção dessa nova mulher que eu quero ser daqui pra frente, eu preciso fazer um esboço e estabelecer uma projeto antes de começar a construir as coisas sem um direcionamento claro de onde eu quero chegar. Mais principalmente as pessoas que estão ao meu lado nessa nova construção não são obrigadas a estarem comigo até o final, e eu não posso contar com elas até o final da jornada. Vão existir momentos em que estarei sozinha e isso é maravilhoso porque eu já sei me sentir muito bem na minha própria companhia. 

    O que eu desconstruí e demoli nesse momento foram pilares que sustentavam carências, mentiras e dependências emocionais solidificadas em traumas e medos e situações que eu não quero mais que façam parte das minhas lembranças, das minhas decisões e das minhas escolhas. Quero começar esse meu projeto com ferramentas que me permitam escolher o que for possível escolher e solidificar o que melhor se encaixar nos meus projetos e planos para um futuro sem retrocessos e cargas emocionais que eu transfira a minha filha como acabei recebendo e tomando como herança por parte da minha família. Então esse texto sou eu, nesse campo emocional deserto, terminando de retirar os entulhos e restos de obra para sentar e fazer um projeto. Qual será o próximo passo? Escolher o material de obra porque a única definição que tenho é que eu quero que seja autosustentável, emocionalmente capaz de identificar gatilhos que podem me fazer virar  no velho e conhecido looping emocional que me leva sempre para o que parece ser o mesmo começo.